Quando foi que ele assinou aquilo?
Beatriz nunca tinha entregue aqueles papéis para ele!
Se tivesse visto, como poderia ter assinado? Impossível!
A mente de Gabriel girava em círculos, tentando lembrar em que momento tudo poderia ter saído do controle. Segurava o pedaço de papel entre os dedos, perdido em pensamentos, até que algo o incomodou.
O toque... Estava estranho.
Aquela assinatura... Não tinha a textura de uma caneta sobre o papel. Nada de relevo.
Levantou o papel até a altura dos olhos, analisando com mais atenção.
Cópia?!
Passou os dedos de novo, desta vez mais devagar.
Sim. Era uma cópia.
Uma maldita cópia.
No mesmo instante, o desespero cedeu lugar a uma nova explosão de raiva.
— Beatriz! Sua louca! Você falsificou isso?! Tá me pregando uma peça com uma cópia falsa?! — Gritou, com os dentes cerrados, fora de si.
Achou que era real. Achou que tinha mesmo assinado aquele acordo de divórcio.
E ficou apavorado. Confuso...
Não! Que bobagem!
Ele não ficou apavorado, tentou convencer a si mesmo. Só estava irritado. Só não conseguia lembrar quando teria assinado. Só isso!
Levantou-se novamente, furioso, e olhou os pedaços de papel espalhados pelo chão. Com a raiva renovada, pisou neles com força, esmagando tudo sob os sapatos.
Enquanto isso, nenhuma das mensagens enviadas a Beatriz tinha sido respondida. O ícone de verificação ainda mostrava pendente.
Gabriel digitou mais, agora com os dedos tremendo de ódio, despejando toda a frustração nas palavras.
Do outro lado da cidade, na churrascaria.
O celular vibrava sobre a mesa, em intervalos quase cronometrados. Por fim, Letícia levantou os olhos e comentou:
— Nossa, que insistente! Quem é esse vendedor chato? Deixa eu ver, vou mandar uma resposta tão boa que ele nunca mais vai se atrever a te escrever de novo!
Esticou o braço para pegar o celular, mas Beatriz foi mais rápida. Pegou o aparelho e o colocou discretamente ao lado da poltrona.
— Daqui a pouco eu bloqueio ele. — Disse, com um tom calmo e despreocupado. Depois, colocou o celular no silencioso. — É que eu comprei apartamento, né? Esse cara deve ser de alguma loja de móveis. Fica insistindo com propaganda. — Disse Beatriz, dando uma explicação perfeitamente razoável, só pra cortar o assunto e impedir que Letícia continuasse perguntando.
— Ah, eu até entendo que ele tá com meta pra bater... mas isso já virou assédio. Denuncia logo esse chato. — Retrucou Letícia.
Beatriz assentiu com um sorriso discreto. As duas continuaram comendo como se nada estivesse acontecendo.
Pouco depois, Letícia levantou-se para buscar mais cerveja. Beatriz aproveitou o momento sozinha e desbloqueou o celular.
Abriu a tela de solicitações, e lá estava ele. O maluco. Já tinha mandado mais de trinta mensagens.
[Volta pra casa AGORA e eu finjo que esse teatrinho de mau gosto nunca aconteceu.]
[Estou perdendo a paciência. Se em três minutos você não me responder, vai se arrepender.]
[Não me faça ir atrás de você. Porque se eu for, você vai se arrepender de ter nascido.]
Beatriz terminou de ler, soltou um suspiro entediado e revirou os olhos, com tanto exagero que, se Letícia estivesse ali, com certeza teria caído na risada.
Gabriel realmente precisava de tratamento.
Surta à distância, por favor.
Dizia que não era burro?
Verdade.
Ele não era só burro. Era um completo imbecil.
Se já tinha percebido que o contrato era uma cópia...
Então não pensou que talvez houvesse um original?
Chamava de pegadinha?
Que pegadinha, criatura?!
Quem estava brincando com ele? Ninguém.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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