Vitória passou a noite sem receber a tão esperada ligação.
Foi dormir frustrada, se arrependendo de não ter pedido o número do comprador.
Devia ter resolvido logo de uma vez.
Estava ansiosa pra saber se o sujeito tinha potencial e assim evitar perder tempo procurando outro homem.
Passou a noite imaginando quando ele ligaria.
E, como se o destino ouvisse seus pensamentos... O telefone tocou às oito e meia da manhã.
O aparelho vibrava uma, duas, três vezes.
Mas Vitória ainda dormia profundamente, sem atender.
Quando acordou, já eram onze da manhã.
Pegou o celular e viu: três chamadas perdidas de um número desconhecido.
O coração deu um salto.
Como se isso não bastasse, o tal número misterioso ainda tinha deixado uma mensagem:
[Bom dia. Aqui é o comprador do colar leiloado ontem. Consegui seu contato através da casa de leilões. Fico à disposição para conversarmos.]
Vitória nem pensou duas vezes e imediatamente retornou a ligação.
Do outro lado, o homem atendeu em poucos segundos.
— Alô? — Disse ele.
A voz que saiu do aparelho era grave, aveludada, com uma vibração magnética.
Digna de um dublador profissional.
Vitória quase perdeu o ar.
Seu rosto se iluminou num sorriso involuntário, e ela teve que se controlar pra não soltar um gritinho de animação.
“Com uma voz dessas... Impossível ser feio.”
Ela já tinha certeza: era um riquinho bonito, com sangue azul e conta bancária ainda mais nobre.
— Alô, bom dia. — Respondeu ela, com o tom propositalmente doce e aveludado. — Me desculpe por não atender mais cedo, eu estava... ocupada.
— Sem problema. — Disse ele, direto. — Te liguei pra conversar sobre o colar.
Vitória já estava com todo um discurso pronto.
Se ele ousasse dar a entender que queria desfazer o negócio, a resposta seria um “não” bem firme.
Se tentasse vir com história de querer trocar a peça ou fazer alguma inspeção fora do padrão, ela não cairia.
Deixaria o leiloeiro resolver. Nada de joguinhos.
Ela era esperta demais pra isso.
Afinal de contas, o laudo de autenticação da peça era oficial, legítimo, inquestionável.
Ninguém ia passar por cima disso só porque ela não tinha sobrenome poderoso.
Mas a pergunta que veio em seguida do outro lado da linha...
Fugiu completamente das possibilidades que Vitória tinha imaginado.
— De onde você conseguiu esse colar?
A pergunta veio direta, seca, como um tiro no meio da alma.
Vitória congelou.
Em um escritório alto, com vista panorâmica da cidade...
Ao ouvir a resposta segura da jovem, de que o colar sempre fora dela, o homem se enrijeceu na cadeira.
O corpo todo ficou em alerta.
A respiração mudou.
O coração batia mais forte.
Ela... poderia mesmo ser sua irmã?
— Qual... Qual é o seu nome? — Perguntou ele, a voz embargada por uma emoção contida, quase imperceptível, mas intensa.
Devia ter começado por aí.
Mas não quis demonstrar o real motivo do contato tão cedo.
Queria primeiro eliminar a possibilidade de estar enganado.
Do outro lado da linha, houve uma breve pausa.
— Eu me chamo...
Vitória hesitou.
Uma fração de segundo.
Pensou em tudo que já tinha visto nos noticiários: gente sendo desmascarada com apenas um nome e um banco de dados.
Hoje em dia, bastava digitar três letras num sistema e pronto: vida exposta.
Ela precisava pensar bem antes de entregar qualquer coisa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...