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ENTRE O AMOR E O ÓDIO romance Capítulo 190

No aeroporto, Alex aguarda a chegada de Nicole. Quando ela finalmente emerge da multidão, um sorriso radiante ilumina o rosto dela. O abraço caloroso e o beijo na bochecha lembram-na de forma explícita do que ela precisa fazer para reconquistar seu lugar ao lado dele. Nicole, ciente das limitações impostas, ainda se deixa envolver pelo gesto afetuoso de Alex, reforçando a convicção de que ele está apaixonado por ela.

— Não esperava por isso. Muito obrigada por estar aqui. — Diz Nicole, enquanto caminham juntos em direção ao estacionamento.

— Senti saudade da tua presença. — Responde, um sorriso encantador em seus lábios. — Como está o teu pai? — Indaga, seus olhos denotando preocupação.

— Ele está bem. Foi apenas um pequeno susto. — Mente, escondendo cuidadosamente sua frustração por não conseguir avançar com seu problema, personificado em Peter. — As coisas por aqui ficaram agitadas, não é? Fiquei surpresa com o suicídio de Eduardo após a prisão de Melissa. Ele era um homem bom, não merecia isso.

— Não posso dizer que sinto remorso. O Sr. Walsh decidiu proteger uma assassina e no final, escolheu seu próprio fim. — Conclui, abrindo a porta do carro para ela.

Ao longo do trajeto até a casa dela, Alex expressa afeto em cada momento, acariciando a mão dela e sorrindo sempre que a encara nos semáforos. Ao estacionar em frente à casa dela, Nicole sorri gentilmente e se aproxima para beijá-lo, apenas para vê-lo se afastar.

— Alex, por favor, não faça isso. A saudade está me consumindo. — Resmunga, com a voz embargada.

— Compreendo, mas é preciso que entenda que não posso compartilhar você. Estou aqui, Nicole, meu desejo por você é evidente, mas enquanto você permanecer casada e dividindo a casa com outro homem, o máximo que posso oferecer é isso. — Afirma, saindo do carro e abrindo a porta para ela.

— Prometo que vou resolver isso e em breve estaremos juntos.

— Mal posso esperar por esse momento. É muito difícil conter meu desejo por você. — Sussurra suavemente próximo ao ouvido dela, envolvendo-a com a intensidade de suas palavras. — Tenha uma noite maravilhosa, minha linda. — Conclui, depositando um beijo suave na bochecha dela.

— Boa noite, meu amor. — Responde, acompanhando com os olhos o carro que o leva embora.

Ao entrar em sua casa, Nicole se depara com o sorriso sarcástico de Peter. Tenta ignorá-lo, mas ele para diante dela, criando uma barreira que a impede de avançar.

— Pela sua expressão frustrada, percebo que o papai não conseguiu te ajudar a encerrar minha vida, não é? — Provoca, desafiando-a com um sorriso que instiga seu ódio.

— Sai da minha frente, Peter. Eu não quero brigar agora. — Afirma, tentando se afastar e evitar conflitos.

— Teu macho te deu apenas um beijinho no rosto. O que aconteceu? — Ironiza, seu tom de deboche evidente na voz, recebendo como resposta um tapa estalado no rosto. — Vou fazer você se acalmar de uma maneira ou de outra. — Declara, irritado, jogando-a no sofá e rasgando sua roupa com brutalidade.

— Para, Peter, eu não quero. — Grita, debatendo-se, mas ele aperta os pulsos dela com força sobre a cabeça, ignorando seus protestos, enquanto abaixa sua calça.

— Fica quieta, querida esposa. — Ordena, tomando os lábios dela em um beijo invasivo.

Peter desliza suas mãos pelo corpo dela, enquanto a beija intensamente. Ele observa o olhar assustado dela e sorri sadicamente, satisfeito pela fragilidade da mulher que sabe estar tentando encontrar maneiras de se livrar dele. Finalmente, ele a solta, observando-a encolher-se no sofá, abraçando suas próprias pernas como se buscasse alguma forma de proteção.

— Eu não sou um estuprador, minha adorável esposa. Só quis te mostrar quem de nós tem o poder. Repito, pare de tentar achar maneiras de me matar. Assinarei o divórcio no fim do processo. Controle o teu fogo ou apenas abra as pernas que fodo você. — Conclui, dando uma risada sarcástica e indo para o seu quarto, enquanto Nicole permanece retraída no sofá.

