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Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 110

Do outro lado da linha houve dois segundos de silêncio.— Meu estômago está meio ruim. Pega o remédio que está lá fora para mim?

— Você está no quarto?

— Estou.

— Já vou levar para você.

Marília sabia onde Leandro guardava o remédio para o estômago. Pegou o comprimido, encheu um copo com água morna e foi até a porta do quarto dele. Bateu antes de girar a maçaneta.

Leandro estava sentado à beira da cama, vestindo um roupão preto, com um documento nas mãos que lia com atenção.

Ele também havia lavado o cabelo; embora não pingasse mais, os fios ainda úmidos caíam sobre a testa, deixando aquele homem, já naturalmente frio e intenso, ainda mais sexy e, ao mesmo tempo, com um ar de austeridade quase monástica.

Era a primeira vez que Marília o via assim, e seu coração bateu mais rápido, sem que ela pudesse controlar.

— Vai ficar parada na porta?

Leandro ergueu os olhos para ela.

Marília se apressou em entrar, colocou o remédio e o copo sobre o criado-mudo. Foi então que notou duas caixas de preservativos, bem visíveis ao lado da cama.

Mas não pensou muito nisso.

— Qualquer coisa, me chama. Estou com o celular ligado!

Ela se virou para sair, mas não deu dois passos quando um braço forte e quente segurou o seu braço e a puxou para perto.

O coração de Marília deu um salto e, ao sentir a respiração dele tão próxima, ela reagiu instintivamente, colocando as mãos no peito do homem.

— Leandro, o que você está fazendo?

Ela arregalou os olhos, claramente assustada.

Leandro segurou sua cintura e a prendeu nos braços, rindo baixinho ao pé do ouvido dela:

— Você não sabe o que eu tô fazendo?

Claro que ela... sabia.

"Mas ele não estava com dor de estômago?"

Olhando para o rosto corado da garota, Leandro engoliu em seco, não resistiu e segurou o queixo dela, beijando-a.

Marília ficou paralisada por alguns segundos. Depois, começou a corresponder, ainda com certa inexperiência, ao carinho do homem.

Enquanto Marília se perdia em pensamentos, Leandro disse, com a expressão travada:

— Você está menstruada.

Menstruada...

Marília se sentou, olhou para baixo e ficou completamente envergonhada.

A menstruação tinha descido!

"Por que justo agora?"

Marília ficou arrasada.

E Leandro também não estava nada contente. Quem é que ficaria feliz por ter que parar justo no melhor momento?

Marília percebeu o quanto ele estava frustrado, mas não tinha como evitar aquilo.

De volta ao seu quarto, ela percebeu que não tinha absorventes. Ligou de novo para o homem:

— Amor, você pode comprar uma coisinha para mim?

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