Na segunda-feira eu esperava o táxi com o coração acelerado.
Olhava pela janela do apartamento da Anne, meu peito queria explodir, os sentimentos misturados quase me faziam vomitar de ansiedade.
Novamente o sentimento de culpa, minhas escolhas ultimamente só serviam para machucar as pessoas que eu amava, seria melhor se eu me afastasse de todos, eu era uma bomba relógio em meio aos outros.
A chuva complementou o clima estranho.
Dante passava os últimos momentos com o filho, Daniel não sabia o que estava acontecendo ao seu redor, sabia o suficiente para perceber que não estávamos bem.
Não tive coragem de encarar Dante, ele estava calmo, talvez mais do que devesse.Beatriz passou seus braços ao redor da minha cintura, eu sorri fraco.
— Tem certeza que vai fazer isso? De novo.
Mordo o lábio inferior.
— Ao que você está se referindo? — Volto minha atenção para a janela.
— Do Dante, você vai mesmo ir embora?
— Sim. — Suspiro — eu estou bem, e pretendo esquecer o mais rápido possível o que aconteceu aqui.
— E o Daniel, como fica nessa história?
— Combinamos que eu deixarei ele passar as férias aqui, e o Dante vai visitar ele também.
— Acho que vocês dois estão mesmo fadados a se reencontrar. Mesmo não estando juntos.
Balanço a cabeça.
— Você realmente não aprende, continua a cavar a própria cova e nunca escuta ninguém.
— Eu faço o que é melhor para meu filho.
— Não, não vem com esse papo para o meu lado. Todas as suas escolhas são sempre pensando em você.
Desvio meu olhar do dela por instantes.
— Eu passei anos tomando decisões pensando apenas na minha mãe ou na Anne, acho que no mínimo, eu deveria pensar em mim! — Enxugo os olhos. — Não quero ficar brigada com você.
Ela sorrir de forma compreensiva e me puxa para um abraço.
— Eu te amo. — Digo.
Beatriz saiu do quarto e eu permaneço pensativa.
Fui acordada de meus devaneios por conta do táxi que acabara de chegar. Suspirei e desci ao encontro de todos que estavam na sala.
— Vamos? — Pergunto.
Olho de relance para o Dante que apenas coloca as mãos dentro dos bolsos.
Nós descemos com guarda-chuvas nas mãos, Beatriz me ajudou com as malas enquanto Daniel estava nos braços de Dante.
— Tem certeza que não quer que eu vá até o aeroporto? — Beatriz pergunta.
— Sim, vai ser mais fácil.
Dante colocou Daniel no banco de trás e veio ao meu encontro.
Senti meu lábio inferior tremer, eu não conseguia piscar enquanto ele olhava para mim, parecia ter mais coisas a falar do que eu.
— Espero que essa escolha seja realmente a certa. — Ele passa sua mão no meu rosto — nunca esqueça que eu sempre serei seu.
Eu iria responder se o motorista não buzinasse impaciente.
Ele encostou nossas testas por poucos segundos e entrou para dentro de casa. Abracei Beatriz pela última vez e entrei no táxi.
Não tinha mais volta.
Nós não nascemos para ficar juntos.
P.O.V DANTE:
Entrei no apartamento completamente transtornado. Soprei o punho, mas não me segurei, esmurrei a parede. Não tinha mais o que fazer.
A mulher da minha vida já tinha ido embora levando consigo o nosso filho.
Eu não queria que os próximos anos fossem um completo inferno como os outros.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Entre quatro paredes(Completo)
Muito linda a história, valeu a pena!...
Amei, amei, amei! História objetiva, linda, detalhes que prendem! Parabéns a autora!...
Amei o livro! História que vale a pena ler até o final...
A hitótia é linda, vale a pena ler, é melhor ainda q ñ é longa....