Entrar Via

Ela Casou com o Chefe romance Capítulo 238

Os dias que se seguiram à visita ao sítio foram marcados por um silêncio fértil. Não havia mais assembleias, discursos, ou reuniões. O telefone ainda tocava com convites, mas Isadora deixava-os se acumularem, como se a vida agora tivesse outro tipo de urgência. A carta do advogado e a chave da casa herdada permaneciam sobre a mesa da pensão, lembrando-a a cada manhã de que havia um território esperando por sua decisão.

Na primeira noite após o retorno, ela e Rafael sentaram-se no banco da praça em frente à pensão, sob a luz amarelada dos postes. Ele, como sempre, não se apressava em sugerir caminhos. Apenas lhe perguntava com calma:

— Você quer transformar aquilo em um novo começo, ou apenas visitar de vez em quando?

Isadora ficou em silêncio longo antes de responder:

— Não sei ainda. Mas senti que ali, naquele lugar, eu poderia finalmente existir sem a sombra de ninguém.

A lembrança do cachorro correndo pelo quintal, do cheiro de bolo de fubá e do vento atravessando as folhas da mangueira parecia mais promissora do que qualquer aplauso.

Com o passar da semana, começaram a discutir possibilidades. O sítio não era grande, mas tinha terra fértil, um quintal que podia ser cuidado, uma varanda que pedia vozes. Rafael sugeriu plantar frutas, criar um espaço de descanso, talvez uma pequena horta. Isadora imaginava abrir janelas e deixar que o ar novo lavasse tudo o que restava de peso.

Não falavam em transformá-lo em refúgio coletivo, como fora a Casa da Palavra. Ali, a ideia era de intimidade, de lar. Ela queria que fosse espaço de cura e não de exposição. “Um lugar para se lembrar de respirar”, disse, certa noite.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela Casou com o Chefe