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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 109

O homem manteve o rosto inexpressivo. Marília, no entanto, corou sob os olhares de todos ao redor.

No caminho de volta, seu coração batia acelerado, e o rosto queimava de calor. Estar num espaço tão pequeno com ele fazia sua mente, involuntariamente, trazer à tona certas imagens.

Estava nervosa, envergonhada e tomada por uma expectativa inexplicável, difícil de descrever.

Assim que Leandro estacionou o carro no pátio, Marília saiu imediatamente, sem se preocupar em pegar os lanches, e seguiu sozinha para dentro do prédio.

Enquanto esperava o elevador, o homem se aproximou com as coisas nas mãos, sem pressa. Ela nem olhou para ele. Quando a porta do elevador se abriu, ela entrou primeiro e se encostou em um canto, com a cabeça baixa.

Leandro entrou em seguida e estendeu a mão. O coração dela deu um salto, mas, ao ver que ele apenas apertou o botão do andar, soltou um suspiro de alívio.

Aquele prédio tinha um apartamento por andar.

O elevador subiu rápido. Quando Leandro foi abrir a porta com a chave, o coração de Marília parecia prestes a saltar pela boca.

O homem entrou primeiro, Marília veio logo atrás, trocou os sapatos e foi para a sala.

Leandro colocou o que carregava sobre a mesa e se virou para encará-la.

O rosto da garota estava coberto por um rubor evidente, que se estendia das bochechas até a base das orelhas. Com a cabeça baixa, olhava apenas para o chão, claramente constrangida e nervosa.

Os lábios de Leandro se curvaram sutilmente, e ele disse com a voz rouca:

— Vai tomar um banho e descansa cedo.

Marília captou o duplo sentido na fala dele. O rosto ficou ainda mais quente, vermelho como um camarão cozido. Ela apenas assentiu e correu para o quarto, fechando a porta atrás de si.

Pegou roupas limpas para o banho, chegou a escolher a lingerie, mesmo sabendo que, daqui a pouco, acabaria tirando tudo de qualquer forma...

Tomou banho, lavou o cabelo, secou bem e passou creme pelo corpo com todo o cuidado.

De tempos em tempos, olhava o celular para ver a hora, e também para conferir se ele havia mandado alguma mensagem.

Já havia passado mais de uma hora, e a conversa com ele continuava em silêncio.

Será que ela tinha entendido errado?

Será que, quando ele disse "descansar", era só isso mesmo, e não aquilo que ela imaginava?

Mas ele comprou preservativos. E levou duas caixas!

Marília sabia o que eram. Se não fosse para fazer s*xo, por que ele os teria comprado?

Marília estava furiosa. Caminhava de um lado para o outro no quarto, cada vez mais convencida de que aquele casamento estava sem graça.

"Que tipo de casal, casado de papel passado, não dorme junto?"

Será que ele ainda a detestava por dentro?

Só de pensar nisso, ficou com o coração apertado.

Pegou o celular, querendo mandar uma mensagem perguntando se ele já tinha dormido. Mas, depois de muito hesitar, acabou desistindo.

Deixou o celular no criado-mudo e, quando se preparava para fechar as cortinas e dormir, o telefone tocou.

Era Leandro ligando.

O coração de Marília deu um salto.

Ela não atendeu de imediato. Esperou um pouco e, quando a ligação estava prestes a cair, finalmente levou o celular ao ouvido, devagar:

— Tão tarde... o que foi?

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