Entre quatro paredes(Completo) romance Capítulo 61

Com os anos passando e Daniel crescendo, nós resolvemos mudar para um condomínio de casas muito parecidas em New Jersey. O bairro ficava próximo ao hospital que Dante trabalhava e eu poderia trabalhar para a Oxc' — mais nova linha de super mercados do Amon — que ficava na cidade.

As coisas mudaram, eu nunca imaginei que minha vida daria esse salto. A Alice de anos atrás ficaria orgulhosa em ver o que nos tornamos.

— Amor, estou atrasado para a reunião! — Ele pega o casaco — Estou bonito?

— Sempre! — Dou um leve sorriso ajeitando a gola de sua camisa.

Hoje Dante finalizaria a papelada com Ryan, em menos de horas ele estaria completamente livre da Angnel's — seria bom agora com a gravidez de gêmeos da Anne —. Dante teria que viajar até Nova York mesmo assim, o sorriso dele é radiante.

— Estou super animado!

Dou um beijo leve em seus lábios.

— Eu preciso lhe falar algo...

— Querida, eu estou realmente atrasado. — Ele dá uma lambida nos meus lábios — seja o que for você pode me falar, mais tarde no restaurante que iremos pode me dizer qualquer coisa.

Encosto minha cabeça na porta e penso em está grávida novamente, não era algo novo, mas era assustador da mesma forma, agora meu bebê teria o pai presente, isso não tinha preço. Não sei qual será a reação dele, já que da primeira vez ele não acompanhou o crescimento do Daniel, queria que fosse diferente.

À noite, eu tentava dormir, pelo menos nessa segunda gravidez eu não vomitava de 5 em 5 minutos, estava sendo tranquila. Sinto meu lençol sendo puxado, viro e vejo Daniel segurando o senhor Been, me olhando com os olhinhos brilhando. Ele ficava fofo com aquele macacão de dinossauros.

— Tive um pesadelo. — Ele diz.

— Já está tudo bem, meu pequeno. — Eu o coloco encima da cama, mas ele parecia inquieto — quer me contar o que aconteceu no seu pesadelo?

Ele pareceu pensar, mas depois soltou um longo suspiro.

— Estou com medo do papai não gostar mais de mim depois que você tiver meu irmãozinho.

Sorrio compreensiva e o puxo para o meu colo, com uma das mãos eu acaricio sua cabeça.

— Seu pai sempre vai te amar, independente do que acontecer.

Eu não tinha parado para analisar como estava a cabeça do Daniel, foram muitas mudanças para poucos anos. Ele ainda era próximo de Guilherme, mas mesmo entendendo que eu me casei com seu pai, às vezes ele perguntava por ele. Não o culpava, eu mesma demorei meses para me acostumar com essa nossa vida.

— O amor dos pais é uma coisa inexplicável, nós amamos você infinitamente.

Daniel olha para o teto ainda perdido.

— Maior que o universo e o oceano?

— Muito maior.

— Então eu acho que meu amor também é infinito, mesmo quando você negou aquele boneco do Super Man.

Dou um beijo em sua cabeça completamente maravilhada com a criança que tenho em meus braços.

— Que tal você passar um pouco desse amor para o bebê que está aqui dentro? Acho que ele vai precisar disso também.

— Tem razão, vou ensinar ele a jogar futebol e a lutar. — Ele olha para mim — acha que ele vai gostar de mim?

— Não tem como não gostar de você, meu filho.

Ele sorrir conformado.

Minutos depois Daniel caiu no sono em meus braços, novamente eu me senti capaz de qualquer coisa.

[...]

Alguns dias passaram, Dante chegaria de viagem hoje e eu planejei uma pequena festa de comemoração.

Beatriz e Daniel me ajudaram com as bexigas e compramos um bolo. Nós penduramos uma faixa na sala escrita: "parabéns, papai". Não era nada muito glamoroso, mas serviria para me encorajar a contar sobre a segunda gravidez.

— Onde está o bolo? — Pergunto arrumando os cupcakes.

— Caramba! — Beatriz resmunga — Eu os esqueci no carro.

— Com esse calor, já deve estar completamente derretido.

Ela correu para buscar a caixa com o bolo, voltou para dentro de casa com uma expressão de decepção. Beatriz deixou a caixa encima da mesa e eu abri para ver o que tinha acontecido, algumas letras derreteram formando apenas uma frase legível: "pens".

— Pens? — Pergunto retoricamente.

— Foi mal amiga. — Ela aponta para a carinha feliz derretida — até a felicidade do boneco se foi.

— Tudo bem, acho que com as novidades ele nem vai se incomodar com essas bobagens.

— Mamãe, o papai chegou! — Daniel avisa correndo para fora.

Eu o observo pegar o menino no colo e vir para dentro de casa.

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