Era pouco provável que tivesse sido o Sr. Henrique. De manhã, ela já havia deixado tudo muito claro com ele.
Se o número tinha vazado por outro canal... Então que ninguém reclamasse quando ela aparecesse com um advogado.
Do outro lado da linha, Gabriel não respondeu. Beatriz ouvia ele enrolando, falando sem dizer nada. Sem paciência, cortou.
— Não vai dizer? Então estou desligando.
Gabriel rangeu os dentes. Sem saída, admitiu.
— Eu fui à polícia. Registrei boletim de ocorrência como desaparecimento. Era isso que você queria?
Beatriz ficou em silêncio por um segundo.
“Ele é completamente louco.”
Já haviam se divorciado. Ela tinha saído de cena, deixado o caminho livre para Vitória. E, mesmo assim, Gabriel ainda insistia em assombrar a vida dela?
— Nós dois já terminamos. Essa é a última vez que eu atendo uma ligação sua. — Disse ela, fria como gelo. — Tenho algumas coisas pra deixar bem claras.
— Terminamos coisa nenhuma! Sem a minha permissão, você não vai se divorciar! Nunca! — A voz de Gabriel explodiu no telefone, desesperada. — Ainda tá com raiva, é isso? Eu já mandei a Vitória embora. Se você voltar agora, pode voltar pro nosso quarto. Não precisa mais dividir o teto com ela. Eu sei que nos últimos tempos fui duro com você, mas... Não dá pra conversar? Olha, eu sei que você ainda me ama, Beatriz. Na verdade, eu... Eu também…
Talvez fosse a primeira vez que Gabriel tentava encarar de verdade o que sentia. Mas quanto mais queria expressar, mais as palavras se embolavam na garganta.
Sua voz vacilava como a de um adolescente sem prática, nervoso, o rosto e as orelhas já vermelhos de tensão.
Na sala vazia do escritório, Beatriz escutava tudo com a mesma expressão inalterada.
“Amar Gabriel?”
Talvez... Talvez um dia tivesse amado. Mas hoje, não mais. Nem um pouco.
E aquele quarto? Quem quisesse que ficasse com ele. Ela já nem queria mais o homem, iria se importar com o cômodo?
— Beatriz, eu... Eu, na verdade, eu sinto que…
Gabriel se engasgava nas palavras, como um garoto tentando se declarar pela primeira vez.
Mas antes que terminasse a frase, Beatriz atirou um balde de água fria do outro lado da linha.
— Chega de baboseira. Só quero falar do que importa.
Ao ouvir isso, Gabriel se apressou.
— Isso não é bobagem, eu só queria dizer que eu…
— Qual o nome dele?! Beatriz, quer brincar, tudo bem, mas não testa minha paciência... Não testa meu limite!
Ameaças, raiva, possessividade. Mas antes que pudesse continuar, o som do telefone mudo cortou tudo.
Beatriz havia desligado.
Gabriel sentiu o sangue ferver. Ligou de volta imediatamente e recebeu a resposta automática:
— O número chamado encontra-se em ligação. Por favor, tente mais tarde.
— O quê?! — Rugiu Gabriel, já ligando outra vez, quase esmagando o celular com a força dos dedos.
Nova tentativa.
— O número chamado encontra-se em ligação. Por favor, tente mais tarde.
De novo. E de novo.
Mesma mensagem. Mesma frustração.
Ele havia sido bloqueado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
Desbloqueia!!!!...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
Desbloqueia por favor!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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