Cris ainda está no bypass, Ricardo disse que tem muita gente na frente dele na lista de órgãos, mais se aparecer alguma compatível podemos fazer a doação, eu e a Lúcia já fizemos o exame, estamos esperando o resultado, depois que eu falei para a Lili o que aconteceu ela veio o mais rápido que pode, ela está na nossa casa com o Tay, Léo conseguiu sair da clinica por algumas horas, ele disse que está bem e como todos confiam nele, conseguiram o liberar, ele ainda na estrada vindo para cá, ele também irá fazer o exame, Ricardo vem ao nosso encontro, Henry disse que tinha uma reunião e se foi.
—Mia, podemos conversar?
Olho para Lúcia que está olhando para nós dois.
—Pode falar. Digo
—É um assunto particular. Ele fala e se afasta um pouco.
Olho para Lúcia e vou até onde Ricardo está.
—Estou com o resultado dos exames, você não tem nada para falar?
Olho para os envelopes em sua mão.
—Não, por que?
—Não pensou em me falar que está grávida? O que te deu na cabeça?
Eu esqueci completamente disso, eu estava e ainda estou tão nervosa que nem mesmo lembrei do bebê.
—Eu... não lembrava. Falo pondo a mão na frente da boca.
—Não lembrava? Como alguém pode esquecer que está grávida? Já imaginou se não fizéssemos o exame? E você fosse para a cirurgia?
—Eu não lembrei tá legal, como posso lembrar que estou grávida se o pai do bebê está naquela sala entre a vida e a morte. Falo alto.
—Deveria ser mais responsável.
—O que deu no exame, a Lúcia pode?
—Não, ela não é compatível. Ele fala
—E eu?
Pergunto mesmo sabendo que não posso doar o rim para ele.
—Do que adianta?
Ele pergunta sem paciência.
—Me fala. Digo secando uma lágrima que teima em cair.
—Sim, vocês são compatível. Ele se afasta e vai até a Lúcia, ela começa a chorar novamente.
Ficamos as duas em silêncio, eu não tinha muito o que falar. Tempo depois ela começa.
—Maicon era meu filho. Ela suspira e continua. —Eu fui abusada, lembro como se fosse hoje, eu estava voltando anoite de uma faxina, entrei em um beco que diminuía o caminho até minha casa, foi quando um homem que eu nunca tinha visto me agarrou, e abusou de mim, eu fiquei com tanto medo, e contei para minha irmã, ela disse que iria criar o bebê, e assim ela fez, mais tanto ela quanto o esposo foram mortos a tiro em uma das invasões, e eu fiquei com o menino, eu já tinha o meu filho mais novo, o pai dele tinha me abandonado, eu não sabia o que fazer, eu não conseguia sentir amor por ele, e acabei menosprezando ele, se Maicon era daquele jeito, foi por minha culpa. Me aproximo dela e a puxo para um abraço.
—Não se culpe. Ficamos as duas em silêncio, ela chovava baixo.
Lúcia põe a mão em meu ventre e olha para mim.
—Ele será um pai maravilhoso. Ela fala com um sorriso no rosto.
—Onde ele está?
Olhamos para o dono da voz e a semelhança é visível.
—O que faz aqui?
Lúcia pergunta ficando na minha frente.
—Eu quero saber do meu filho, onde é está?
—Você não tem o direito de está aqui, vá embora. Lúcia fala com raiva.
—Eu tenho todo o direito, ele é meu filho, e eu quero saber como ele está. O senhor fala, seus olhos recai sobre mim.
—Ele está no bypass, ele precisa de um transplante de rim. Falo
—Agora vá embora. Lúcia fala.
O homem se vira mais eu o chamo.
—Espera...
Ele me olha.
—O senhor realmente se importa com ele?
—Sim, eu fiz muito mal para ele, mais nunca deixei de amar meu filho. O senhor fala e olha para Lúcia que está com o maxilar travado.
—Se realmente se importa com ele, faria a doação para ela se for compatível?
Pergunto sem rodeios.
—Sim, qualquer coisa que salve meu filho. Ele fala sem exitar.
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