Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 421

— Ele teve sérios problemas psicológicos no ensino médio por causa da família. Era sombrio, quase se suicidou. Na época, procurei um psicólogo pra ele, mas ele rejeitou totalmente. Dessa vez, vou entrar em contato com um especialista novamente, tentar uma nova abordagem. — Disse o Sr. Henrique.

O médico assentiu e perguntou, casualmente:

— Então, desde o ensino médio até agora ele nunca se tratou de fato?

— Não... Depois do colégio, ele foi se recuperando aos poucos. As emoções se estabilizaram. Essa é a primeira recaída grave em todos esses anos. Da última vez, foi só uma crise no estômago por estresse. — Respondeu o Sr. Henrique.

— Você mencionou que, na época, ele rejeitava ajuda profissional. Então como ele conseguiu melhorar?

O Sr. Henrique ficou em silêncio por um instante e apertou os lábios.

“Como ele melhorou...”

Gabriel havia dito que foi Vitória quem ficou ao lado dele por três anos. Conversando, apoiando, encorajando... Até que ele conseguiu sair do buraco pouco a pouco.

Tinham a mesma idade e, além disso, eram de sexos opostos. Sob o despertar do primeiro amor, era natural que o efeito fosse até mais forte do que qualquer terapeuta.

— Foi por causa de uma mulher. — Suspirou o Sr. Henrique.

— Mãe? Parente? — Perguntou o médico.

— Colega de escola. Uma menina por quem ele era apaixonado. A mãe dele faleceu, e isso desencadeou os problemas psicológicos.

— Me desculpe. — Disse o médico, com respeito.

O Sr. Henrique não se importou. Afinal, não havia mencionado antes, e tampouco contou que a mãe biológica de Gabriel cometeu suicídio por depressão. Não foi uma doença comum.

— E eles ficaram juntos depois disso? — Perguntou o médico, voltando ao ponto. — Pela idade dele agora, se formaram um casal e seguiram juntos, já devem até ter filhos. Isso com certeza ajudaria muito na estabilidade emocional dele.

O Sr. Henrique esboçou um sorriso amargo ao ouvir aquilo. Os cantos dos lábios se contraíram levemente, e ele baixou o olhar, sem responder.

O médico entendeu na hora. Parecia que havia ali uma história triste, então preferiu não insistir.

— Nosso hospital tem especialistas em psicologia bem renomados. Pode ser uma boa ideia deixar o paciente ter algum contato com eles, só pra ver como reage. — Sugeriu ele.

— Você acha que eu errei? Vitória não vinha de uma boa família, mas os Pereira nunca ligaram pra isso. Mesmo que o caráter dela deixasse a desejar... Pelo menos ela estava ali com o Gabriel. Fazia ele sorrir, fazia ele parar de adoecer…

Nos últimos dois anos, ele não havia se deixado levar pelo arrependimento. Mas depois do divórcio entre Gabriel e Beatriz, e agora diante da recaída... Esses pensamentos começaram a surgir.

“Se, naquela época, eu tivesse simplesmente aceitado que Gabriel se casasse com Vitória, talvez hoje os dois estivessem com uma família formada. Talvez já até houvesse um bisneto.

O caráter dela? Isso já não importava. Capacidade, status... Também não.

O importante era que ela sabia ser uma esposa presente, alguém que cuidava de Gabriel. E isso, por si só, já era o suficiente.”

— Sr. Henrique... Mas hoje o Sr. Gabriel não ama mais a Vitória. Na verdade, ele até sente repulsa por ela. — Disse o mordomo, com cuidado na voz. — E nesses dois anos vivendo lado a lado, quem ele passou a amar foi a Srta. Beatriz.

O Sr. Henrique voltou à realidade. Fechou os lábios por um instante e respondeu, com um leve tremor na voz:

— Mas e se... Se eu não tivesse forçado o Gabriel a ficar com a Bia? Ele ainda amaria a Vitória, não amaria? Afinal, pouco mais de um mês atrás... Ele feriu a Bia tão profundamente, tudo por causa daquela mulher…

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