Fuga com o Herdeiro do Alfa romance Capítulo 3

"Agora, explique!", exigi quando fomos ao escritório dele e eu me sentei na valiosa poltrona, a qual normalmente era assento dele.

Morgan franziu o rosto. "Anjo, precisamos mesmo discutir isso? É tão trivial." Ele deu de ombros e desviou o olhar, indo pegar um livro nas estantes.

Isso fez meu sangue ferver. "Trivial?" Bati na mesa, mas ele não reagiu. "Que absurdo! Como você pode ter retornado ao seu antigo eu?! O que diabos está acontecendo com você?!"

Morgan se aproximou de mim e estava prestes a segurar meu rosto, mas eu imediatamente me distanciei dele e estremeci de nojo ao me lembrar do que acontecera semanas antes. Assim, vi a dor registrada em seus olhos quando ele abaixou a mão.

Ele suspirou. "Você está me evitando sempre que eu me atrevo a tocar ou abraçar você", ele ressaltou.

Desviei o olhar, sentindo-me culpada. Eu havia dado o meu melhor para não evitá-lo, mas meu corpo era rápido em se afastar dele.

Eu já havia imaginado que aquilo era a vontade da minha loba. Até aquele momento, ela não tinha sido capaz de perdoar o que eu havia visto na casa do Conde Lambert.

Eu não podia culpá-la. Nem culpar a mim mesma.

Pigarreei. "De qualquer modo, espero não ouvir esse tipo de coisa de novo, Morgan. Não quero que você repita a história do que já fez antes", falei baixinho, suspirando.

A história era que ele havia sido muito cruel com os membros de sua alcateia, alistando-os ao treinamento militar independentemente do gênero. Até mesmo os que tinham dez anos tinham a presença solicitada.

Aquilo só parou de acontecer quando eu disse que não concordava.

Morgan me deu ouvidos alterou todos os requisitos de alistamento no mesmo instante. Ele passou a permitir que os membros da alcateia frequentassem os campos de treinamento apenas ao completarem dezesseis anos.

E era obrigatório.

"Devo ir agora. Tem algo que preciso fazer", disse, não querendo estar no mesmo cômodo que meu companheiro.

Minha loba estava ficando furiosa. Ela não queria esquecer do Morgan que eu peguei no sofá com uma cortesã. Eu estava com nojo demais para ver aquilo em minha mente mais uma vez.

Parei de andar ao sentir um par de braços abraçando minha cintura por trás. Arregalei os olhos ao perceber que Morgan havia feito um movimento surpresa para me pegar desprevenida.

"Sofia…", meu coração se partiu quando a voz dele falhou. "Você disse que havia me perdoado… Se perdoou mesmo, então por que está se distanciando de mim?"

"Morgan…" Eu estava prestes a sair de seu embrace e me virar para encará-lo, porém ele não permitiu.

Ele fungou. E eu prendi a respiração ao sentir meu ombro ficando úmido. Só então percebi que Morgan estava descansando os olhos fechados em meu ombro nu.

E meu marido estava chorando?!

"Minha Anjo… Você me odeia? Sente nojo de mim? É por isso que não quer que eu encoste mais em você? Não confia em mim? Por favor… Só me diga como está se sentindo de verdade."

Cerrei os dentes ao sentir meus olhos arderem. Meu coração estava apertado por causa disso. "Canela, por favor, me solte agora", eu pedi mansamente.

Porém, ele só me apertou mais. "Eu não gosto…" Ele franziu o rosto, soando como uma criança fazendo birra. "Quero ouvir seus pensamentos. Quero ouvi-los vindo de você. Não quero saber seus sentimentos. Quero apenas honestidade da sua parte."

De repente, meu coração ficou perturbado. Eu conseguia até sentir que o fato de eu manter meus pensamentos verdadeiros escondidos dele o estava magoando.

"Canela…" O tempero de minha vida era Morgan. "Permita que eu te veja", falei baixinho.

Ele deixou o aperto um pouco mais frouxo, permitindo que eu me virasse para encará-lo. Meu coração se partiu por esse homem que já estava chorando.

Ele nunca havia mostrado ele lado vulnerável para ninguém, exceto para mim, enquanto sua companheira. Era por isso que eu havia dito antes que, por trás de sua expressão gélida, havia melancolia e solidão que ele escondia.

"Morgan…" Levantei a mão e a coloquei em sua bochecha. Ele fungou e me encarou com olhos lacrimejantes.

"Anjo… Você quer que eu fique no quarto de hóspedes porque não suporta mais minha companhia? Eu fico, eu fico lá. Só não quero que você se afaste de mim. Meu lobo e eu… estamos sofrendo." Ele se ajoelhou à minha frente e abraçou minha cintura. "Por favor… Eu sei. Eu sei que você sente nojo. Eu sinto o que você sente, e sei que você também sente o que eu sinto. O que você gostaria que eu fizesse para que você confiasse em mim de novo, Sofia?"

Lágrimas brotaram em meus olhos. "Eu…" Eu não sabia o que dizer para ele. Era difícil… confiar em meu companheiro. Eu sentia como se estivesse sendo jogada em um abismo e não houvesse ninguém lá para me salvar.

Morgan enterrou o rosto em minha barriga, ainda chorando. "Não posso justificar minhas ações. É culpa minha ter caído naquela armadilha. Eu… Eu vou matá-lo por me fazer sofrer assim e manchar meu vínculo de companheiros com você."

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