Do outro lado da linha houve dois segundos de silêncio.— Meu estômago está meio ruim. Pega o remédio que está lá fora para mim?
— Você está no quarto?
— Estou.
— Já vou levar para você.
Marília sabia onde Leandro guardava o remédio para o estômago. Pegou o comprimido, encheu um copo com água morna e foi até a porta do quarto dele. Bateu antes de girar a maçaneta.
Leandro estava sentado à beira da cama, vestindo um roupão preto, com um documento nas mãos que lia com atenção.
Ele também havia lavado o cabelo; embora não pingasse mais, os fios ainda úmidos caíam sobre a testa, deixando aquele homem, já naturalmente frio e intenso, ainda mais sexy e, ao mesmo tempo, com um ar de austeridade quase monástica.
Era a primeira vez que Marília o via assim, e seu coração bateu mais rápido, sem que ela pudesse controlar.
— Vai ficar parada na porta?
Leandro ergueu os olhos para ela.
Marília se apressou em entrar, colocou o remédio e o copo sobre o criado-mudo. Foi então que notou duas caixas de preservativos, bem visíveis ao lado da cama.
Mas não pensou muito nisso.
— Qualquer coisa, me chama. Estou com o celular ligado!
Ela se virou para sair, mas não deu dois passos quando um braço forte e quente segurou o seu braço e a puxou para perto.
O coração de Marília deu um salto e, ao sentir a respiração dele tão próxima, ela reagiu instintivamente, colocando as mãos no peito do homem.
— Leandro, o que você está fazendo?
Ela arregalou os olhos, claramente assustada.
Leandro segurou sua cintura e a prendeu nos braços, rindo baixinho ao pé do ouvido dela:
— Você não sabe o que eu tô fazendo?
Claro que ela... sabia.
"Mas ele não estava com dor de estômago?"
Olhando para o rosto corado da garota, Leandro engoliu em seco, não resistiu e segurou o queixo dela, beijando-a.
Marília ficou paralisada por alguns segundos. Depois, começou a corresponder, ainda com certa inexperiência, ao carinho do homem.
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