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Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 670

Gabriel fechou os olhos, e uma lágrima silenciosa escorreu pelo canto.

Logo, o estômago começou a se revoltar, retorcendo-se em cólicas que o fizeram se encolher de dor.

Com esforço, tateou o bolso até encontrar o celular. Discou para o 192, enquanto o suor frio lhe cobria a testa. Apertava os dentes com tanta força que parecia querer esmagá-los.

A ambulância não demorou a chegar.

Os seguranças que vigiavam as saídas do condomínio só souberam do ocorrido ao vê-lo sendo levado numa maca.

Apressaram-se a acompanhar e informar o mordomo.

Como se tratava de um prédio residencial, com outros moradores no mesmo andar, os homens costumavam esperar do lado de fora para não chamar atenção.

Mas ninguém esperava que o Sr. Gabriel tivesse uma crise, ainda mais sendo ele mesmo quem pedira socorro.

Se tivesse desmaiado antes... As consequências seriam impensáveis.

O mordomo, que ainda não dormira naquela noite, correu ao hospital assim que recebeu a notícia.

Lá, soube que se tratava de espasmos gástricos provocados pelo excesso de álcool. Gabriel já havia passado por procedimentos de emergência, mas a preocupação ainda lhe corroía o peito.

Sem ousar esconder nada, relatou tudo ao Sr. Henrique.

Do outro lado da linha, o velho patriarca ficou em silêncio por alguns segundos.

Gabriel, do nada, com uma crise de estômago?

Era consequência de sua própria imprudência.

— Quanto ele bebeu? — Perguntou Henrique, a voz grave.

— De acordo com os seguranças que entraram no apartamento... Duas garrafas de vinho da Borgonha e mais de meia garrafa de conhaque. — Respondeu o mordomo.

— Como não morreu de uma vez? Ainda teve forças para ligar pro resgate? Quer morrer, mas não tem coragem suficiente? — Explodiu o Henrique, furioso.

O mordomo apenas suspirou em silêncio.

“É o instinto de sobrevivência, mesmo quando a dor do coração é grande demais...”

— Sr. Henrique, por favor, descanse. Eu ficarei aqui. O médico disse que não chegou ao ponto de úlcera, então não é gravíssimo. — Tentou acalmá-lo. — Mas, como o Sr. Gabriel já tem histórico de problemas no estômago, a crise foi mais intensa que a comum.

Henrique nada respondeu. Apenas encerrou a ligação.

Revirava-se na cama, incapaz de dormir.

“Por que ainda me preocupo com esse insensato?

As memórias voltaram, e o silêncio o envolveu.

Permaneceu ali, fixando os olhos na manta branca sobre o leito, perdido em pensamentos.

Um dos seguranças percebeu imediatamente sua movimentação e chamou o médico para um novo exame.

Após a avaliação, confirmaram que não havia riscos.

— Sr. Gabriel, o senhor não precisa trabalhar hoje. O mordomo já justificou sua ausência. — Informou o segurança. — Além disso, para evitar que algo assim volte a acontecer, passaremos a permanecer em sua casa, cuidando do seu dia a dia. Pode ficar tranquilo: não causaremos incômodo. Dormiremos na sala, no chão mesmo, e sairemos antes que o senhor acorde.

Gabriel não respondeu.

Tinha certeza de que aquela era mais uma ordem do avô.

De nada adiantaria protestar, não tinha poder para impedir.

Agora, até mesmo seu espaço mais íntimo havia lhe sido tomado.

Era como se se transformasse num fantoche, vigiado o tempo inteiro.

Pouco depois, o mordomo chegou trazendo um café da manhã leve, apropriado para o estômago debilitado.

Com paciência e voz serena, começou a aconselhá-lo...

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