No Brasil, a noite passou rapidamente.
Eram oito da manhã quando Beatriz terminou um café da manhã simples, colocou uma mochila nas costas e saiu de casa.
Parou na calçada em frente ao condomínio, com o celular na mão, prestes a chamar um carro por aplicativo.
Ainda digitava o destino quando um sedã branco parou ao lado.
— Senhorita, vai pra onde? Posso te levar. — Disse o motorista, um homem de meia-idade, com o rosto simpático inclinado pela janela.
Beatriz levantou os olhos, ligeiramente surpresa.
O homem foi logo emendando, como se adivinhasse a dúvida dela:
— Acabei de deixar uma passageira aí no seu prédio, te vi saindo. Vem comigo, ué. Sou motorista de aplicativo, tudo certinho no sistema, tá? E em plena luz do dia, pode ficar tranquila.
Para reforçar a credibilidade, ele virou o celular e mostrou a tela: o aplicativo aberto, com os dados do carro, modelo, placa.
O tom era exageradamente prestativo.
Beatriz, cautelosa, contornou até o outro lado do veículo para ver a placa e digitou os números no campo de busca.
Tudo conferia.
Ela já estava com a mão na maçaneta, pronta pra entrar, quando...
Uma buzina soou atrás dela, fazendo-a virar o rosto por reflexo.
Do outro lado da rua, um Mercedes-Benz preto estacionava com elegância.
A porta se abriu e, saindo com aquele ar meio debochado de sempre, estava Leonardo, de terno impecável e um sorriso ainda mais atrevido.
— Oi, gata~ — Disse ele, inclinando o corpo para fora da janela. — Que coincidência maravilhosa, hein?
Beatriz piscou, um pouco surpresa ao reconhecê-lo.
— Sr. Leonardo? O que faz por aqui?
— Ora essa… Vim te buscar, claro. — Respondeu, levantando a sobrancelha com malícia.
Não tinham combinado nada, mas já que ele estava ali, e era alguém conhecido, ela não pensou duas vezes.
Virou-se para o motorista do carro branco e disse, educadamente:
— Desculpa, senhor. Um amigo veio me buscar. Obrigada, de qualquer forma.
Fechou a porta que mal chegou a abrir e atravessou a rua.
O motorista, ainda sentado dentro do sedã branco, ficou olhando o movimento com os olhos escurecendo lentamente.
Seu olhar acompanhava a figura de Beatriz enquanto ela se afastava.
Seus dedos apertaram o volante com força. O pé direito deslizou até o pedal do acelerador.
Ficou parado assim por alguns segundos.
Poderia...
Mas não fez.
Leonardo sorriu e disse com certo orgulho:
— Acho que você ainda não sabe, mas na primeira audiência da partilha de bens, a família Pereira… Ao invés de reduzir a oferta, aumentou.
Beatriz arregalou levemente os olhos, surpresa. Nem teve tempo de perguntar, ele já tinha antecipado:
— Foi gente do Sr. Henrique que veio falar comigo. Mas fica tranquila: não mencionei nada sobre a segunda audiência. A gente aceitou a proposta… E eu não sou de cuspir no prato que como.
Ela apertou levemente os lábios, pensativa. Leonardo notou na hora e disparou:
— Nem pense em devolver, viu? O dinheiro é seu. Se te deram, aceite. Quem recusa presente assim é boba.
— Eu sou a parte interessada. A decisão final é minha. — Disse ela, sem se abalar.
Leonardo soltou um longo suspiro dramático, como quem se rendia:
— E eu aqui já fazendo planos… Achei que ia sair dessa com um Maybach zero na garagem!
Beatriz riu baixinho, com aquele brilho silencioso nos olhos:
— Então que o próximo caso do Sr. Leonardo seja ainda maior. Que venham clientes ricos e desesperados.
— Que suas palavras se realizem, amém! — Ele respondeu, divertido.
Mas então, com um olhar mais sério, Beatriz perguntou:
— E você? Por que resolveu sair cedo hoje? Não combinamos de nos ver lá no fórum como da outra vez?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...