Ponto de vista da Serena
— Serena, aqui é a Sarah. O Bill pediu para eu te ligar. — Disse Sarah assim que atendi a chamada.
— Ah, é? O que ele quer? — Perguntei com um tom despreocupado.
Do outro lado da linha, Sarah hesitou por um momento antes de responder:
— Não sei ao certo, Serena. Talvez seja melhor você e Bill conversarem diretamente. Ele parece muito preocupado.
Pensei por um momento. Será que eu queria falar com Bill depois de Doris provavelmente ter lavado o cérebro dele de novo? Mas eu realmente precisava das papeladas do divórcio assinadas, então suspirei e disse:
— Tudo bem, ponha ele na linha.
Esperei por alguns minutos até ouvir a voz de Sarah novamente.
— Certo, vou sair da linha para vocês conversarem.
Um leve bip indicou que Sarah havia desligado.
— Onde diabos você está, Serena? — A voz de Bill ecoou pelo telefone, numa mistura de frustração, raiva e preocupação.
Eu dei uma risada sarcástica, convencida de que ele estava perdendo a cabeça num ataque de raiva.
— E por que eu te diria isso? Já deixei bem claro que quero me separar de você. — Retruquei.
Houve uma longa pausa do outro lado da linha. Segui impaciente:
— E então? Vou desligar se você não disser nada.
— Olha, volte para casa apenas! — Bill insistiu, com a frustração evidente na voz dele. — Pare de jogar esses joguinhos estúpidos.
— Sua casa não é meu lar, Bill. Além disso, nunca me senti bem-vinda lá. — Respondi com calma. — Aceitei essa chamada porque quero que nos encontremos amanhã para você assinar os papéis do divórcio.
Ouvi Bill respirar fundo do outro lado da linha.
— É isso mesmo que você quer?
— Sim e nada mais. — Respondi com firmeza. Houve silêncio na linha, mas eu sabia que Bill ainda estava lá.
— Tudo bem. Acho que sei o que você realmente quer, Serena. E não é apenas o divórcio. — Disse ele, sua voz quase um sussurro. Em seguida, desligou.
O comentário enigmático de Bill me deixou intrigada. Engraçado como ele nunca prestou atenção em mim, mas já afirmava saber o que eu realmente queria.
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Cheguei ao escritório de Bill segurando os papéis do divórcio reimpressos dentro de um envelope. Assim que entrei, notei que ele parecia não dormir há dias. O rosto dele estava marcado por olheiras, e sua aparência, normalmente impecável e bem-cuidada, parecia desleixada e cansada.
— Está com boa aparência. — Comentei sarcasticamente ao observar seu estado abatido. Bill me lançou um olhar de reprovação, mas logo fixou os olhos no envelope que eu segurava.
Bill apontou para o envelope, dizendo:
— Vamos acabar logo com isso.
Entreguei a ele. Observei enquanto Bill lia os papéis do divórcio, as sobrancelhas se franzindo em concentração.
— Porquê a divisão dos bens não está inclusa? — Questionou ele.
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