O domingo estava ensolarado. A maioria das pessoas já tinham ido embora, nós tínhamos um voo marcado para Londres no amanhã seguinte. Eu estava tão confusa e indecisa, Guilherme sumiu depois da festa, eu tentei achá-lo, mas não encontrei.
— Terminei minhas malas. — Digo.
— Eu também. — Beatriz senta na borda da cama cabisbaixa.
— O que aconteceu? — Sento ao seu lado.
— Voltar para cá... acho que não foi uma boa ideia. — Disse.
— Por que diz isso?
— Você não ver? Está tudo saindo como a gente não planejou. Eu já nem sei se quero voltar, estar aqui me lembrou da vida que tinha. Do meu apartamento apertado com cheiro de mofo, eu também já não sei de mais nada. — Declarou.
Eu ainda não tinha visto ela ser tão clara como agora. Os problemas com o Dante me deixaram ocupada demais para notar qualquer outra coisa.
Seguro as mãos dela.
— Desculpa por não ter notado antes.
— Tudo bem, eu não tinha falado nada também. — Olha para as nossas mãos. Beatriz queria chorar, o nariz ficou vermelho na ponta.
— se você quiser ficar, pode ficar.
Ela me abraça e depois encosta nossas testas.
— Você foi muito parceira para mim, durante anos. Eu nunca vou esquecer isso, mas você tem que viver sua vida. — Digo enxugando as lágrimas que estavam em seus olhos.
— Mas você é o Daniel? Anne ficará aqui, você estaria sozinha.
Dou de ombros.
— Eu consigo me virar muito bem sozinha.
— Obrigada, amiga. — Diz ela.
Nós terminamos de arrumar as malas, meu coração apertava no peito em imaginar eu e Daniel sozinhos em Londres.
Nesse domingo, estávamos aproveitando o resto de "férias" que nos faltavam. Eu aproveitava o sol enquanto Dante brincava com o filho, Beatriz estava ao meu lado. Todos que ainda estavam na mansão apoitavam o domingo.
Dante se aproxima de mim e senta Daniel em seu colo.
— Vou sentir falta disso.
— Do Daniel?
— De nós.
Olhei para ele por alguns instantes e desviei, era possível aquele rosto de anjo me convencer a ficar.
— Pensou no que lhe disse? — Perguntou ele.
— Ainda não, eu estou confusa, Dante.
— Nem considerou? Não quero ficar longe de você ou de meu filho.
— Eu sei, mas desta vez eu serei racional e não emocional. Muita coisa está em jogo.
Ele bufa.
— Não faça isso, você está agindo como uma criança. — Digo.
Nossa atenção é tirada por Guilherme aparecendo no quintal com as roupas aos farrapos e um ferimento ainda sagrando em sua testa. Eu e Beatriz corremos para ver como ele estava, parecia alterado.
— O que aconteceu?! — Pergunto.
Ele não olhava para mim, apenas para Dante, com um olhar de ódio.
O cheiro de álcool era fácil de sentir.
— Não chegue perto de mim, Alice. — Ele empurra minha mão.
— Vou buscar alguma coisa para estancar esse sangue. — Digo correndo para a casa, Edith vem atrás de mim.
P.O.V DANTE:
Alice correu para ajudar aquele homem, ele estava machucado e completamente sujo. Me observava com os olhos vermelhos, eu ainda segurava Daniel que parecia assustado.
Der repente ele vem caminhando para minha direção, Beatriz o segue. Eu me mantive passivo, enquanto ele parecia furioso.
— Venha, meu filho. — Disse ele para Daniel que o rejeitou sem excitar. — Venha, sou eu Guilherme.
Daniel parecia querer chorar, mas se escondeu atrás de mim.
— Ele não quer. — Digo.
— Você, você — ele aponta para mim. — Me tirou minha mulher e meu filho em apenas uma semana.
— Guilherme, eu não quero brigar com você. Não será bom para o Daniel ver isso.
Ele levanta a cabeça, estava chorando.
Me afasto de Daniel para nada acontecer com ele, o menino estava assustado com o estado do Guilherme.
— Você me tirou eles. Quem você pensa que é? Quando Alice precisou de alguém, eu estava lá, no nascimento de Daniel, e você fez o que? Nada, pois nunca se importou o suficiente com eles. Você é apenas mais um empresário que pensa ser dono do mundo e se aproveita das pessoas. — Ele se aproxima de mim. — Você não é ninguém!
— Eu não obriguei ela a fazer nada, fez tudo por livre e espontânea vontade. Eu agradeço, por tudo que fez por meu filho. Peço que pare de falar essas bobagens. — Digo me virando para sair.
Ele segura em meu ombro e assim que eu volto minha atenção para ele, sou acertado por um soco no meu rosto. Não segurei, parti para cima dele. Beatriz correu para nos separar e as pessoas que estava lá também. Acertei um soco em seu queixo, ele tentou revidar, mas meus tios o seguraram. Nossa atenção foi chamada pelo grito de Alice, Daniel estava na piscina se debatendo. A mesma pulou mais piscina em buscar de ajudar. Eu corri, pulei e fui atrás dele que estava apenas com a mão para fora da água.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....