HOOK romance Capítulo 14

Hook não conseguiu pregar os olhos. Estava preocupado com os acontecimentos a sua volta e se ressentia pelo que aconteceu com Abbie e temia outro ataque surpresa, precisava ficar atento.

Seus ouvidos conseguiram captar um novo barulho, dessa vez seus cálculos batiam com o horário que Homeland provavelmente chegaria. Olhou para Abbie, não queria acordá-la quando parecia serena demais dormindo, mas precisava.

Balançou o pequeno corpo levemente e logo ela abriu os olhos, tinha o sono leve desde sempre.

— O resgate está chegando. — ele disse baixinho.

Ele observou os olhos dela brilharem com lágrimas que não caíram.

— Está sentindo dor? — ele perguntou ligeiramente preocupado.

— Não. Nunca ouviu falar em choro de alívio? — ela se levantou do peito dele imediatamente sentindo o frio em sua pele.

— Não.

— Mas existem vários tipos de choro, de alegria, tristeza, alívio, raiva e etc.

— Você está gelada. — ele disse percebendo que a pele dela esfriou.

— Não estava até agorinha quando estávamos grudados.

— Temos que ir lá para fora mas vou abraçar seu corpo para não pegar um resfriado com o sereno da madrugada.

— Sou grata por todo seu cuidado comigo. — ela sorriu para ele — Mas não sei no entanto se faz isso porque se preocupa com meu bem estar ou se é porque como você disse, que sou humana e fraca.

Ele grunhiu em resposta não querendo deixar claro que eram as duas opções, mas não necessariamente a achava fraca e sim sensível e frágil.

Abbie se levantou do chão e deu alguns passos para calçar sua sandália que havia tirado nem se lembrava em qual momento. Hook percebeu o jeito que ela se movia e franziu o cenho.

— Está dolorida? — perguntou.

— Está tudo bem. — ela deu um pequeno sorriso ignorando seu sexo dolorido.

Ele se levantou totalmente e puxou a mão dela junto a ele, passou os braços por baixo da coxa dela e outro na cintura erguendo-a para seu colo.

— Não reclame. — ele avisou.

— Estou quieta. — ela reprimiu um sorriso.

Aproveitou e encostou a cabeça na curva do pescoço dele. Sentia-se segura com ele, aquecida e cuidada. O cheiro masculino trouxe lembranças a sua mente, ela havia perdido a virgindade com ele. Foi incrível.

Nem em mil anos eu imaginaria que minha primeira vez seria numa cabana abandonada e com um Nova Espécie. Evitou sorrir. Foi maravilhoso.

Só queria que Hook a segurasse e não soltasse. Sabia que estava chegando a hora de dizer adeus e que o que aconteceu na cabana iria morrer ali, de acordo com o que ele mesmo disse. Mas não estava pronta. Ela se apegou a ele. Estava se apaixonando.

Ele iria fingir que nada aconteceu, mas ela não, porque significou demais, embora jamais o deixaria saber disso pois havia concordado com os termos dele antes que fizessem sexo.

Hook saiu da cabana com a fêmea em seus braços, o helicóptero estava se aproximando e em minutos pousou. Um minuto depois dois homens Novas Espécies desceram.

Abbie levantou um pouco a cabeça para vê-los, pareciam preocupados mas aliviados. Um deles correu na direção em que estavam e sorriu para Hook com grande surpresa.

— Você parece bem. — um deles disse parecendo contente.

Era um macho da mesma altura de Hook e praticamente com o mesmo corpo, apenas seus cabelos eram mais curtos e claros e as feições do seu rosto diferentes, o desenho dos seus olhos lembravam os de um lobo das montanhas. Extremamente bonito. Ela logo percebeu que seu DNA deveria ser canino.

— E estamos surpresos. — o outro disse. Este tinha olhos felinos como os de Hook mas o olhar lembrava um tigre, tinha cabelos curtos e era muito bonito também.

