Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 53

Duas mulheres chegaram ao hospital na mesma manhã, ambas envolvidas num caso de vazamento de gás.

Embora só uma delas estivesse em estado grave e precisasse de tratamento de emergência, as enfermeiras, já por dentro do burburinho, tratavam o assunto como se fosse drama de novela.

Olhavam para aquele homem com desprezo escancarado, como se ele fosse o vilão da história.

Afinal… Quem ele salvou primeiro, no calor do momento? A amante.

E agora estava ali, fazendo pose de marido preocupado… Enquanto a esposa legítima ainda lutava entre a vida e a morte.

Na manhã seguinte, Gabriel pediu licença do trabalho. Permaneceu o tempo todo do lado de fora do quarto, em silêncio, de guarda. Já não fazia ideia de quanto tempo havia se passado. Nem sequer tinha ido ver Vitória.

No fim, foi Vitória quem o procurou. Quando a viu se aproximando, Gabriel saiu do torpor, levantou-se apressado e correu para ajudá-la a sentar-se.

— E a Bia? Como ela tá? A culpa foi minha... Eu desmaiei e nem consegui avisar a Bia. — Disse Vitória, com um olhar profundamente arrependido.

— Não foi sua culpa. Você também foi uma vítima. — Respondeu Gabriel, sério, mas gentil.

— Já descobriram o que aconteceu? Foi vazamento no cano? — Perguntou ela, preocupada.

— Não. Disseram que a chama se apagou, mas o botão do fogão ficou ligado. — Explicou Gabriel, com os lábios tensos.

Essa era a avaliação da equipe de manutenção do condomínio. Quando entraram no apartamento, o botão já estava desligado, a janela aberta e a porta da cozinha fechada, o que, por sorte, impediu que o gás se espalhasse ainda mais.

— Você mexeu no fogão antes de dormir ontem? — Gabriel quis saber.

— Não. Nem cheguei a entrar na cozinha. — Respondeu Vitória, com naturalidade.

Gabriel franziu a testa, insistindo:

— E você lembra se a porta da cozinha estava aberta ou fechada ontem à noite?

— Aberta. Eu estava na sala, lembra? Vigiando para Bia não tentar sair. Fiquei de olho a noite toda. — Disse ela, com simplicidade.

Gabriel arregalou os olhos, surpreso com aquilo.

— Você não voltou pro quarto a noite inteira?

Seus dedos se fecharam em punhos. O olhar cravado na porta do quarto.

Queria entrar ali agora mesmo. Queria olhar nos olhos dela e arrancar a verdade à força.

— Gabi… A Bia provavelmente estava distraída, esqueceu mesmo. Ela tá pior do que eu. Não briga com ela. — Disse Vitória, tocando suavemente o braço dele.

— Esqueceu?! Ela não teve nem o mínimo de noção de segurança! Por causa disso, você quase morreu! Isso não é distração, é tentativa de assassinato! — Explodiu Gabriel, os olhos em chamas.

— Mas a Bia também se machucou. Se fosse de propósito, ela não teria se ferido desse jeito… — Insistiu Vitória, tentando enxergar o melhor na situação.

— Esqueceu do que aconteceu duas semanas atrás? Você se queimou. E quem saiu toda ferida, parecendo vítima, foi ela! — Retrucou Gabriel, cerrando os dentes. — Aquilo foi teatro. Um show! Ela é capaz de tudo... Até de se machucar para manipular.

Vitória abaixou o olhar, sem palavras. Por mais que tentasse encontrar uma justificativa, os fatos falavam por si. Murmurou, hesitante:

— Ela deve ter ficado com raiva porque eu estou morando com você... Me ajuda a procurar um lugar? Eu posso sair...

— Sair o quê?! Você vai continuar lá em casa! — Disse Gabriel, a voz firme, quase ríspida. — Ela me prometeu que não ia mais te machucar. Ainda fez pose de nobre, recusou o colar como se tivesse princípios... E agora aparece com uma dessas! Eu realmente cheguei no meu limite com ela. Beatriz... Ela é cruel. Maligna!

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