Improvável CAPÍTULO 45

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|DEKLAN|

-Você se lembra...

Eu continuo trazendo de volta a sua memória tudo aquilo que experimentamos, todas as sensações, cada detalhe daquela madrugada intensa enquanto lhe recordo de alguns fatos específicos em tom de voz baixo e grave, ao rodear seu corpo como uma serpente astuta e parar as suas costas.

-De que enquanto eu beijava essa tatuagem...

Comento inspirando o delicioso cheiro de seus cabelos escuros, antes de afastá-los para o lado e jogá-los por cima de seu ombro esquerdo, para expor a imagem que eu havia gravado perfeitamente em minha mente do símbolo da medicina desenhado com tinta negra em sua pele, e em seguida, me inclino um pouco mais em sua direção para sussurrar na altura de seu ouvido.

-E traçava cada linha e curva com a ponta da minha língua, que eu também estava enterrado profundamente dentro de você, Kayra? Você se lembra disso?

Eu questiono arrastando minha barba desde a lateral de seu pescoço até a parte de trás onde está localizada a tal tatuagem, onde eu continuo falando com a boca muito próxima de sua pele, praticamente colada ali, contudo sem de fato tocá-la. Apenas meu hálito é que se choca contra suas células que estão fervendo neste instante sob a expectativa do toque, mas que no fim não chega a acontecer.

Eu quero mesmo é enlouquece-la de vez, fazê-la ser sincera e expressar seu desejo ardente por mim. Eu quero ver a morena insaciável daquela noite de volta implorando por mais.

-Você pode até tentar negar o óbvio, Kayra, mas nós dois sabemos muito bem que você não se esqueceu de nenhum mínimo detalhe daquele dia.

Eu avanço mais um nível ao depositar minhas mãos em seus ombros, e começar a desce-las lentamente por suas costas até a base de sua coluna, vendo todos os fios de sua nuca se arrepiarem com o toque, e suas batidas cardíacas se acelerarem no instante em que meus dedos se atrevem a percorrer o caminho para frente de seu corpo e pousarem sobre seu ventre. Então de repente, algo estranho que eu não compreendo, acontece quando fixo as palmas das minhas mãos ali. É como se algo, talvez o bebê, eu não sei ao certo, se esticasse dentro da barriga da morena e buscasse o meu toque.

Subitamente, meus olhos começam a arder de uma emoção que eu não consigo explicar ao sentir a pontinha de alguma coisa cutucando a palma de minha mão como se dissesse para mim: olá, eu estou bem aqui, cara. Me note!

Minha garganta trava por alguns segundos sem que eu saiba como reagir a isso, então tudo o que consigo fazer nesse momento é deixar um beijo demorado na curvatura entre o pescoço e o ombro da minha morena, totalmente balançado.

-Está vendo isso, Kayra? Está tudo gravado dentro da sua cabeça, em seu corpo, e agora também aqui...

Eu esclareço ao acariciar sua barriga, onde o bebê está tentando se comunicar de alguma forma comigo, ao infiltrar furtivamente minhas mãos por baixo do tecido da blusa que Kayra está vestindo, para obter um contato maior com o meu pequeno, e estabelecer algum tipo de conexão com ele e sua mãe ao mesmo tempo.

-É doutora Pextton para você, senhor Callaham!

Sem nenhuma explicação, Kayra retira minhas mãos de si com raiva num impulso, e se afasta alguns metros para longe de mim como se eu possuísse algum tipo de doença contagiosa. Mas qual é o problema dela agora? O que eu fiz ou disse de errado para merecer tamanha repulsa e ser repelido como um inseto diante do olhar fulminante o qual está me direcionando neste instante? O que? Por que ela sempre age primeiro e nunca oferece uma explicação depois, como foi o que aconteceu conosco há seis meses atrás?

-Kayra...

-Doutora Pextton, senhor Callaham. E não se aproxime de mim novamente está me ouvindo?

Ela diz ríspida ao dar um passo para trás quando eu faço menção de me aproximar para segurar sua mão e fazê-la me ouvir.

-E nunca mais, nunca mais ouse me tocar dessa forma se não quiser que eu quebre esse pomposo nariz aristocrático que ostenta no rosto, estamos entendidos?

com o dedo indicador em riste na direção da minha face, fazendo com que eu a olhe de volta com algo queimando dentro do peito, como se eu fosse explodir a qualquer segundo por tamanha raiva que ela está me fazendo sentir nesse momento. O que ela pensa que está fazendo?

Será que seu cérebro está realmente funcionando nesse instante?

Como, depois de tudo o que experimentamos juntos naquela época e das consequências que isso trouxe para nossas vidas atualmente, ela pode achar que irei ignorar sua existência e simplesmente me afastar dela e do nosso como se não soubesse de nada?

Essa é a ideia mais absurda e inconcebível que já ouvi na vida! Eu jamais farei algo semelhante, principalmente após reencontrá-la depois de tanto tempo e descobrir que está carregando meu filho no ventre. Porque se existe uma coisa da qual tenho absoluta certeza, é de que essa criança em sua barriga é minha, por mais que ela tente esconder a verdade de mim ou de qualquer outra pessoa.

-Eu e o senhor não temos nenhum assunto em comum a tratar, ok? Então eu exijo que mantenha a distância e só apareça na minha frente outra vez quando estiver interessado apenas nos assuntos que correspondem a saúde do seu pai, juntamente com o restante de sua família. Fora disso, fique bem longe do meu caminho e de tudo o que diz respeito a minha

se exalta como se estivesse no direito de exigir algo do tipo de mim, e seu disparate me deixa tão perplexo e chocado com os absurdos que acha que lhe dão razão, que eu estouro em uma sonora risada meio incrédula e bastante sarcástica. Ela só pode estar de brincadeira comigo se pensa que as coisas funcionam assim como no seu mundinho fictício criado dentro de sua linda cabeça.

-Já parou para se ouvir por um minuto, doutora? Consegue perceber a insensatez que está saindo de sua boca ao me pedir isso? Você está esperando um filho meu, Kayra. Meu! Então como pode dizer que não temos nada em comum? Você é louca por

-Primeiramente eu sugiro que o senhor abaixe o tom de voz para falar comigo, e em segundo lugar, eu garanto que você não tem nada a ver com os meus filhos, senhor Callaham. Eu mesma...

Você disse filhos no plural, Kayra?

a corto de repente com o coração disparado, que parece que entrará em colapso no instante em que acabo de saber da novidade. Minha morena está esperando não somente um bebê, mas dois! Duas crianças! Gêmeos, assim como eu e minha irmã também somos. Veja só, aí está mais uma prova irrefutável de que esses filhos são realmente meus, a genética familiar não nega!

-Gêmeos...

brincam em meus lábios como um doce som que me deixa em estado de êxtase e puro contentamento, ao que Kayra arregala os olhos como se estivesse arrependida por ter deixado a informação vazar acidentalmente de sua linda

só escutou essa parte, homem? Ao que parece o senhor tem audição seletiva para as coisas que eu digo.

esbraveja irritada mais consigo mesma do que comigo, contudo, eu estou tão feliz pela notícia que sequer dou importância para seus chiliques momentâneos. Eu vou ser pai, caramba! E pai de gêmeos ainda por cima! Nada é capaz de roubar minha felicidade nesse exato

ouço outras coisas como gemidos e súplicas por mais, se for a senhorita quem estiver dizendo ao pé do meu

brinco com uma risadinha divertida e recuo um passo para trás quando ela tenta me acertar um tapa no rosto, do qual eu escapo por pouco.

-Seu idiota...