Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 30

As refeições estavam encomendadas, mas Rafael teve o cuidado de dizer que vinham da família Pereira, não diretamente do Sr. Gabriel.

Temia que, se Beatriz soubesse a verdadeira origem, jogasse tudo no lixo sem pensar duas vezes.

No hospital, Beatriz terminou a refeição com calma.

Nutritiva, equilibrada... Claramente algo escolhido pela família Pereira. Provavelmente ideia do Sr. Henrique.

Mas algo a incomodava.

Será que Gabriel havia comentado com o avô sobre sua internação?

Olhou o celular. Nenhuma mensagem de Henrique.

Ela também não havia contado nada diretamente, para evitar que descobrissem a gravidade do ferimento.

Na verdade, aqueles dias estavam sendo surpreendentemente tranquilos.

Durante o dia, assistia vídeos de treinamento, lia materiais e praticava escrita, queria garantir que, ao sair dali, estaria pronta para enfrentar o mercado de trabalho.

Sem precisar ver Gabriel, seu humor havia melhorado visivelmente.

O efeito das refeições saudáveis também começava a aparecer em sua pele, o rosto mais corado, o olhar leve e sereno.

Ela olhou para o contador na tela do celular, uma contagem regressiva para o dia da partida.

Faltava tão pouco. E, a cada dia que passava, crescia em seu peito a esperança de uma nova vida.

No dia da alta, Beatriz se levantou cedo, organizou suas coisas com calma e praticidade.

Pegou a bolsa e, ao se virar para sair, deu de cara com uma sombra parada à porta.

Gabriel.

Lá estava ele, imóvel, semblante fechado, encarando-a em silêncio.

O coração de Beatriz chegou a acelerar por um segundo, mas logo voltou ao ritmo normal.

Seu rosto permaneceu sereno, sem qualquer expressão.

Não cumprimentou. Não perguntou nada.

Gabriel... Por que ele estava ali?

E ainda com aquela postura de porteiro carrancudo bloqueando a saída?

— Sra. Beatriz, deixe-me ajudar. — Rafael entrou rapidamente no quarto, com um sorriso caloroso, pegando a bolsa dela.

— Não precisa, eu consigo sozinha... — Beatriz recusou, educada, mas firme.

— Eu estou aqui para isso, por favor, não se preocupe. — Rafael insistiu, sempre simpático.

Ela olhou para ele, suavizando o olhar. Um sorriso discreto surgiu no canto dos lábios.

— Então... Obrigada. — Disse, com leveza.

Na porta, Gabriel observava a mulher que o olhava com frieza e distância, mas que, para Rafael, conseguia sorrir de forma gentil.

Seu rosto fechou ainda mais, escurecendo como nuvens antes de uma tempestade.

Deu dois passos largos.

Quando Beatriz estendeu a mão para pegar outra bolsa ao lado da cama, ele foi mais rápido e a agarrou.

Segurou o objeto firmemente e ficou encarando-a, sem dizer nada.

Beatriz ergueu os olhos e o encarou de volta.

Tentou puxar a bolsa, mas era inútil, ele não cedia nem um milímetro.

— Não vai me deixar voltar para casa? — Perguntou, já sem paciência. — Então tá... Eu volto lá e peço para prolongar a internação.

Beatriz deu um passo em direção ao banco da frente, mas ele foi mais rápido, colocou uma bolsa grande no assento.

"Deus me livre", pensou ele.

Se ela se sentasse ali, hoje o Sr. Gabriel desmontava o carro de raiva.

— Sra. Beatriz, a porta de trás já está aberta. — Rafael avisou, sorrindo educadamente, embora tenso por dentro.

Beatriz hesitou por um segundo, depois contornou o carro e entrou no banco de trás.

Gabriel entrou logo em seguida.

Quando Rafael ligou o motor, sentiu o celular vibrar no bolso.

Olhou de relance, uma mensagem do Sr. Gabriel:

[Durante o expediente, mantenha a postura profissional. Nada de sorrisos desnecessários.]

Rafael congelou.

Ele piscou, incrédulo.

“Que tipo de exigência é essa... Quando foi que eu sorri?” pensou por um segundo. “Ah... só quando falei com a Beatriz.”

Suspirou, entendendo tudo na hora.

“O ciúme desse homem... Não tem limites.”

Rafael ficou em silêncio, expressão séria, quase de pedra.

Mas antes que pudesse relaxar, outra notificação apareceu na tela.

Mais uma mensagem... Do Sr. Gabriel...

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