Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 469

— Por isso quero entender melhor a origem desse colar. — Continuou a voz firme de Renato do outro lado da linha. — Você disse que usa ele desde criança... Então, qual é o seu nome?

Na cama, Vitória tremia.

As mãos suadas, trêmulas, quase deixando o celular escapar.

O rosto branco como papel.

Ela sabia.

Sabia que sua mentira estava prestes a ser desmascarada.

Desde o primeiro encontro com Beatriz, já tinha sentido: aquela menina só podia vir de berço de ouro.

A postura, o olhar, as roupas... Era uma princesa saída de um conto de fadas.

E agora?

Agora, com a exposição do colar, a família dela tinha vindo atrás.

E, se isso fosse verdade...Então descobrir que o colar não era realmente dela era só uma questão de tempo.

A insegurança tomou conta.

Os dedos perderam força. O celular escorregava.

Ela pensou em fugir.

Agora.

Enquanto ainda não tinha dito seu nome.

Enquanto Beatriz ainda não sabia de nada.

Mas...

Cem milhões.

Ela não queria abrir mão daquilo.

Depois de já ter perdido Gabriel, seu último bilhete premiado, agora ainda teria que sair correndo, escondida, feito uma criminosa?

Vitória mordeu o lábio inferior com tanta força que sentiu o gosto metálico se espalhar pela boca.

Estava tremendo dos pés à cabeça.

A mente girava em círculos: medo, raiva, ganância, frustração.

Tudo ao mesmo tempo.

O que fazer?

O que fazer agora?

— Senhora? Está me ouvindo? — Do outro lado, Renato estranhou o silêncio longo e perguntou com cautela.

— Tô... Tô ouvindo. — Respondeu ela, com a voz fraca, quase inaudível.

— Então... Agora você pode me dizer o seu nome? — Insistiu ele, com uma ansiedade que beirava o desespero.

Estava nervoso, esperançoso.

O coração aos pulos.

Se ela dissesse aquele nome... aquele nome...

— Meu nome é... — Vitória começou, mas a voz falhou.

Ela hesitou.

Na mente de Vitória, várias possibilidades se atropelavam:

“Primeira:

Inventar um nome falso, só pra despistar, sem dar chance de ser rastreada.

Segunda:

Desligar o telefone ali mesmo. Sair correndo. Sumir.

Renato, que até então estava em suspense, sentia o tempo se arrastar cruelmente.

Cada segundo sem resposta era uma agulhada nos nervos.

Começou a franzir o cenho.

A adrenalina deu espaço à cautela.

Por que tanto silêncio pra dizer um simples nome?

Parecia que ela não queria que ele soubesse.

“Será que...

Será que o colar nunca foi dela?

Talvez, ao ouvir ele contar que a joia tinha pertencido à sua família, ela tenha se assustado.

Agora estaria tentando inventar uma desculpa, uma saída.”

Renato fechou o semblante.

O olhar, antes cheio de esperança, ficou sombrio.

Se ela estiver mentindo...

Se tiver tido a audácia de olhar nos olhos dele, ainda que por telefone, e sustentar tamanha farsa...

Aí, ele não teria piedade.

Não mesmo.

Uma coisa era alguém estar em posse de uma joia sem saber sua origem.

Outra completamente diferente era mentir conscientemente, com a intenção de enganar.

Ela com certeza não se chamava como sua irmã.

E também não carregava o nome Cardoso.

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