Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 538

Eduardo respondeu citando exatamente a mensagem anterior de Beatriz:

[De fato, você estava bem fora de si. Não quer saber o que fez, ou o que disse, enquanto estava bêbada? Tenho a gravação aqui. Posso te ajudar a lembrar.]

Foi como se uma bomba tivesse explodido dentro da cabeça de Beatriz.

“Gravação?”

O som que ressoou em sua mente foi um “bzzzz” ensurdecedor. Como se tudo ao redor tivesse ficado mudo, e a mente entrasse em colapso por um segundo.

Ela havia apagado completamente. Nem se lembrava de ter chegado em casa.

O que ela tinha feito? Teria passado vexame?

“Não… Não pode ser que tenha chorado abraçada no Eduardo! Isso seria o fim!”

E ele… Ele gravou?! Como alguém faz isso?

Beatriz já era naturalmente tímida. O rubor que mal tinha sumido de seu rosto agora voltava com força total, deixando-a vermelha como um camarão cozido.

Ela já começava a imaginar todo tipo de humilhação. E pior: agora tinha certeza de que Eduardo só a tinha levado para casa para se divertir às custas dela.

Aquele homem perverso devia ter rido dela o caminho inteiro. Gravado tudo e, quem sabe, até filmado só para provocá-la depois com aquilo.

As mãos tremiam enquanto ela digitava uma resposta, tentando manter a dignidade:

[O que eu fiz? Me conta, por favor. Não tô com medo, só… Só… Com um pouco de vergonha.]

Sim, era isso. Uma vergonha profunda. Humilhação pura.

Nunca, em toda a sua vida, tinha se sentido tão socialmente destruída. E ainda mais na frente da única pessoa que parecia ter prazer em vê-la constrangida. Isso era como entregar a faca e ainda esticar o pescoço.

Mas, enquanto digitava, algo aconteceu bem diante dela…

A poucos metros de distância, um homem vestindo um terno azul-marinho a observava.

Era Gabriel.

Ao ver o rosto corado de Beatriz, os olhos baixos, o corpo todo retraído, como se estivesse em um transe de timidez e encantamento, ele congelou.

A expressão dela…

O jeito que desviava o olhar, a bochecha vermelha, os passos trôpegos como se andasse sobre nuvens…

Aquilo era claramente o sinal de uma mulher… Apaixonada.

Beatriz estava com o coração tocado por outro homem.

O rosto ruborizado, o jeito atrapalhado… Era evidente que estava sendo provocada por palavras doces. Por mensagens íntimas.

E, naquele instante, o homem que havia acabado de assinar o divórcio no dia anterior... não aguentou mais.

Gabriel desmoronou por dentro.

O corpo inteiro vacilou. Cambaleou como se tivesse perdido o equilíbrio, quase trombando em várias pessoas no caminho, o que provocou olhares irritados e reclamações.

— Ei, Sr. Gabriel! Cuidado! — Gritou Rafael, correndo atrás.

De propósito, aumentou um pouco o tom de voz, alto o bastante para que Beatriz que ainda andava distraída com o celular pudesse escutar.

Tinham se divorciado ontem. Ontem! E Beatriz... Já parecia apaixonada por outro?

Durante os dez dias que passou na detenção… O que tinha acontecido? Como tudo pôde mudar tão rápido?

Desgraçado! Quem foi o maldito que se aproveitou dela? Quem ousou tocar no que era dele?!

Gabriel estava prestes a perder o controle. O sangue fervia nas veias. Tinha vontade de gritar, de socar alguma coisa, de fazer escândalo.

Mas se conteve. Tudo ficou preso na garganta.

Ele ainda temia assustá-la. E, por mais quebrado e desequilibrado que estivesse… não queria ver Beatriz com medo dele.

No meio do restaurante...

Beatriz tentou se soltar. Lutou. Mas a mão dele era forte demais. Por mais que se debatesse, não conseguia escapar.

Ela não respondeu às perguntas. Não lhe devia explicações.

Olhou para ele por cima do ombro e, com frieza cortante, disse:

— Se você não me soltar agora, eu chamo a polícia.

A ameaça veio seca, firme, sem hesitação.

Mas, em vez de recuar, Gabriel apertou ainda mais.

A pressão em seu braço aumentou, e ela sentiu a dor. Sua testa se franziu involuntariamente.