Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 466

Vitória, claro, não tinha a menor intenção de aceitar o encontro.

Mesmo com o responsável garantindo que o comprador não queria desfazer o negócio... Vai saber, né?

E se acontecesse alguma coisa no encontro? Uma reviravolta?

Mas, quando já estava prestes a recusar de vez, hesitou.

Afinal... Estamos falando de alguém que desembolsou cem milhões por um colar como se fosse troco de padaria.

Com certeza, esse homem tinha status e poder no nível do Gabriel, ou até mais.

E ela já tinha plena consciência: dali pra frente, qualquer homem que conseguisse atrair nunca mais estaria no mesmo patamar do ex.

Então... Talvez valesse pensar melhor.

— Quem quer me ver é um homem ou uma mulher? — Perguntou.

Se fosse mulher, aí nem precisava pensar. Seria “não” direto.

Mas se fosse...

— Um cavalheiro. — Respondeu o responsável.

— E quantos anos ele tem? — Vitória se apressou em perguntar.

Do outro lado da linha, o funcionário hesitou por um instante. A pergunta parecia ter pego ele de surpresa.

— Não tô pedindo nome nem histórico, né? Só a idade, dá pra dizer? — Insistiu Vitória, ligeira.

O homem pensou alguns segundos.

Sabia que o comprador era uma figura poderosa, com influência de sobra, e demonstrava real interesse em encontrar a vendedora.

Era de seu interesse facilitar esse encontro.

— Não posso entrar em muitos detalhes, mas é alguém jovem. Cerca de trinta anos. — Respondeu.

Ao ouvir isso, os olhos de Vitória brilharam.

Perfeito. Um homem jovem. Não era nenhum velho cheio de manias.

— E ele...

Ia perguntar se ele era casado. Mas parou a tempo.

Aquilo já seria deixar as intenções óbvias demais.

O funcionário, percebendo que ela não completou a frase, questionou com gentileza:

— Srta. Vitória, deseja saber mais alguma coisa? Posso transmitir o recado.

— Não... Mais nada. — Respondeu ela, fingindo desinteresse.

— E a senhora aceita o encontro? Posso agendar? — Insistiu o homem.

— Não, por enquanto não. — Disse Vitória.

O responsável pelo leilão suspirou, um pouco desapontado.

Fazer o quê? Já tinha feito tudo que estava ao alcance.

Se o comprador ainda insistisse em entrar em contato com a Srta. Vitória, teria que buscar outras alternativas.

Já estava prestes a encerrar a ligação, quando a voz da mulher voltou a surgir do outro lado:

— Mas olha... Pode passar meu número pra ele. A gente pode conversar por telefone antes. Depois, eu vejo se vale a pena encontrar pessoalmente.

Não valia a pena agir por impulso. Ele precisava estar calmo e centrado.

Afinal, no dia seguinte, quando finalmente entrasse em contato, teria que manter a racionalidade.

Fazer as perguntas certas.

Analisar as respostas.

Comparar dados.

Evitar deixar a emoção atropelar a lógica.

Tentou acalmar os sentimentos que ameaçavam transbordar.

Pensou melhor e resolveu, por enquanto, não contar nada aos pais.

Eles não tinham vindo com ele para o país desta vez.

Seria melhor esperar ter certeza antes de levantar falsas esperanças.

Pegou o celular novamente.

Abriu a última foto salva da irmã, ela com seu vestidinho rosa de princesa, os sapatinhos pretos de couro com renda e aquele sorriso doce, encantador.

A saudade bateu com força.

Como uma hera, foi se enrolando em torno dele.

E, com ela, vieram também a culpa e o arrependimento de todos esses anos.

A dor de não ter conseguido protegê-la.

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