Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 387

Ao ouvir as palavras de Pâmela, não pude evitar um sorriso irônico. Naquela noite, ela ainda teve a ousadia de incentivar Renata a aparecer na festa para tentar me ofuscar, querendo me humilhar e fazer com que Otávio me desprezasse, prejudicando minha imagem em Cidade Nova.

Há não muito tempo, ela chegou ao ponto de tentar seduzir meu próprio marido, sem contar Carlos...

Todo o sofrimento que minha mãe e Janaína enfrentaram nesses vinte anos seriam em vão?

Essas duas, mãe e filha, cuja especialidade era enganar e roubar, de onde veio a audácia de pensar que eu as ajudaria?

Eu fingi uma expressão de confusão: "Sra. Pâmela, o que está acontecendo? Não me diga que Renata realmente matou alguém?"

Não era à toa que Mirella sempre gostou de atuar.

Sem atuar, ninguém percebe. Atuando, todos entendem.

Como a palavra 'extraordinário' poderia descrever isso?

Eu fingia inocência enquanto pressionava, sem qualquer piedade, nas feridas de Pâmela!

"Embora a minha irmã seja um tanto tola, arrogante, teimosa e desonesta, eu ainda acredito que ela não seria capaz de fazer algo tão terrível quanto tirar uma vida!" - eu declarei.

Ao ouvir minha descrição, os lábios de Pâmela tremeram ligeiramente.

Se fosse em outra ocasião, ela já teria começado uma discussão feroz, mas naquele momento, apenas suspirou e relatou o que aconteceu:

"Foi tudo culpa do seu pai que sempre mimou demais a Renata. Ela ficou com ciúmes de Mirella e acabou contratando alguém para matá-la. Mas o pior é que o motorista não era Mirella... era Breno!"

"Janaína, você não deveria falar assim. O seu relacionamento com Carlos nunca foi tão profundo quanto o deles, isso não é comparável."

Eu acenei com a cabeça: "Entendi... então, pela lógica da Sra. Pâmela, uma relação legítima não se compara a algo roubado ou conquistado à força. Não é à toa que meu pai negligenciou minha mãe todos esses anos para estar com você. Sempre me perguntei, com um amor tão profundo, Sra. Pâmela... por que você nunca se tornou a oficial? Faltou empenho?"

Ao perceber que eu estava direcionando a provocação para Otávio, seu semblante também se fechou.

Ele tossiu levemente de forma constrangida: "Por que traz isso à tona agora? Estamos falando de Renata."

"Certo, então vamos falar dela, Sra. Pâmela. Renata colocou-se nessa situação por causa de um homem. Não acha que deveria refletir sobre isso?"

"Renata faz o que quer, contratando alguém para eliminar quem a irrita. E se, por acaso, minha mãe e eu a desagradássemos... será que ela também contrataria alguém para nos matar?"