Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 594

Quem conseguia colocar as mãos nesse tipo de droga, com certeza, não era um criminoso de primeira viagem. Estava em outro nível, alguém calejado no mundo do crime.

— O que o médico disse? Qual é a real situação da Beatriz? — Perguntou Eduardo.

— Ela ainda está na emergência. Já faz uma hora que entrou. — Respondeu Letícia.

Em seguida, virou-se para Gabriel:

— Algum médico saiu nesse meio tempo? O que disseram? Qual é a situação exata?

O rosto de Gabriel escureceu. Sabia que era Eduardo quem queria saber daquilo e, por dentro, resmungou:

“Era só procurar o antídoto, por que ficar fazendo tantas perguntas?”

— Ninguém saiu. — Respondeu, sem expressão.

Letícia repetiu a informação para o irmão e, ao encerrar a ligação, disse:

— Assim que houver novidades, te aviso.

Guardou o celular na bolsa, mas, de repente, uma desconfiança lhe veio à mente.

— Peraí… Se nenhum médico saiu, como é que vocês sabem que a Bia foi dopada com Pó do Êxtase? Não tinham dito que o suspeito não foi preso? — Questionou, erguendo os olhos para Gabriel.

Ele ficou em silêncio.

Letícia, então, entendeu e revirou os olhos com força.

— Sério isso? Nesse momento crítico você ainda me diz mentira? Eu, por acaso, sou algum monstro? Ou você acha que eu também quero prejudicar a Bia? — Disparou, furiosa.

Gabriel respondeu com frieza:

— Não há necessidade de te contar tudo.

“Eu falei, e você, na mesma hora, se virou para falar com o Eduardo. Eu não queria, nem por um instante, que aquela pessoa ouvisse qualquer notícia sobre a Beatriz.”

— Aliás, nem precisa esperar não aguentar. Se quiser trocar de emprego a qualquer momento, venha para o Grupo Martins. Eu mesma arranjo uma vaga no time de secretariado do meu irmão.

Ao ouvir aquilo, Rafael ficou genuinamente surpreso. Era um verdadeiro recrutamento direto da chefia e ainda por cima do Grupo Martins! Era impossível não se sentir lisonjeado.

Nunca imaginara que, por acaso, pudesse cair nas graças de Letícia e ainda ganhar uma possível saída para o futuro.

Estava prestes a responder de forma educada, quando, pelo canto do olho, viu seu atual chefe parado no corredor, observando-os com um olhar sombrio.

— Eu… Estou muito feliz trabalhando para o Grupo Pereira. O Sr. Gabriel me trata muito bem. Sou grato à Srta. Letícia pela oferta e por tamanha consideração, algo que nunca esquecerei, mas, no momento e no futuro, não penso em mudar de lado ou de empresa.

Falou de forma impecável, com tom firme e a voz um pouco mais alta, endireitando as costas como se declarasse fidelidade eterna ao Grupo Pereira.

Letícia, percebendo, suspirou com certo desapontamento:

— O que é que o Gabriel tem de bom? Trabalhar com ele é enlouquecer mais cedo ou mais tarde.