A mãe dele não suportou o golpe.
Acabou definhando, presa à cama, o corpo e a mente mergulhados numa tristeza profunda.
Por causa disso, e para tentar salvá-la de vez, a família inteira teve que se mudar para o exterior.
Permanecer naquela cidade, com tudo relembrando a filha perdida, era como mergulhar numa dor sem fim.
Vinte anos se passaram desde então.
Hoje, todos na família, em maior ou menor grau, haviam aprendido a conviver com a dor. A aceitar a realidade brutal:
A irmã jamais seria encontrada.
Ou pior... Talvez nem estivesse mais viva.
O homem respirou fundo, forçando-se a sair daquele mar de lembranças sombrias.
Apertou o estojo com firmeza nas mãos.
Seu olhar, antes distante, agora se acendia com uma chama inesperada, uma faísca de esperança.
Se aquele colar voltou a circular no mercado, isso não poderia ser coincidência.
Será que... Sua irmã estava por perto?
Será que ela estava mesmo ali, na Cidade A?
Claro, havia outra possibilidade, que a joia tivesse parado nas mãos de alguém por puro acaso, sem qualquer relação direta com ela.
Mas mesmo assim... Por menor que fosse a chance, ele não deixaria escapar.
Vinte anos de busca.
E ele sabia, no fundo do coração, que sua irmã também o esperava.
Esperava que um dia ele viesse levá-la de volta pra casa.
Com os dedos ágeis, puxou o celular do bolso e fez uma ligação.
— Entre em contato com a casa de leilões. Quero falar com quem vendeu aquele colar de esmeralda. — Ordenou.
Enquanto isso, em um hotelzinho simples, num canto qualquer da cidade...
Vitória olhava fixamente para a tela do celular.
Os olhos arregalados, o coração quase parando.
Ela conferiu e reconferiu os números, contando e recontando os zeros.
Só então teve coragem de acreditar.
Aquilo era real.
Ela estava milionária.
— Cem milhões... Cem milhões!!! — Murmurou, a voz embargada de euforia.
Claro que ela sabia que o colar era valioso.
Mas achava que, com sorte, renderia uns trinta ou quarenta milhões, no máximo.
Jamais imaginou que o preço final fosse mais que o dobro, quase o triplo!
Atendeu com desconfiança.
Mas, à medida que ouvia o que a voz do outro lado dizia... Foi como se levasse um balde de água fria na cabeça.
Todo aquele êxtase virou estilhaço.
— Ele quer me ver? Mas por quê?! — A voz dela subiu sem perceber.
Por que o comprador queria encontrá-la?
Será que estava arrependido?
Ia tentar reaver o colar? Exigir o dinheiro de volta?
Ou pior: e se fosse uma armadilha?
E se o colar fosse falso, e ela acabasse sem dinheiro e sem joia, caindo como uma idiota enquanto o outro saía de mãos cheias?
— Eu não vou. — Disse, sem dar tempo pro homem responder. — Tem contrato, né? Martelo batido, sem direito a arrependimento. Eu já usei o dinheiro.
Do outro lado da linha, o funcionário se apressou em esclarecer:
— Srta. Vitória, me perdoe, mas a senhora entendeu mal. O comprador não quer desfazer o negócio. Isso jamais aconteceria aqui, nossa reputação não permitiria uma situação dessas. — Explicou, com firmeza. — Ele apenas pediu que eu transmitisse um recado. Gostaria de encontrá-la pessoalmente.
Ao ouvir isso, Vitória sentiu o coração, que antes batia como um tambor, aos poucos desacelerar.
Mas, ainda assim, a desconfiança permanecia.
— E por que ele quer me ver?
— Isso... É uma questão pessoal dele. — Explicou o responsável, num tom neutro. — Eu estou apenas fazendo a ponte. Se a senhora quiser, marcamos. Caso contrário, garantimos total sigilo e não repassaremos seus dados.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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