Improvável romance Capítulo 35

|KAYRA|

Tudo bem, eu entendo que Ryan não é um homem dado a elogios supérfluos ou a mentiras por qualquer motivo que seja, e talvez minha pergunta possa ter soado um tanto ofensiva para alguém de sua índole, mas eu mereço um desconto, né? Afinal de contas estou vivendo um momento bastante peculiar e surpreendente em minha vida, então ele tem que me perdoar por esse pequeno deslize querendo ou não. Até porque, como agora sou uma senhora grávida não devo ser contrariada, é o que penso com humor.

-Se eu o escolher para ser o médico responsável para fazer pré-natal do meu limão, você garante esquecer esse assunto para trás?

Eu barganho com um olhar arteiro ao piscar os dois olhos de forma doce e dissimulada.

-Se você ousar escolher outro médico para essa função, é você quem deve esquecer que eu existo, Pextton! Mas olha só que ideia absurda...

Ryan resmunga ao me fitar de braços cruzados e um olhar repreensivo diante da mera sugestão, coisa que eu sequer estava pensando realmente em fazer. É claro que se vou me consultar com alguém nesse hospital, essa pessoa terá que ser da minha inteira confiança, e não há ninguém melhor do Ryan Foster para essa tarefa.

-Espera... você acabou de chamar o seu bebê de limão ou eu escutei errado?

-Ora, eu disse isso mesmo porque é a verdade. A criança nessa fase não deve ser maior do que o tamanho de um limão, Foster.

Eu rebato o óbvio ao que ele suspira resignado.

-Pelo céus, Pextton. Nem sei porque ainda fico surpreso com as besteiras que ouço vindas de você.

Ele ri ao que eu rolo os olhos também achando graça de sua sutil alfinetada.

-E você tem que concordar que é um apelido meio fofo, o mais fofo que eu consegui pensar no momento, é claro.

-Fofo? É sério isso, Pextton?

Ryan estala a língua no céu da boca em reprovação, fingindo repreender minha escolha inusitada.

-Que Deus nos proteja se essa criança nascer tão azeda quanto a mãe.

Ryan zomba e nós rimos em uníssono enquanto ele me ajuda a descer da cama hospitalar após retirar o soro da minha veia, e juntos caminhamos em direção a porta.

-Olha Pextton, você sabe que sou um profissional bastante meticuloso e que por essa mesma razão, gosto sempre de analisar minuciosamente todos os detalhes para me certificar de que meus pacientes estejam perfeitamente bem e saudáveis, durante todo o período de acompanhamento até o momento do parto.

Ele começa a dizer ao que eu assinto sabendo muito bem como Foster leva extremamente a sério o seu trabalho, e como preza pelo bem estar de cada um de seus pacientes. Dessa forma, apenas continuo a escutá-lo com atenção sem interromper sua linha de raciocínio para saber aonde ele pretende chegar com o assunto.

-Não quero deixá-la alarmada e nem nada, quero somente realizar uma pequena checagem ainda hoje, se você tiver algum tempo disponível, para fazer uma ultrassonografia e saber se está tudo bem com vocês dois, ok?

-Sim, eu tenho um tempinho sobrando até a próxima consulta com meus pacientes, e se quiser fazer isso agora por mim está tranquilo. Eu só não entendo porque você parece com um pouco de pressa para agilizar essas coisas que podem esperar. Há alguma coisa no resultado dos exames que está o preocupando, Foster?

Eu questiono com dúvida, enquanto seguimos pelo corredor do hospital e paramos em frente a porta de seu consultório.

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