Todos os machos espécies eram muito bonitos.

— Você está bem? — o macho canino perguntou a Hook.

— Estou. Obrigada por terem vindo. Tem um cobertor no helicóptero? — Hook perguntou.

— Sim. Venham. — um dos machos disse e Hook começou a caminhar rápido.

— Não sabíamos que estava acompanhado. — o felino falou. Abbie sabia bem que ele queria dizer "ainda mais de uma humana" mas não disse.

— Vou contar tudo no relatório. — respondeu ríspido.

— Ele está de mal humor como sempre.

— Não estou. É muito bom ver vocês. — ele sorriu levemente.

O motivo de sua tensão era outro. Ele sabia que os machos poderiam sentir seu cheiro por todo o corpo de Abbie e o que compartilharam. Depois teria de aguentar zombarias por ela ser humana e teria sendo jogado na sua cara tudo que falou contra eles e a promessa que havia feito de nunca dormir com uma.

— Olá, fêmea. Sou Blade. — Abbie observou o macho espécie dá um sorriso simpático.

— Oi. — ela sorriu de volta — Muito prazer, sou Abbie. — ela sentiu Hook rosnar baixo.

— E eu sou Tyger, nosso piloto é o Flame.

— Olá! — Flame gritou do assento do piloto.

— É um prazer conhecer todos vocês. — sorriu.

Blade buscou um cobertor dentro do helicóptero e jogou para Hook, ele pegou, desceu Abbie do seu colo e cobriu o corpo dela.

— Podemos ir? — Tyger perguntou.

— Tem algumas caixas naquela cabana, não sei se aquelas coisas podem servir mas acho que devem dar uma olhada. — ele olhou para Blade — Você conhece mais dessas coisas de armas, vai saber se ainda servem ou não.

Tyger subiu na frente do helicóptero e Blade do outro lado na parte de trás. Flame olhou para Abbie.

— Vem, eu te ajudo a subir. — disse o macho de cabelos vermelhos como fogo.

Ele se apressou, passou os braços ao redor da cintura dela e levantou-a do chão. Um rugido ressoou, alto e raivoso, Abbie olhou para longe e viu Hook saindo da cabana com sua bolsa nas mãos.

Ele quase correu até eles, arrancou Abbie dos braços do outro macho e rosnou para ele mostrando as presas.

— Fique calmo. — Flame disse levantando as mãos.

— O que foi isso? Por que tá agindo assim? — Abbie olhou para ele com o cenho franzido.

Raiva brilhou nos olhos dele.

— Não toque nela. — disse ele e em seguida rosnou para Abbie.

— Ei! Não rosne para mim! — ela exigiu.

Tyger e Blade se entreolharam dentro do helicóptero e sorriram um para o outro, sabiam muito bem o que estava acontecendo com seu amigo.

— Vamos embora pessoal! — Blade gritou.

Flame apenas seguiu para a cadeira do piloto e Hook subiu com a fêmea em seu colo. Com todos dentro e com cinto de segurança e fones nos ouvidos, levantaram vôo.

Abbie estava confusa sobre o porquê daquela reação de Hook, ela se mexeu no colo dele para sair, mas ele segurou seus quadris. Jurou que ouviu um grunhido baixo.

— Quero me sentar no assento. — disse chateada por ele ter ficado rosnando para ela como se tivesse feito algo errado.

— Fique quieta aqui. — ordenou.

— Por que?

— Tenho que manter controle sobre você.

— Por que e pra quê? — ela já estava impaciente.

— Talvez eu tenha machucado você e se sentar em um local mais confortável é melhor. — ele disse baixinho perto do ouvido dela.

Ela entendeu. Realmente estava dolorida. Deu um longo suspiro.

— Pare com isso ou vou pensar que se importa comigo, hein. — ela pediu e bocejou.

Estava tão cansada que acabou cochilando nos braços dele.