Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 13

— Continue procurando. Não acredito que ela tenha evaporado. — Gabriel falou entre os dentes, a voz carregada de frustração.

Rafael já havia tentado de tudo. Ligou incontáveis vezes, mas Beatriz não atendia.

Quando já estava quase desistindo, sem mais esperanças… Finalmente, a ligação completou. E do outro lado da linha, alguém atendeu.

— Sra. Beatriz! Onde a senhora está? — Ele perguntou, a voz tremendo de tanta ansiedade.

— Por que está me procurando? — a voz de Beatriz soou fria, distante, cortante como gelo.

— É o Sr. Gabriel... — Rafael respondeu no impulso, mas logo percebeu o perigo e inventou na hora uma desculpa. — O Sr. Gabriel me pediu pra encontrar uns documentos… Mas não achei, e são urgentes. Pensei em perguntar à senhora, mas... A senhora sumiu...

Beatriz revirou os olhos, completamente sem paciência.

“Perde as próprias coisas e vem perguntar para mim? Patético.”

— Que ele procure sozinho. — Respondeu, seca, quase indiferente.

— Sra. Beatriz … O Sr. Gabriel passou o dia inteiro em reuniões, ele tá muito ocupado… — Rafael implorou, a voz quase chorando de desespero.

Beatriz, embora detestasse Gabriel, não queria ser cruel com o assistente. Suspirou e respondeu, curta:

— Revire o escritório dele. Olhe nas gavetas, embaixo dos armários… Pode ter caído.

— Mas… Sra. Beatriz… Eu não ouso mexer nas coisas do Sr. Gabriel sem permissão. A senhora não poderia… — Rafael insistiu, a voz tremulando, pisando em ovos.

— Estou no hospital. Não posso. Faça o que achar melhor. — Encerrou o assunto.

— Sim, senhora! — Rafael respondeu rápido e, mal desligou, enviou uma mensagem para o chefe, as mãos tremendo de ansiedade:

[ Sr. Gabriel, encontrei. A Sra. Beatriz está no hospital. ]

Naquele momento, na sala de reuniões.

O celular de Gabriel estava sobre a mesa. Vibrando discretamente, a tela acendeu com a notificação.

Ele olhou de relance… E congelou.

Num salto, levantou-se, agarrou o celular e saiu apressado:

— Continuem. Preciso sair agora.

No escritório dos assistentes.

Rafael estava justamente pesquisando hospitais, quando a porta foi aberta com um estrondo tão forte que parecia que ia arrancar do batente.

— Onde ela está? Em qual hospital? — Gabriel avançou até a mesa de Rafael, a presença esmagadora, a voz autoritária, carregada de ameaça.

Como não pensou nisso antes? Beatriz estava ferida. No hospital. Não tinha fugido… Estava lá o tempo todo.

Por um instante, a raiva cega que o consumia se dissipou um pouco.

— Sr. Gabriel, ainda estou cruzando os dados… — Rafael respondeu, tremendo, quase gaguejando.

Gabriel fechou os olhos por um segundo, respirou fundo e forçou-se a pensar com clareza. Então lembrou:

— Comece pelas clínicas e hospitais em Pituba. É perto da minha casa.

Rafael assentiu depressa, mas Gabriel não tinha paciência para esperar. Puxou o assistente pelo braço, arrastando-o junto, já ordenando:

— Anda! Procura agora!

— Achei, Sr. Gabriel! — Rafael exclamou, aliviado. — Hospital São José, o mais próximo da sua residência. Ela está no quarto 316.

— Continue fingindo! Mas pelo menos faça direito! — Gabriel avançou até a cama e a agarrou pelo colarinho, puxando-a brutalmente para se sentar. — Só queimou o pé, não foi? Precisa mesmo ficar internada? Quer aparecer para quem, hein?!

Beatriz o encarou, aquele homem descontrolado, cego de ódio, e não conseguiu mais se conter. Levantou a mão e deu a ele um tapa estalado no rosto.

O som foi seco, cortante. Gabriel congelou.

O rosto dele ficou vermelho, o ódio pulsando em suas veias. Ele a empurrou com violência.

Beatriz caiu na beirada da cama, curvada, o corpo tremendo de dor. A fratura na coluna latejou tanto que parecia que cada osso estava quebrando de novo. As lágrimas rolaram, incontroláveis.

— Esqueceu quem você é… Como ousa levantar a mão para mim?! — Gabriel rosnou, aproximando-se de novo, fora de si.

Mas antes que pudesse tocá-la, as outras pacientes se levantaram e o impediram.

— Chega! O que pensa que está fazendo com uma paciente?! — Gritou uma delas, indignada.

O barulho e a confusão atraíram uma enfermeira, que entrou correndo no quarto.

— Pare agora mesmo! — A enfermeira ordenou, firme.

— Saiam da frente! Eu sou o marido dela! — Gabriel gritou, transtornado. — Ela não tem nada, tá fingindo! Vou levá-la pra casa agora!

— Marido? Você não merece ser chamado assim! — A enfermeira rebateu, furiosa. — Sabia que ela está com fratura no cóccix? E queria tirá-la daqui? Como pretende tratar isso em casa?!

Foi como um balde de água fria sobre a fúria que consumia Gabriel.

Fratura?

Ele ficou ali, imóvel. Olhou para Beatriz, encolhida na cama, lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto pálido.

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