Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 465

A mãe dele não suportou o golpe.

Acabou definhando, presa à cama, o corpo e a mente mergulhados numa tristeza profunda.

Por causa disso, e para tentar salvá-la de vez, a família inteira teve que se mudar para o exterior.

Permanecer naquela cidade, com tudo relembrando a filha perdida, era como mergulhar numa dor sem fim.

Vinte anos se passaram desde então.

Hoje, todos na família, em maior ou menor grau, haviam aprendido a conviver com a dor. A aceitar a realidade brutal:

A irmã jamais seria encontrada.

Ou pior... Talvez nem estivesse mais viva.

O homem respirou fundo, forçando-se a sair daquele mar de lembranças sombrias.

Apertou o estojo com firmeza nas mãos.

Seu olhar, antes distante, agora se acendia com uma chama inesperada, uma faísca de esperança.

Se aquele colar voltou a circular no mercado, isso não poderia ser coincidência.

Será que... Sua irmã estava por perto?

Será que ela estava mesmo ali, na Cidade A?

Claro, havia outra possibilidade, que a joia tivesse parado nas mãos de alguém por puro acaso, sem qualquer relação direta com ela.

Mas mesmo assim... Por menor que fosse a chance, ele não deixaria escapar.

Vinte anos de busca.

E ele sabia, no fundo do coração, que sua irmã também o esperava.

Esperava que um dia ele viesse levá-la de volta pra casa.

Com os dedos ágeis, puxou o celular do bolso e fez uma ligação.

— Entre em contato com a casa de leilões. Quero falar com quem vendeu aquele colar de esmeralda. — Ordenou.

Enquanto isso, em um hotelzinho simples, num canto qualquer da cidade...

Vitória olhava fixamente para a tela do celular.

Os olhos arregalados, o coração quase parando.

Ela conferiu e reconferiu os números, contando e recontando os zeros.

Só então teve coragem de acreditar.

Aquilo era real.

Ela estava milionária.

— Cem milhões... Cem milhões!!! — Murmurou, a voz embargada de euforia.

Claro que ela sabia que o colar era valioso.

Mas achava que, com sorte, renderia uns trinta ou quarenta milhões, no máximo.

Jamais imaginou que o preço final fosse mais que o dobro, quase o triplo!

Atendeu com desconfiança.

Mas, à medida que ouvia o que a voz do outro lado dizia... Foi como se levasse um balde de água fria na cabeça.

Todo aquele êxtase virou estilhaço.

— Ele quer me ver? Mas por quê?! — A voz dela subiu sem perceber.

Por que o comprador queria encontrá-la?

Será que estava arrependido?

Ia tentar reaver o colar? Exigir o dinheiro de volta?

Ou pior: e se fosse uma armadilha?

E se o colar fosse falso, e ela acabasse sem dinheiro e sem joia, caindo como uma idiota enquanto o outro saía de mãos cheias?

— Eu não vou. — Disse, sem dar tempo pro homem responder. — Tem contrato, né? Martelo batido, sem direito a arrependimento. Eu já usei o dinheiro.

Do outro lado da linha, o funcionário se apressou em esclarecer:

— Srta. Vitória, me perdoe, mas a senhora entendeu mal. O comprador não quer desfazer o negócio. Isso jamais aconteceria aqui, nossa reputação não permitiria uma situação dessas. — Explicou, com firmeza. — Ele apenas pediu que eu transmitisse um recado. Gostaria de encontrá-la pessoalmente.

Ao ouvir isso, Vitória sentiu o coração, que antes batia como um tambor, aos poucos desacelerar.

Mas, ainda assim, a desconfiança permanecia.

— E por que ele quer me ver?

— Isso... É uma questão pessoal dele. — Explicou o responsável, num tom neutro. — Eu estou apenas fazendo a ponte. Se a senhora quiser, marcamos. Caso contrário, garantimos total sigilo e não repassaremos seus dados.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle