Ponto de vista do Bill
Eu não fazia ideia de onde Serena estava hospedada naqueles dias.
Três dias antes, entrei na minha casa, que costumava ser impecável, depois de uma reunião bem-sucedida com os executivos da Johnson e Haines. Os pisos de mármore brilhavam, e os móveis e obras de arte elegantes chamavam a atenção. Mas algo parecia errado, — Serena, que sempre me recebia, não estava lá.
Procurei na cozinha e na sala de jantar, mas não a encontrei. Nem as empregadas sabiam onde ela estava.
Enquanto caminhava em direção ao nosso quarto, meus passos ecoavam levemente na casa silenciosa. Minha mão hesitou na maçaneta, e meu coração bateu um pouco mais rápido. Esperava que ela estivesse lá dentro, apenas descansando.
Mas ela também não estava. O quarto parecia mais vazio do que o normal, e notei que alguns de seus pertences não estavam mais lá. Um sentimento de aflição cresceu enquanto me aproximava do armário. Abrir as portas confirmou o meu medo, as roupas dela haviam desaparecido, exceto por algumas peças de grife que ela raramente usava.
Sentei-me na cama, esfregando as têmporas, pensando sobre como eu nunca tinha dado muitos presentes pessoais a ela, acreditando que o cartão de crédito fosse suficiente. Ela podia comprar qualquer coisa que quisesse com aquele cartão. Talvez estivesse apenas sendo infantil.
Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta.
— Senhor Bill? Deseja que nós preparemos o jantar? — Perguntou uma das empregadas.
Irritado, fui até a porta e a abri de forma brusca. Confrontei a empregada.
— Por que o jantar ainda não foi preparado? Já deveria estar pronto a esta hora.
Ela abaixou a cabeça, visivelmente perturbada pelo meu tom.
— De… desculpe, senhor. — Gaguejou ela. — Pensamos que a senhora Serena já tivesse preparado, como de costume.
Ao ouvir isso, parei e pisquei rapidamente. Fiquei ali por um momento, percebendo pela primeira vez que Serena tinha preparado os meus jantares durante aquele tempo todo.
Comecei a pensar que talvez eu tivesse errado sobre ela. Ela cozinhava para mim, o que mostrava que se importava. Mas, ao mesmo tempo, pensei que aquilo era algo que esposas normalmente fizessem. Fiquei confuso sobre porquê me sentia culpado, sem saber o que pensar de tudo aquilo.
— Senhor? — A voz da empregada interrompeu meu transe. Puxando-me de volta à realidade, respondi firmemente:
— Deixe o jantar pra lá, não irei comer esta noite.
Depois que a empregada saiu, procurei no quarto por alguma pista de onde Serena poderia estar. Esperava encontrar um bilhete ou algo que me desse alguma ideia. Não achei nada disso, mas notei a aliança dela, a que dei em Vegas, sozinha em cima de uma gaveta.
Peguei na aliança e a examinei mais de perto. Era uma peça simples e desgastada, nada que se esperaria para a esposa de um bilionário. Não tinha designs intrincados nem pedras preciosas, e parecia velha e ligeiramente manchada. Enquanto eu examinava a aliança, as memórias do que aconteceu em Vegas voltaram com toda força.
Depois de terminar antes do previsto uma viagem de negócios em Nevada, decidi relaxar e comemorar em Vegas. Levei Serena comigo. Foi a primeira vez que começamos a sair, depois de trabalhar juntos por três anos. Devo admitir que tinha uma queda por ela na época. Mas, definitivamente, não o suficiente para me casar.
Em Vegas, encontramos Doris tentando a sorte nas mesas de roleta. Enquanto festejávamos durante o dia, bebi mais do que o de costume. A próxima coisa que lembrava era de estar em uma capela, olhando para o rosto lindo da Serena. Tudo depois disso era um borrão.
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