HOOK romance Capítulo 20

Abbie sussurrou o endereço da assistência técnica que seu celular estava e o motorista do táxi assentiu. A viagem foi um pouco longa, mais de trinta minutos, quando chegou, ela pagou o motorista e desceu. Entrou na loja e sorriu para o atendente.

— Olá, lembra de mim? — disse ela.

— Claro. Seu aparelho está pronto. — o rapaz foi até os fundos da loja e trouxe o celular.

— Obrigada. Já está tudo certinho?

— Sim, concertado e pago, seu irmão pagou quando trouxe na semana passada.

— Obrigada.

Abbie pegou o celular, caminhou para um lugar mais discreto e se sentou na calçada para ligar o aparelho. Estava carregado e chegou várias mensagens da operadora de telefone e de Megan sua amiga com quem voltou a manter contato por telefone depois de ter fugido de Markus.

Ela salvou o número de Breeze e em seguida mandou uma mensagem para Megan.

"Oi. Tudo bem?" Não demorou mais que um minuto para a resposta vir.

"Meu Deus, Abbie, é você?"

"Sim. Longa história. Posso ir aí?"

"Vem pela estrada velha, pula o muro do antigo vizinho e passa por baixo da cerca de trás que estarei te esperando atrás da casa. Seu irmão veio te procurar aqui."

"Merda. Ele te machucou?"

"Não, ele foi até gentil. Disse que você tinha desaparecido e desconfiava que um tal de Markus tinha te achado. Ele estava bem machucado."

"Filho da puta. Ele mentiu, eu vou te contar tudo mas por favor, não diga nada a ninguém, por favor."

"Nunca, Abbie. Venha logo."

Abigail bloqueou a tela do celular, verificou se a localização estava ativada mas não estava e então começou a caminhar, ainda tinha um pouco de dinheiro, o taxista cobrou caro pela distância e não iria gastar o que sobrou, não sabia ao certo seu destino.

Enquanto caminhava pelas sombras, pensava em seus sentimentos por Hook. Se apaixonou tão rápido que a assustava, estar longe era como sentir que um pedaço do seu corpo houvesse sido arrancado. Um pedaço do seu coração.

Pensava também na tal mulher humana com aparência inocente que ele confiou e o traiu, não sabia quem era ou de toda a história mas odiava a cadela.

Sentia-se um pouco sem rumo, não sabia como seria sua vida a partir de agora mas era uma sobrevivente, era resiliente e iria conseguir superar a tudo isso, a traição, a tristeza, a saudade de Hook, ao perigo. Se Adam ainda estava vivo e procurando por ela, certamente Markus também estava.

Esperava que os machucados que Megan viu nele fossem resultados do atropelamento. Filho da puta, desgraçado. Se eu tivesse uma arma e soubesse atirar, você estava morto. De repente pode imaginar como Hook se sentia com sua sede de vingança, também queria caçar Adam e Markus e fazê-los pagar.

O culpado de tudo no entanto era seu pai em primeiro lugar, mas o desgraçado já havia morrido de cirrose há um ano.

Abbie caminhava rapidamente e olhava ao redor e para trás não vendo nada suspeito. Ninguém estava a seguindo, talvez Adam e Markus duvidassem de sua capacidade de pensar e demorassem um pouco para encontrá-la. Até lá ela já teria como se defender de alguma forma.

Conseguiria um trabalho e ficaria em um hotel barato, não podia ficar com Megan, isso iria colocá-la em perigo, apenas ficaria lá por enquanto.

Quase quarenta minutos caminhando, Abbie sentia suas pernas doendo e bambas, mas a dor não se comparava ao seu coração que doía. Avistou a parte de trás da casa de Megan, passou o quintal do antigo vizinho, pulou o muro, se abaixou e passou pela cerca e finalmente estava no quintal da amiga.

De alguma forma se sentia segura.

Megan rapidamente apareceu na porta, seus olhos brilharam quando viu sua melhor amiga e sorriu emocionada. As duas se abraçaram e deixaram rolar algumas lágrimas.

— Que saudade. — Megan fungou — Vamos entrar, vem.

— Senti tanto a sua falta. — Abbie disse quando entraram.

Megan trancou a porta e abriu a geladeira tirando de dentro uma jarra de suco, foi até o armário e pegou um copo.

— Sente-se, beba um suquinho. Você está péssima. Vou fazer uma comidinha pra gente. — Abbie se sentou e serviu-se de suco.

— Obrigada pelo elogio. Você parece ótima. — ela sorriu.

— Eu engordei alguns kilos nas últimas semanas, mas minha vida estava sendo um inferno, encontrei refúgio na comida. — Megan disse andando pela cozinha preparando o almoço.

