Acordo assustada suando frio, esse pesadelo parecia tão real. Sinto algo pesado sobre minha barriga me impedindo de me levantar, olho para o lado e vejo Gastón com seu braço em cima de mim. Eu mereço isso mesmo .
— Gastón… Gastón eu quero levantar. – tento tirar seu braço de cima de mim o que é em vão e ele não acorda – Gastón, por favor!
— Mais cinco minutinhos… – diz ainda dormindo.
— GASTÓN AGORA! – grito fazendo o mesmo levantar assustado.
Gastón me encara confuso e olha para si mesmo que só está de cueca por baixo do edredom.
— Estela… O-O que faz aqui? – típico de pessoas que bebem.
— Bom, você que está no meu quarto.
— Não me diga que nós… Nós...
— Você não se lembra? – digo fazendo uma cara de triste – Foi a melhor noite que uma garota poderia ter. Você é demais Gastón.
— Estela, eu… Eu sinto muito. Não era pra isso acontecer. – fala movendo as mãos para seu cabelo bagunçado num ato de desespero.
— Você me magoar desse jeito, como pode me dizer palavras lindas e agora não lembrar de nada? – digo fazendo o possível para não rir.
— Seu pai vai me matar...
— Isso eu concordo, ainda mais se eu estiver grávida.
— Grávida?! – Gastón arregala os olhos o que me faz cair na risada.
— Não, não aconteceu nada não. – digo rindo – Não sou desse tipo, aliás você tem namorada. Ou tinha né, sinto muito por vocês.
— Quer me matar é isso? – pergunta se enrolando no edredom – Como vim parar aqui?
— Você chegou bêbado, eu tentei te levar ao seu quarto mas você não falava onde estava a chave, então te dei um banho e deixei você dormir aqui.
— Você me deu banho?! – percebo que engole em seco.
— Eu não vi nada, apenas coloquei você embaixo da água com roupa e tudo. Foi você que tirou a roupa e não eu...
— Eu?!
— Sim, você. Sorte que não tirou a cueca, senão dormiria no banheiro.
— Me desculpe, não lembro de nada.
— Imagino, você disse tanta coisa.
— Me desculpe mesmo, eu nunca fiquei assim.
— Sei como é, minha mãe sempre chegava bêbada em casa então estou acostumada.
— Poderia não comentar isso com seu pai? – diz se levantando e levando meu edredom junto.
Assim que ele pronunciou meu pai lembro do pesadelo que tive essa noite. Fico arrepiada só de lembrar, levanto correndo e pego meu celular.
— Ei… Ei, o que está fazendo? Se quer falar pro seu pai tanto assim deixa que eu conto, tá legal? Eu errei e por isso serei castigado...
— Gastón um minuto. – digo colocando meu celular na orelha.
O celular chama mas ninguém atende, ligo várias e várias vezes mas ninguém atende, olho para Gastón que me encara da porta. Sinto o pânico crescer dentro de mim, o que está acontecendo ?
— Estela, você está bem? O que aconteceu? – pergunta vendo o medo estampado em meu rosto.
— Gastón você conhece algum… Como é o nome…? Lu… Lukeche… Isso, Lukeche?
Assim que Gastón ouve o nome já sei que ele conhece, seu semblante muda totalmente e vejo seu maxilar se enrijecer.
– Onde ouviu esse nome? – pergunta sério.
— Eu meio que sonhei com ele, ou sei lá o que foi. No sonho ele estava com meu pai e agora não consigo falar com ele, seu celular chama mas não tem resposta...
— Você viu o Lukeche alguma vez? – pergunta se aproximando e vejo que tem urgência na resposta.
— Não… Não que eu me lembre, é a primeira vez que ouço esse nome.
— Vou me trocar e vamos falar com o Edgar, ele deve saber onde seu pai está. – diz caminhando para a porta então para e me encara – Seu pai disse onde ia?
— Não. Ele deixou um bilhete dizendo que tinha coisas a resolver e me mandou avisar você, disse que ficaria uma semana fora.
— Se troque, saímos daqui dez minutos! – dito isso sai e fecha a porta me deixando sozinha com meus nervos a flor da pele.
Minutos depois
Chegamos na casa do Edgar, Gastón não disse nada enquanto vínhamos, se manteve quieto com a atenção na estrada. Edgar mora no final da cidade é mais dentro da floresta.
Assim que batemos na porta, uma mulher atende e assim que me vê, a mesma fecha a cara, acho que eu não sou bem vinda aqui, mas não sei o motivo!
— Abigail, o Edgar está? – fala Gastón já indo direto ao assunto.
— Está no escritório, entrem. – diz saindo do caminho e liberando a passagem.
A casa é bem chique, passamos por uma sala com sofás brancos uma estante de madeira escura com uma tv enorme, no meio da sala se estende um tapete bege lindo felpudo. Há vários quadros na sala de imagens de diferentes tipos de lobos, isso me faz recordar o dia que tudo começou… O lobo escuro de olhos amarelos… Isso ainda me causa arrepios.
Seguimos por um corredor onde nos leva a várias salas, mas paramos na última e antes de entrarmos Gastón bate na porta e uma voz rouca nos autoriza entrar.
Assim que entro vejo um homem de meia idade, moreno, sentado atrás de uma enorme mesa onde está coberta por pilhas de papéis.
— Gastón, Estela, o que fazem aqui? – perguntou nos encarando.
A sala em si é grande, tem uma estante com muitos livros, várias poltronas e uma mesinha de centro. Nas paredes como lá fora está pendurados vários quadros de lobos.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Filha da Lua
AMEI A HISTORIA...
AMEI A HISTORIA...
AMEI A HISTORIA...
Uma pena a história é linda,mas tem muito erro de português...