O ambiente permanece tenso depois da atitude intimidadora de Peter, que deixa Nicole reclusa no sofá. Reunindo coragem após alguns momentos, ela se levanta com passos hesitantes e se dirige ao banheiro, desejando apagar os toques indesejados de Peter de seu corpo. O casamento, inicialmente concebido como parte de um plano para destruir Rebecca e Alex, agora se transforma em um pesadelo constante, deixando Nicole com uma sensação desconhecida, o medo. Essa emoção a consome, especialmente ao imaginar que Peter pode entregá-la à polícia.

No dia seguinte, Nicole tenta retornar à sua rotina no grupo Wealth, mas a sombra de Peter continua pairando sobre ela. Alex, apesar de demonstrar atenção, mantém-se distante. No entanto, os pequenos gestos de carinho que ele ainda proporciona conseguem aquecer seu coração. Uma semana se passa e Alex decide visitar o restaurante Menton, onde os olhares curiosos de seus amigos o recebem. Ao se acomodar em sua mesa habitual, ele observa Rebecca, uma prática que se tornou rotineira sempre que a encontra nesse restaurante.

— Se me derem licença, preciso resolver isso. — Diz Camila, levantando-se com determinação e Luiza a acompanha até a mesa de Alex, ocupando os lugares em frente a ele. — Como você está, Alex? — Pergunta, buscando sua atenção.

— Acho que estou bem, dentro do possível. E vocês? — responde, levando o copo de uísque aos lábios com uma expressão pensativa.

— Estamos bem. — Responde Luiza.

— Alex, gostaria de conhecer meu filho? — Questiona Camila, secando as lágrimas que escorrem de seus olhos.

— Você não precisa fazer isso, não se sinta obrigada a me apresentar o Guilherme. — Responde, observando-a atentamente.

— Sei que não preciso, mas quero fazer isso. Luiza está certa, eu também não fui uma boa irmã para você. Se conseguir, me perdoe, por favor. E mesmo que não possa fazer isso, aceite conhecer o teu sobrinho. Ele adorará conhecer o tio. — Suplica Camila, com a voz embargada, os olhos transmitindo arrependimento genuíno e um desejo profundo de reconciliação.

— Por que vocês estão fazendo isso agora? — Questiona, tentando entender a súbita mudança de atitude das irmãs.

— Porque é evidente o quanto erramos com você. Não quero mais mantê-lo longe. Quero que você seja presente na vida do Guilherme, que seja presente na minha vida novamente e que um dia você, seja capaz de me perdoar. — Conclui Camila, as lágrimas de arrependimento escorrendo pelos seus olhos, a urgência em suas palavras evidenciando o remorso.

— Tudo bem, eu posso fazer isso. Por favor, pare de chorar. — Pede, secando as lágrimas que caem dos olhos da irmã, sua expressão refletindo uma mistura de compaixão e aceitação.

— Alex, você é feliz? — Pergunta Luiza, em meio às suas próprias lágrimas, o tom em sua voz ecoando a intensidade do momento.

— Deus, vocês são muito choronas. — Resmunga, arrancando leves risadas delas. — Tenho momentos de felicidade, mas acredito que em breve serei completamente feliz. — Responde, com um sorriso leve. — Preciso ir agora, foi bom falar com vocês. — Afirma, levantando-se com determinação.

— Mas Alex, você ainda nem comeu. — Observa Camila.

— Eu sei, mas lembrei que tenho algo a resolver.

As duas irmãs se entrelaçam em olhares carregados de significado, erguem-se e envolvem Alex em um abraço. O gesto, tão simples em sua essência, prolonga-se por minutos que ecoam como eternidade, capturando a atenção da mesa de amigos que observa, hipnotizada pela cena comovente. Para Camila e Luiza, aquele abraço não é apenas uma expressão física de afeto, é o início de uma jornada de perdão, uma reconciliação que esperavam há muito tempo. Alex, por sua vez, sente a profunda gratificação de receber o apoio delas, um gesto que se desenha após mais de dois anos de separação. Elas foram capazes de se redimir sem exigir que ele provasse sua inocência, um ato com um significado imenso para ele. Quando finalmente se separam do abraço, Alex enxuga cuidadosamente as lágrimas que escorrem pelos rostos delas.

— Não sejam bobas, parem de chorar, ok? Ficarei bem. Vocês ficam muito feias chorando. — Provoca, arrancando sorrisos delas. — Fiquem bem, se cuidem. — Conclui, deixando-as ali, imersas na emoção do reencontro, enquanto ele se encaminha para a saída do restaurante.

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