Como ele não sabia?!
— Você é o quê dela? — Perguntou a enfermeira, surpresa com a reação dele.
— Eu… Sou o marido dela. — Murmurou Gabriel, num fio de voz quase inaudível.
A enfermeira franziu a testa, olhando-o de cima a baixo, com evidente desconfiança.
— Se vocês são casados... Como é que você não sabe que ela teve alta?
Gabriel não respondeu. O olhar perdido, vazio. A mente, completamente em branco.
Alguns segundos se passaram antes que, de repente, ele despertasse e disparasse escada abaixo.
“Se Beatriz teve alta ontem de manhã... Por que não voltou para casa?
Para onde levou os travesseiros e os cobertores?
Será que... Será que ela está morando com alguém?
Teria alugado um apartamento?
Mas com que dinheiro? Ela não trabalhava havia dois anos.
Foi o avô dela quem deu?
Não...
Talvez... Talvez ela...
Esteja morando com aquele veterano?!”
A ideia atingiu Gabriel como um soco no estômago. O pânico foi rapidamente engolido por algo ainda mais avassalador: raiva.
Os ciúmes e a fúria cresceram juntos, perigosamente.
Pisou fundo no acelerador. O carro quase voava, ultrapassando todos os limites de velocidade.
Ao chegar em casa novamente, foi direto para o quarto de hóspedes. Abriu o guarda-roupa.
Vazio. Completamente vazio.
Aquele quarto, que já era simples, só um criado-mudo e dois guarda-roupas, agora parecia ainda mais nu. Ver tudo desocupado fez o sangue de Gabriel ferver.
Explodiu por dentro.
Tirou o celular do bolso e ligou de novo para Beatriz.
Mais uma vez, foi atendido apenas pela voz fria da operadora.
Sem desistir, mandou uma mensagem.
Mas, assim que clicou em “enviar”, um alerta vermelho surgiu na tela.
Beatriz o havia bloqueado.
— Beatriz… — Rosnou Gabriel, cerrando os dentes como se cuspisse veneno.
Imediatamente tentou adicioná-la de volta.
Tomado pela raiva, a cabeça latejando, ele se jogou na beira da cama enquanto esperava que ela aceitasse o pedido de amizade.
Segurava a cabeça com as duas mãos, os dedos enterrados nos cabelos, tentando não enlouquecer.
Se houvesse um espelho ali, teria visto os olhos completamente tomados por veias vermelhas.
Mas ele esperou... E esperou... E nada.
Gabriel se abaixou, pegou a folha rasgada e... Congelou.
Era a assinatura de Beatriz.
Até aí, tudo bem...
Mas, na outra metade do papel, rasgada, mas ainda parcialmente legível, havia...
A sua própria assinatura.
Os olhos de Gabriel se arregalaram, em choque. Apanhou mais pedaços, tentando juntá-los como pôde, até que as duas partes se encaixaram. Correu até o interruptor e acendeu a luz do quarto, examinando com cuidado.
Era a caligrafia dele.
Sem dúvidas.
Ele já havia assinado.
Ele mesmo.
Com as próprias mãos.
O chão pareceu sumir sob seus pés.
Caiu sentado, atordoado, como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo.
A raiva deu lugar ao choque.
E o choque logo se transformou em algo ainda pior: incredulidade. Confusão.
E um vazio sufocante, que invadiu a mente como uma neblina pesada.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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