— É, esse tipo de coisa realmente é difícil de se supor. — Disse o mordomo.
— Se desde o início o Sr. Gabriel tivesse se casado com a Vitória, provavelmente nunca teria cruzado o caminho da Srta. Beatriz, muito menos se apaixonado por ela. — O Sr. Henrique permaneceu em silêncio por um momento, até soltar, amargurado. — Então a culpa é minha, no fim das contas. Fui eu quem causou essa tragédia entre os dois com as próprias mãos.
Vendo o patrão tão preso aos erros do passado, incapaz de se libertar daquela culpa, o mordomo suspirou suavemente.
— O senhor não tinha como prever esse desfecho. E, de qualquer forma, era só um casamento por contrato com duração de dois anos. Todos nós achávamos que o melhor cenário seria o Sr. Gabriel e a Srta. Beatriz se apaixonarem de verdade. E, no pior dos casos, seria apenas o fim do casamento e uma nova chance para ele reconstruir a vida com outra pessoa.
Mas ninguém imaginava que o Sr. Gabriel machucaria Beatriz primeiro, só para depois perceber que a amava.
Agora, viraram um casal marcado por mágoas, presos numa relação de ressentimento e apego até hoje.
O Sr. Henrique não respondeu. Sabia muito bem que o passado não podia ser mudado. Ele não tinha como voltar no tempo.
“Então se arrepender agora era inútil. O melhor seria pensar em como enfrentar o presente... E buscar uma saída para a crise atual.”
— Entre em contato com os psicólogos deste hospital. É melhor tratar aqui mesmo, mais prático. — Ordenou ele.
O mordomo assentiu e se afastou discretamente para fazer a ligação.
O Sr. Henrique continuou ali fora, sentado na mesma posição, olhando para o nada, imerso nos próprios pensamentos.
Ficou assim por quase duas horas, até que, já passava das dez, decidiu retornar a casa.
O mordomo, por precaução, chamou os seguranças anteriores para vigiar a porta. A instrução era clara: se o Sr. Gabriel acordasse, que o avisassem imediatamente.
Na hora do almoço, refeitório da Aurora...
Beatriz comprou sua refeição e se sentou com os colegas.
Ela fitava o prato como se não o visse. Pegava grãos de arroz com o garfo e os levava à boca com movimentos mecânicos, sem foco, sem apetite.
— Beatriz, o que houve? Você tá estranha desde de manhã. — Perguntou uma colega, inclinando-se na direção dela.
— Nada demais. — Beatriz despertou de seus devaneios, forçando um leve sorriso ao encarar a amiga.
— Ah, para... Isso aí não é “nada”. Você tá no mundo da lua. Olha só a forma como tá comendo. — Retrucou a colega, desconfiada.
Beatriz ainda buscava uma desculpa para se explicar, quando, de repente, uma voz masculina surgiu às suas costas:
— Obrigada, diretor. Quanto ao trabalho, está tudo sob controle. Tenho conseguido lidar bem com as demandas. — Respondeu ela, com um sorriso educado.
— Então é assunto pessoal? — Insistiu Daniel, captando a deixa.
Assim que falou, a imagem do ex-marido de Beatriz, aquele traste, surgiu em sua mente.
Daniel franziu a testa.
“Será que o Gabriel estava incomodando Beatriz de novo?”
Mas como estavam num lugar público, não era apropriado tocar em assuntos particulares. Ele até quis perguntar, mas se conteve.
— Não é nada demais. Só tô um pouco sem ânimo hoje, coisa passageira. — Disse Beatriz, ainda mantendo o sorriso gentil.
Daniel assentiu, e os quatro voltaram a comer. Ninguém mais puxou conversa, e o clima à mesa era de uma simples refeição compartilhada por acaso.
Logo após o almoço, já dentro do elevador, Daniel pegou o celular e enviou uma mensagem para Beatriz.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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