Doce Vingança de Lúmina: A Filha Perdida da Família Santos romance Capítulo 160

A família Santos voltou seus olhares para a mesa de Dona Eliane, todos claramente insatisfeitos.

Lívia Santos sorriu de leve:

— Isador, por que se irritar? Depois do presente que a nossa irmã entregou, é normal que a vovó não valorize o nosso. O importante é mostrar consideração.

— Hmpf! — Isador Castro bufou, visivelmente irritada. — Maria Luíza Santos ainda vai acabar trazendo problemas para a mamãe. Passa o dia inteiro sem fazer nada de útil, só sabe se envolver com homens. Um dia ainda vai se queimar com o próprio fogo.

Isador estava realmente aborrecida.

Seu presente era uma obra valiosa, herdada do Período Colonial Português, algo raríssimo, que ela mesma relutava em guardar e, mesmo assim, entregou de coração para a matriarca.

E o resultado?

A avó sequer lhe dirigira um sorriso agradável.

— Que vergonha… — Vânia Lacerda comentou, com expressão fria. — Ela só sabe nos expor ao ridículo.

Olívia Santos riu, com desdém:

— Sabe, cunhada, eu acho que a raiz do problema está em você. Uma menina tão indisciplinada precisa ser repreendida, senão nunca vai aprender o próprio lugar. Tão jovem e já seduzindo homens para darem presentes caros para a mamãe... Daqui a pouco, ela convence a vovó a transferir toda a fortuna da família Santos para ela.

Ao ouvirem isso, os rostos dos Santos escureceram ainda mais.

— Ela que tente! — Isador Castro bateu a mão na mesa. — O patrimônio da família Santos é de todos nós. Quem ela pensa que é? Se a mamãe der tudo para ela, eu sou a primeira a não aceitar.

— E de que adianta você não aceitar? — Olívia Santos lançou um olhar na direção de Dona Eliane. — Olha lá, Maria Luíza Santos está deixando a vovó nas nuvens. Aposto que agora mesmo ela está pensando em como transferir tudo para a neta preferida.

O silêncio caiu sobre o grupo.

Apesar de Gustavo Santos ser quem comandava a família, ainda era Dona Eliane quem controlava os bens.

Se a matriarca resolvesse, de fato, entregar tudo para Maria Luíza, eles sairiam perdendo — e muito.

Não, isso não podia acontecer de jeito nenhum.

Olívia Santos observou as reações ao seu redor, um brilho astuto passando por seus olhos.

Na verdade, ninguém ali era inocente. Todos tinham seus próprios interesses, inclusive a tia recém-chegada.

Ele não se esquecera do episódio de alguns anos atrás, quando a tia, do nada, retornou e praticamente arrancou cinco por cento das ações da família das mãos da avó.

Ele precisava agir rápido.

— Não consegue comer sem falar? — Gustavo Santos lançou um olhar gelado para Olívia Santos. — Se veio ver a mamãe, mantenha o respeito. Caso contrário, pode voltar para Cidade Capital.

Aquela era a Olívia: passava anos sem aparecer, e, quando surgia, era só para causar problemas.

Na última vez, exigiu parte das ações da família. Desta vez, nem sequer entrou em casa, e já estava arrumando confusão com Maria Luíza.

Por consideração ao passado, sempre a suportara, mas não significava que continuaria tolerando tudo.

— Ora, Gustavo, a família Santos não é só sua. Você não tem o direito de me mandar embora. — Olívia respondeu, indiferente. — Além disso, mamãe tem três filhos e duas filhas. Não é possível que todo o patrimônio vá para o seu lado da família. Só porque sua filha agradou a vovó, agora você acha que merece tudo?

— Nem para o nosso lado, nem para o seu, não é mesmo, tia? — Francisco Santos disse, com frieza. — A vovó já deixou claro há anos: você pegou sua parte nas ações, e, no futuro, não terá mais direito à herança dela. Já esqueceu?