— O que está acontecendo?

— Jhonny estava me perseguindo.

— Seu ex noivo? Ele não trabalhava com os novas espécies? Lembro de você ter me dito uma vez...

— Sim. Estou com muito medo, já avisei a polícia mas o desgraçado é filho do xerife, não adiantou. Vivo trancada nessa casa e só saio escondida, coloquei até câmeras no quintal.

— Nossa! E como você está fazendo para trabalhar?

— Falei que peguei uma virose contagiosa e estou trabalhando a distância, faço compras pelo celular e recebo tudo aqui. Da última vez que arrisquei sair, ele me seguiu e tentou... você sabe.

— Meu Deus! Eu não imaginava que sua vida era assim, você não falava nada quando nos falamos por mensagem.

— Eu não queria te deixar preocupada, estou com a situação sob controle. Ele nunca tentou invadir minha casa, graças a Deus.

— Que doente! Ele já te machucou?

— Ele me agrediu e foi por isso que terminamos, ele não aceitou e ficou me perseguindo, falou que deixei ele por outro homem, que eu não dormi com ele mas com outro sim e que se eu não voltar para ele minha vida será um inferno porque ele não deixará homem nenhum se aproximar de mim.

— Ele é louco! — Abbie estava indignada.

— Ele é trilouco. Foi por isso que mandei você passar por trás. Embora eu não o tenha visto vigiando minha casa há três dias, ele ainda pode estar por aí.

Abbie se levantou e abraçou a amiga.

— Você não está bem não é? — Abbie perguntou a sua melhor amiga.

— Não, estou na merda. E você? Seu olhar está triste.

— Você sabe bem ler as pessoas. Estamos na merda, amiga.

Megan se aproximou de Abbie e tirou uma mecha de cabelo dela do rosto.

— Senti falta de você e de alguém para conversar. Devo pegar chocolates?

— Estou com saudade de comer chocolate. — ela sorriu.

— Droga! Desculpa Abbie, você está com problemas e ficou me ouvindo falar de mim. Por favor me conte, o que houve com você? Desculpa mesmo, por favor.

— Ei, calma. Está tudo bem, você também está com problemas. Pegue o chocolate, vou te contar tudo.

Abbie passou as últimas meia hora contando tudo para Megan, desde quando seu pai a vendeu, o que sofreu com Markus, Adam ajudando-a e depois traindo-a. Parou na última parte, quando se despediu de Hook na noite anterior e saiu dos portões de Homeland com o coração partido.

Megan terminou de preparar o almoço e estava boquiaberta.

— Uau. — sussurrou — Uau! — exclamou mordendo um pedaço de chocolate.

Abbie achou graça da reação da amiga e sorriu.

— Adam é um filho da puta, seu pai um desgraçado, esse tal Markus um imundo e esse Hook... Nem sei o que dizer, merda... Você sofreu tanto e fez sexo com um Nova espécie... É... Me dá um abraço. Você é tão forte. — Abbie abraçou Megan recebendo conforto.

— Eu sei que vou superar. Estou bem. — lamentou.

— Sei que não está bem mas admiro sua atitude de não ficar choramingando por um homem. Foi bom?

— Bom é eufemismo. Foi maravilhoso. — os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Por que não está com ele agora?

— Ele não sente o mesmo por mim. Odeia seres humanos e só fizemos sexo porque estávamos sozinhos e excitados. — lembrou dele dizendo isso para ela.

— Oh, amiga. Sinto tanto...

— Está tudo bem. — ela disse com vontade de chorar — Não é como se ele tivesse me iludido, eu fiz isso sozinha. Eu que senti demais por ele. Ele tem traumas e... — deixou cair algumas lágrimas — Eu queria ser capaz de ajudá-lo, mas agora já foi, já passou, nunca mais nos veremos de novo. — odiava a dor no seu coração quando pensava isso.

— Eu vou te ajudar, Abbie. Somos melhores amigas para sempre. Fique aqui comigo, ninguém precisa saber que está aqui.

— Tenho medo que Markus e Adam me encontrem e se souberem que me ajudou... Não quero colocá-la em perigo.

— Eu lido com um ex noivo maníaco perseguidor, ele não é tão perigoso mas é doido. — ela abaixou a voz — comprei uma arma e estou treinando autodefesa pela internet. Fique por favor, lidaremos com nossos problemas juntas.

Abbie hesitou, com medo por sua amiga, mas conhecia Megan e sua determinação.

— Tudo bem. Mas vai ter que me ensinar autodefesa.

Abbie sorriu. Tinha que seguir em frente mesmo tendo a sensação de que seus problemas estavam longe de acabar.

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