Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 468

Ainda mais com aquele homem.

Com o dinheiro e a influência que ele tinha, bastava saber o nome dela pra descobrir onde estava hospedada naquele hotelzinho simples.

Seria questão de minutos.

— Por que essa pergunta? Nome é informação pessoal, não é? — Retrucou Vitória, com o tom cheio de desconfiança.

Cem milhões.

Era isso que estava em jogo.

Sua virada de vida. Sua tábua de salvação.

Mesmo que no começo tivesse ficado balançada com a voz e a possível aparência do homem, jamais seria burra o suficiente pra entregar um bilhete premiado nas mãos dele.

— Me desculpe se passei a impressão errada. Eu não sou nenhum criminoso. — Respondeu o homem, apressado, notando o tom tenso dela.

Ter alguém tão cautelosa assim era, na verdade, um bom sinal.

Se ela fosse mesmo sua irmã... Era um alívio saber que sabia se proteger.

— Então pra quê você quer saber meu nome? — Ela rebateu, na defensiva.

E, sem dar tempo para a resposta, completou, virando o jogo:

— Aliás, antes de pedir o nome de uma dama, não deveria se apresentar primeiro? Isso é o mínimo de educação de um cavalheiro.

Renato ficou em silêncio por um segundo.

Depois respondeu:

— Desculpe, foi uma falha minha. Meu nome é Renato Cardoso.

Vitória repetiu o nome mentalmente, duas vezes.

Guardou na memória como quem salva uma senha importante.

Mais tarde, com certeza, ia pesquisar: de qual família do alto escalão da Cidade A esse tal de “Renato Cardoso” fazia parte?

— E o seu nome? — Perguntou ele em seguida, calmo.

Mas Vitória não pretendia entregar nada.

Foi direta:

— Você me procurou pra falar sobre o quê, exatamente? Já vou deixar claro desde agora: aquele colar é meu.

Renato franziu os lábios.

Ela estava mesmo em estado de alerta total.

Sem o nome dela, teria que seguir por outro caminho.

— Você tem família? — Perguntou ele.

Ao ouvir isso, Vitória ergueu as sobrancelhas e... Sorriu.

“Ahhh... Então era isso?

Pergunta atrás de pergunta... Com essa intensidade toda... Era tentativa de flerte, né?

Usou o colar como desculpa pra se aproximar. Primeiro o nome, agora queria saber da vida pessoal.

Homens...

Engraçado.”

Ela nem tinha começado a fisgar ele de verdade, e o peixe já tava mordendo a isca.

Ela achava aquilo até fofo.

“Um homem desses, com toda essa voz e postura... E ainda por cima tímido? Sorte minha”, pensou, com um brilho de vitória nos olhos.

Já estava pronta pra encerrar o teatrinho com uma gracinha:

— Não precisa se explicar tanto...

Mas a frase dela foi cortada no meio, no exato segundo em que a voz grave de Renato se sobrepôs:

— Aquele colar... Originalmente era da minha família. Foi comprado por meu pai, há mais de vinte anos, num leilão.

Silêncio.

Total.

Como se, por um momento, até o ar tivesse sumido do ambiente.

Vitória congelou.

Toda a leveza, toda a autoconfiança... Evaporaram.

A garganta secou.

O coração, que antes batia animado, parou de repente.

O quê?!

Renato disse... Que o colar era da família dele?

Isso só podia significar uma coisa.

“Ele... É da família da Beatriz?”

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