Improvável CAPÍTULO 10

|KAYRA|
-Você não pode, Foster! Não pode e não tem o direito fazer isso comigo!
Eu o adoro, mas não posso admitir que Ryan me imponha um tormento dessa magnitude, sendo que ele nem mesmo tem poder para isso. Reconheço que no fundo ele deseja apenas me ensinar uma lição com isso para que eu mude os meus modos e passe a agir de forma mais racional daqui para frente... então está bem, depois desse susto já entendi o recado e prometo tentar não bancar a emocional na próxima vez que algo do tipo vier a se repetir novamente.
Todavia ele só não pode achar que eu irei acatar sua decisão assim do nada. Não mesmo! Ryan Foster sabe que o trabalho é tudo em minha vida, e que se for tirado de mim, mesmo que seja por meros três dias como ele disse, eu irei enlouquecer completamente. Perderei a cabeça e entrarei em parafuso, se não estiver devidamente vestida com meu jaleco andando por esse corredores brancos, os quais são como a minha segunda casa. Eu mal consigo passar um dia após os plantões, longe do hospital e dos meus pacientes, então como pensa que suportarei passar um final de semana inteiro?
Nem de brincadeira!
-Ah, eu não posso certo? Então eu tenho uma sugestão bem melhor que acredito que irá lhe agradar muito mais, quer ouvir?
Ryan pergunta, mas sei que é apenas um questionamento retórico pois ele não me permite respondê-lo ao prosseguir adiante.
-Acho que você realmente deve descartar minha ideia de aceitar voluntariamente uma suspensão branda vinda de um colega de trabalho que durará apenas três dias, e esperar pacificamente sentada na cadeira de sua sala, pelo aviso de afastamento que pode durar de duas semanas a mais de um mês, vinda diretamente do Conselho do hospital, depois de receber a queixa de agressão física e moral do seu obcecado admirador. O que acha? Essa proposta parece muito mais interessante e atraente aos seus olhos, Pextton?
Oh droga! O pior é que ele tem toda a razão, eu reflito irritada! Fecho os olhos com força por um momento, ponderando em que momento as coisas começaram a dar erradas em minha vida essa semana. O que foi que eu fiz para merecer isso?
Raio!
Nem tenho tempo para ficar pensando a respeito disso eu tenho. O tempo está correndo feito um rio, e a cada minuto que passa é um minuto de vantagem para que o cara de fuinha dê um passo a minha frente para prestar queixa contra mim, e manchar meu nome e currículo no hospital.
Merda!
Mas se eu estiver afastada das minhas funções e longe o suficiente daqui quando ele quiser abrir um processo, não irá adiantar muita coisa, pois só poderá me encontrar para entrar em contato na segunda-feira da próxima semana, e até lá o caso já terá esfriado e as testemunhas se dispersado, mal se lembrando do que aconteceu, movidas pela próxima fofoca que irá surgir nas seguintes horas.
Por isso tenho que me apressar e fazer como Foster está sugerindo. Mesmo a contra gosto preciso acatar seu conselho, sabendo que não é o que eu quero, mas no fim é o melhor para mim, afinal de contas eu cometi um erro, segundo o ponto de vista da maioria das pessoas é claro, e não o meu. Porque eu ainda acho que estou certíssima em ter feito o que fiz. Gregory é um mentiroso bastardo que merece levar uma surra para tentar deixar de ser menos babaca com as pessoas, ou pelo menos comigo, por agir do jeito que está agindo.
Olha todo o transtorno que ele está me causando por causa disso? Filho da...
-Está bem, Ryan. Eu compreendi a mensagem. Você está certo. Irei fazer como você está mandando. Estou juntando minhas coisas em alguns segundos na minha sala e sumindo daqui, satisfeito?
desviando o olhar para o teto, para não capturar a repreensão que imagino que seus olhos estão me destinando neste instante como dois rios lasers. Ryan Foster quer me matar? Com certeza, mas ele não pode, pois mesmo que não admita, ele também me ama assim como eu o amo. Temos nossas divergências um com o outro, mas no fim nos completamos como uma família, incompleta e estranha, porém perfeita do jeitinho que é.
eu estaria se não tivesse sempre que salvar sua bunda magrela com algum tipo de plano novo por causa das merdas que você apronta, Pextton. Mas por hora terei apenas que me contentar em não ver a sua cara feia na minha frente no hospital pelos próximos
de braços cruzados e o cenho fechado, e aponta o polegar para o fim do corredor em um aviso claro. Eu seguro uma risada pela alfinetada gratuita, mas merecida, e assinto com um balançar de cabeça afirmativo.
que ainda está fazendo parada aqui, garota? Um crocodilo comeu suas pernas por acaso? Suma! E vá pelas as escadas para não correr o risco de encontrar alguém que não deve.
um último conselho ao que eu me apresso logo em fazer exatamente como ele disse. Corro em direção a saída de emergência e subo intermináveis lances de escadas até alcançar cansada, bufando e praticamente suada, o quarto andar, onde está localizada minha sala que fica no final do corredor.