A piada mal tinha terminado de sair da boca de Leonardo, quando a voz de Eduardo cortou o ar como uma lâmina:
— Nem pense nisso.
Os olhos dele se estreitaram, e o tom foi gélido, sem espaço para brincadeiras.
Leonardo congelou por um segundo.
A frieza daquela frase... Deu até um arrepio.
Recobrando-se, respondeu meio indignado:
— Ei! Eu tava só brincando! Tá surtando por quê?
— Não existe brincadeira nesse assunto. — Disse Eduardo, com a voz baixa e firme. — A Beatriz é amiga da minha irmã. Se você se aproximar com segundas intenções, não me responsabilizo pelo que faço.
Leonardo ficou pensado...
“Só por isso?
Quer dizer, tudo bem querer proteger a irmã...
Mas agora também vai começar a proteger as amigas da irmã?
Algo não batia.
Tava bem... Esquisito.”
— Eita, calma aí... — Disse Leonardo, estreitando os olhos com um sorrisinho malicioso. — Não me diga que você tá assim todo reativo porque... se apaixonou pela Beatriz?
Antes que Eduardo pudesse dar sua tradicional resposta automática, Leonardo continuou:
— Ah, deixa pra lá. Nem vou perguntar mais.
“Esse tipo aí é clássico.
Gosta, mas finge que não. Ou pior: nem percebe que já tá envolvido.
Mesmo que a gente abra a boca dele com alicate, não admite.”
Bom... Sorte pra ele.
Só esperava que não percebesse tarde demais, quando ela já estivesse com outro.
— Aquilo que eu falei foi só brincadeira, tá? — Leonardo deu de ombros, com aquele sorriso de quem já viu muita coisa. — Mas vou te dizer, eu mesmo não vou investir na Beatriz. Agora… ela tá solteira, e você sabe como é: vai chover em cima dela um bando de lobo faminto.
Ele fez uma pausa e completou, com ar provocador:
— Ainda mais sendo do jeitinho que ela é... Bonita, doce, com aquele ar de pureza? Conquista desde o estagiário até o diretor. Quero ver como você vai dar conta depois, hein~
Leonardo terminou com um riso provocador.
A ligação foi encerrada logo em seguida.
Tinha uma pequena empresa, bem administrada, com futuro promissor. Beatriz talvez não entrasse pra uma família rica e poderosa, mas certamente teria uma vida estável, confortável. Viraria a dona de um pequeno negócio, sem precisar se preocupar com o amanhã.
Na teoria, era perfeito. Um relacionamento tranquilo, saudável, construído passo a passo até virar algo bonito, sólido, uma família feliz, do tipo que todo mundo deseja.
Mas...
Eduardo sentia algo difícil de descrever. Não era exatamente raiva, nem tristeza… Só sabia que, naquela tarde, o humor dele não estava dos melhores.
Continuou trabalhando em silêncio até o fim do expediente, quando seu secretário trouxe o jantar que haviam pedido para ele.
A refeição era leve e de fácil digestão: mingau de carne magra com legumes, acompanhado de uma porção de costelinhas agridoce. E, como toque final, uma seleção de frutas frescas cuidadosamente cortadas.
Os lábios de Eduardo se curvaram levemente, quase num sorriso. Mas, à medida que comia, algo começou a incomodá-lo.
Aquilo tudo... Era exatamente o que Beatriz costumava preparar para o Gabriel, não era?
Tsc...
Na verdade, fazia todo sentido. Era natural até. Mas, ainda assim, havia algo nisso que o deixava com uma sensação estranha, inexplicável.
Pegou o celular. Olhou para o ícone do contato dela. Por alguns segundos, pensou em mandar uma mensagem, perguntar... Mas logo desistiu. Não queria mexer numa ferida que ainda podia estar aberta.
Então, rolou a tela para baixo... e tirou alguém da lista de bloqueados.
Em seguida, enviou uma foto, junto com uma frase curta...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
Desbloqueia por favor!!!!!...
Desbloqueia!!!!...
Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!...
Desbloqueia!!!!...
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...