Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 509

No Brasil, a noite passou rapidamente.

Eram oito da manhã quando Beatriz terminou um café da manhã simples, colocou uma mochila nas costas e saiu de casa.

Parou na calçada em frente ao condomínio, com o celular na mão, prestes a chamar um carro por aplicativo.

Ainda digitava o destino quando um sedã branco parou ao lado.

— Senhorita, vai pra onde? Posso te levar. — Disse o motorista, um homem de meia-idade, com o rosto simpático inclinado pela janela.

Beatriz levantou os olhos, ligeiramente surpresa.

O homem foi logo emendando, como se adivinhasse a dúvida dela:

— Acabei de deixar uma passageira aí no seu prédio, te vi saindo. Vem comigo, ué. Sou motorista de aplicativo, tudo certinho no sistema, tá? E em plena luz do dia, pode ficar tranquila.

Para reforçar a credibilidade, ele virou o celular e mostrou a tela: o aplicativo aberto, com os dados do carro, modelo, placa.

O tom era exageradamente prestativo.

Beatriz, cautelosa, contornou até o outro lado do veículo para ver a placa e digitou os números no campo de busca.

Tudo conferia.

Ela já estava com a mão na maçaneta, pronta pra entrar, quando...

Uma buzina soou atrás dela, fazendo-a virar o rosto por reflexo.

Do outro lado da rua, um Mercedes-Benz preto estacionava com elegância.

A porta se abriu e, saindo com aquele ar meio debochado de sempre, estava Leonardo, de terno impecável e um sorriso ainda mais atrevido.

— Oi, gata~ — Disse ele, inclinando o corpo para fora da janela. — Que coincidência maravilhosa, hein?

Beatriz piscou, um pouco surpresa ao reconhecê-lo.

— Sr. Leonardo? O que faz por aqui?

— Ora essa… Vim te buscar, claro. — Respondeu, levantando a sobrancelha com malícia.

Não tinham combinado nada, mas já que ele estava ali, e era alguém conhecido, ela não pensou duas vezes.

Virou-se para o motorista do carro branco e disse, educadamente:

— Desculpa, senhor. Um amigo veio me buscar. Obrigada, de qualquer forma.

Fechou a porta que mal chegou a abrir e atravessou a rua.

O motorista, ainda sentado dentro do sedã branco, ficou olhando o movimento com os olhos escurecendo lentamente.

Seu olhar acompanhava a figura de Beatriz enquanto ela se afastava.

Seus dedos apertaram o volante com força. O pé direito deslizou até o pedal do acelerador.

Ficou parado assim por alguns segundos.

Poderia...

Mas não fez.

Leonardo sorriu e disse com certo orgulho:

— Acho que você ainda não sabe, mas na primeira audiência da partilha de bens, a família Pereira… Ao invés de reduzir a oferta, aumentou.

Beatriz arregalou levemente os olhos, surpresa. Nem teve tempo de perguntar, ele já tinha antecipado:

— Foi gente do Sr. Henrique que veio falar comigo. Mas fica tranquila: não mencionei nada sobre a segunda audiência. A gente aceitou a proposta… E eu não sou de cuspir no prato que como.

Ela apertou levemente os lábios, pensativa. Leonardo notou na hora e disparou:

— Nem pense em devolver, viu? O dinheiro é seu. Se te deram, aceite. Quem recusa presente assim é boba.

— Eu sou a parte interessada. A decisão final é minha. — Disse ela, sem se abalar.

Leonardo soltou um longo suspiro dramático, como quem se rendia:

— E eu aqui já fazendo planos… Achei que ia sair dessa com um Maybach zero na garagem!

Beatriz riu baixinho, com aquele brilho silencioso nos olhos:

— Então que o próximo caso do Sr. Leonardo seja ainda maior. Que venham clientes ricos e desesperados.

— Que suas palavras se realizem, amém! — Ele respondeu, divertido.

Mas então, com um olhar mais sério, Beatriz perguntou:

— E você? Por que resolveu sair cedo hoje? Não combinamos de nos ver lá no fórum como da outra vez?

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle