Gabriel apertou os lábios e hesitou por longos minutos, até que, por fim, decidiu voltar para casa dirigindo.
Beatriz não atendeu nenhuma de suas ligações. Será que estava mesmo sem celular... Ou o bloqueou de propósito?
Ele havia comprado um aparelho novo para ela. Se o celular não estava mais em casa, significava que ela o levara consigo, o que queria dizer, sim, que o bloqueou. Pelo menos assim, se houvesse uma briga, ele teria argumento. Não sairia como o errado.
Mas... E se ela não estivesse usando o aparelho?
Como estaria passando os dias no hospital, então? Assistindo televisão? Lendo jornal?
Com a cabeça cheia de dúvidas e agarrando-se a uma última esperança de ter alguma confirmação, Gabriel voltou ao condomínio.
Subiu direto pelo elevador até o andar de sempre, abriu a porta do apartamento e seguiu reto até o quarto de hóspedes.
A porta não estava trancada. Ele empurrou e, ao abri-la, parou de repente.
A cama estava completamente vazia. Sem travesseiro, sem cobertor, apenas o colchão nu e frio.
Gabriel ficou estático por alguns segundos. O coração disparou, as costas se enrijeceram, e um desconforto gelado se espalhou pelo peito.
Tão vazio assim... Onde está a Beatriz? Será que ela... Fugiu de casa de novo?
Foi então que ele notou algo em cima do criado-mudo: o celular que havia deixado para ela.
Gabriel se aproximou e pegou o aparelho.
Uma leve camada de poeira cobria a tela. O plástico protetor ainda estava intacto, nem sequer havia sido retirado. E lá, no canto, estava a pequena marca do amassado, causada por ele mesmo ao arremessá-lo.
Seus dedos se fecharam em torno do aparelho. O coração inquieto batia fora de compasso. Tentou se convencer:
“Beatriz só está no hospital, repousando. Ela quase morreu intoxicada com gás. É claro que vai precisar ficar internada por mais tempo...
E claro, levou os travesseiros e cobertores de casa. É muito mais confortável assim.
Sim. Foi isso. Tinha que ser isso.
E não atendeu às ligações porque está sem celular. Isso mesmo. Não foi de propósito. Ela não me bloqueou.”
Agarrando-se com força a esse pensamento, Gabriel saiu correndo de casa, com o celular novo nas mãos.
Entrou no carro e dirigiu de volta ao hospital. Dessa vez, impaciente demais para esperar o elevador, subiu os oito andares pela escada.
Subia de três em três degraus, ofegante, quase em desespero. As mãos tremiam, os dedos formigavam.
Mesmo tentando se convencer de que Beatriz apenas levara as cobertas pro hospital, sua mente insistia em revisitar os detalhes... Em lembrar...
— Você tem problema, é? Vai perguntar de paciente antigo para mim por quê? Vai perguntar pra enfermeira, caramba! — Retrucou a mulher, indignada.
A resposta foi como um balde de água fria, jogando Gabriel de volta à realidade.
Sem perder tempo, correu até o balcão da enfermaria, quase tropeçando nas próprias pernas.
— Por favor. — Ofegou — A paciente anterior do quarto 9, Beatriz... Para onde ela foi?
A enfermeira olhou surpresa para aquele homem suado, ofegante, pálido como papel. Então decidiu verificar.
— Beatriz, certo? Sim, ela realmente ficou no quarto 9. — Confirmou.
— E onde ela está agora?! — Gabriel praticamente gritou.
— Ela teve alta ontem de manhã, às oito horas. — Respondeu a enfermeira, com naturalidade.
Gabriel ficou imóvel, como se o chão tivesse desaparecido debaixo de seus pés. Se não estivesse segurando o balcão, teria caído para trás.
Ontem...
Ela teve alta... Ontem?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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