Entrar Via

Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 843

— O que aconteceu hoje foi realmente chocante. Jamais poderíamos imaginar algo assim.

— Mas não tem nada a ver com a origem da Beatriz. — Respondeu o senhor Henrique. — Mesmo que ela fosse apenas uma órfã comum e sem importância, eu não moveria um dedo para aproximá-la novamente do Gabriel. Eu já devo muito a essa menina. Só que agora existe um agravante: essa questão envolve também a família Pereira e a família Cardoso.

Ele soltou um longo suspiro, refletindo sobre como enfrentaria os Cardoso depois daquilo.

— Mandem trazer o Gabriel de volta imediatamente. Se já foi expulso, não faz sentido continuar ali fora. Quer mostrar a quem essa falsa imagem de um apaixonado arrependido? — Ordenou.

O mordomo acatou, mesmo percebendo que, apesar da raiva que demonstrava, o velho ainda se preocupava com o neto.

A ordem chegou aos seguranças, mas Gabriel se recusou a sair. Insistiu que ficaria até ter notícias de que Beatriz havia deixado a sala de cirurgia.

O mordomo, vendo que não havia como demovê-lo, pelo menos pediu que os seguranças o colocassem dentro do carro, pois a noite estava fria.

O tempo passava devagar. O relógio já havia cruzado a meia-noite, se aproximando da uma da manhã, e Gabriel estava cada vez mais ansioso. Como podiam ter passado tantas horas sem nenhuma notícia?

Queria entrar, mas os seguranças não o deixaram sair do carro. Desesperado, ele ligou para o segurança que aguardava dentro do hospital.

— Ela saiu, senhor Gabriel. Acabaram de trazer ela para fora. — Informou o homem do outro lado da linha.

— É sério?! E como está a Beatriz? Qual é a situação dela? — Perguntou Gabriel, a voz trêmula de urgência.

O segurança respondeu que iria buscar informações com o médico. Gabriel, aflito, pediu que não desligasse e colocasse o telefone no viva-voz.

O segurança conseguiu parar um dos médicos e perguntar sobre o estado da paciente.

Quando Gabriel ouviu que Beatriz havia saído do risco de morte e fora salva com sucesso, sentiu-se como um homem que quase se afogara e, de repente, foi puxado de volta à superfície. Era como renascer.

Do lado de fora do quarto, perto da janela, Luciano e Lorena observavam a filha deitada na cama. Beatriz usava máscara de oxigênio, ligada a um respirador, com os sinais vitais frágeis ao extremo.

A mão exposta, cheia de marcas, estava perfurada por agulhas, recebendo soro. O braço, tão fino quanto um graveto, parecia não ter carne alguma, apenas ossos frágeis.

Lorena levou a mão à boca, mas não conseguiu conter o choro. As lágrimas escorriam sem parar. Luciano, igualmente abalado, deixava as próprias lágrimas rolarem, enxugando-as em vão, uma após a outra.

Renato permanecia calado, olhando para dentro do quarto. Os dedos apertavam com tanta força a parede ao lado que as unhas chegaram a se cravar no reboco branco.

Sempre soubera da extrema fragilidade de Beatriz. Desde a primeira vez que a viu de longe, pensara que um simples sopro de vento poderia derrubá-la.

Na segunda vez, quando ela caiu nos degraus, parecia um punhado de algodão despencando, sem peso algum, como se fosse ar.

E, ainda assim, aquela menina havia enfrentado tantos acidentes, uma provação atrás da outra. Na última vez, durante o acidente de carro, se não fosse Gabriel se atirar para salvá-la, certamente Beatriz teria perdido a vida ali mesmo.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle