— Oliver, as coisas não são assim! — Lauren o repreendeu e viu o menino fazer beicinho. — Não, nada disso! Você não vai me convencer desse jeito!
LAUREN: Estou com meu filho, senhor Lancaster.
Ela segurou a mão de Oliver e continuou andando. Ao colocar o menino no carro, ela sentiu o celular tremendo de novo.
DAMIAN: Podemos jantar. Os três.
Lauren estava pronta para dizer não, no entanto, ao ver o rostinho tristonho de Oliver, ela se sentiu culpada. O menino queria um pai e Damian estava ali, chamando. Nenhum dos dois sabia da relação que eles compartilhavam, e a cada dia ela sentia o peso daquele segredo mais difícil de carregar.
“E Oliver parece gostar muito de Damian, sabe-se Deus o motivo!”
Aquela voz no fundo da mente dela a recriminou. Quem era ela para julgar a criança? Pelo menos Damian era amigável com a criança. E ela, que passou cinco anos sendo apenas a companheira de cama do homem, que a traiu com descaradamente — mesmo ele negando ao falar com René — e ainda quase causou a morte do irmão dela! Ela não era ainda apaixonada por ele?
Lauren podia dizer a si mesma, várias vezes ao dia, que não se importava com Damian. Porém, aquilo não era verdade. E a noite em que foi drogada era prova. Ela não deixou que ele a tocasse só pela droga. Aquilo foi apenas um encorajamento para que ela fizesse algo que já estava querendo desde que colocou os olhos no homem, novamente.
Ela respondeu e entrou no veículo. Oliver não disse nada, manteve-se calado, porém, quando o carro voltou a parar e ele percebeu que não estavam em frente de casa, os olhinhos afiados dele se encheram de curiosidade.
— Vamos comer fora, mamãe?
— Sim, vamos. — Ela respondeu e abriu a porta para ele. — Comemorar seu primeiro dia de aula!
O menino ficou mais contente, ainda que ele quisesse que ela tivesse aceitado o convite do senhor “Lacater”. Ele não conseguia dizer aquele nome! Oliver era uma criança inteligente e falava diversas palavras, mas aquele nome parecia um desafio!
Quando entraram no restaurante, Lauren perguntou sobre a reserva de Damian. A recepcionista a levou até lá e, assim que a criança viu que o homem os esperava, ele puxou o ar, de surpresa e alegria.
— Mamãe! — ele disse, contendo-se para não apontar. Tinham dito que era muito feio apontar para as pessoas, ainda mais em público!
— Sim, meu amor. — Lauren falou e o garoto estreitou os olhinhos.
— A senhora me pegou, heim!
Lauren riu e os dois caminharam juntos.
Damian, ao ver mãe e filho, sentiu algo diferente dentro de si. Ele já os tinha visto juntos, porém, naquele momento, eles estavam caminhando até ele, de mãos dadas, para jantarem juntos.
“Como uma família,” ele disse a si mesmo. Sim, uma família que ele queria ter com Lauren. Ver aquela mulher, René, dava a mesma sensação. Damian sentiu-se culpado, no entanto, dividido, porque o coração dele não estava pesado de todo. Daí ele se sentiu culpado por não se sentir tão culpado!


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