Improvável romance Capítulo 44

|DEKLAN|

Kayra Pextton.

O nome soa muito bem em minha língua, e é tão bonito quanto a sua dona. É o que penso ao observá-la de perto, sem perder o menor movimento que a morena faz, por mais insignificante que seja. Cada palavra que ela diz ao prosseguir com suas explicações ao meu pai chega como música aos meus ouvidos. Uma doce lembrança do momento incrível que vivemos no passado, em que seus gemidos misturados com suas provocações eram dirigidos somente a mim e a mais ninguém. Contudo hoje infelizmente, após tanto tempo sem nos vermos outra vez, eu a reencontro, mas tenho que dividir sua atenção com outras pessoas, o que é uma pena.

Mas há algo que tem me intrigando até agora e que tenho descobrir o motivo para sanar as dúvidas que estão me deixando um tanto incomodado. Por que Kayra Pextton, que acabo de descobrir ser a morena com quem passei a noite há meses atrás, fingiu que não me conhecia quando nos vimos? Também me pergunto a razão pela qual ela parece estar tão brava comigo, ignorando completamente minha existência ao seu lado, como se eu fosse um mero vaso de decoração nessa sala, quando na verdade eu é quem deveria estar chateado pelo modo como agiu comigo no dia seguinte a tudo o que experimentamos juntos.

Por que?

Qual é o problema dessa mulher afinal de contas? O ofendido e rejeitado nessa situação deveria ser eu, oras! Pois quando retornei a minha casa na cidade esperando almoçar em sua companhia após receber uma dura notícia que havia abalado minhas estruturas, e até talvez ter uma boa conversa para espairecer a cabeça dos problemas, não havia encontrado a presença de ninguém ali, exceto a do segurança que me aguardava na entrada da casa, sem notícia alguma do paradeiro do mulher que havia ido embora sem deixar sequer uma nota ou bilhete educado de despedida em cima da minha cama.

Ela literalmente tinha fugido quando eu havia virado as costas por algumas horas e não estava por perto. A senhorita simplesmente vestiu suas roupas e meteu o pé dali rapidamente sem a menor consideração a minha pessoa, e agora se acha no direito de estar com raiva de mim?

É sério isso?

Pelos céus, que mulher mais louca essa doutora é, mas... com certeza eu não deixarei que nada disso, nenhuma vírgula referente a esse assunto não resolvida entre nós, até tudo seja devidamente esclarecido e posto em pratos limpos, ou eu não me chamo Deklan Callaham I.

A bela doutora Pextton e eu temos muitas coisas a tratar, tópicos seríssimos, principalmente observando o seu estado atual nesse momento. Sim, a senhorita Kayra está inegavelmente grávida, é o que constato fitando sua barriga um tanto intrigado, com um par de hipóteses e pensamentos se formando dentro do meu cérebro, mas que ainda não posso chegar a uma conclusão precipitada sem antes obter algumas respostas vindas dela primeiro.

Porém... se o que estiver mesmo em minha mente for confirmado, então nós dois teremos que ter uma séria conversa para chegarmos um acordo, que para mim é bastante claro sobre o que deve ser feito.

A reunião chega ao fim como um breve piscar de olhos, e logo todos estão se levantando para ir embora, após estabelecerem um consenso comum com a doutora Pextton que havia aceitado cuidar do caso do meu pai, mas não eu. Permaneço sentado da mesma forma em meu lugar na cadeira ao lado da dela, fazendo com que meus pais questionem o motivo de não os estar acompanhando nesse momento.

-Podem ir na frente que eu irei logo em seguida com Dexter ou outro segurança que ficar por último. Mas, antes preciso ter primeiro uma conversa com a doutora Pextton sobre algumas questões importantes e depois eu retorno para o castelo, tudo bem?

-Infelizmente eu não poderei atendê-lo nesse momento, alteza. Tenho algumas consultas agendadas nesse horário e...

Kayra me interrompe com um quê de raiva e sarcasmo, acreditando inutilmente que conseguirá escapar de mim novamente usando uma desculpa esfarrapada. Ledo engano, minha querida. Dessa vez você não irá se safar tão facilmente sem me encarar de frente antes.

-Eu garanto que serei breve, doutora.

-Mesmo assim eu não...

-Tem certeza que realmente não tem um tempinho disponível para mim, doutora? Então, para não tomar muito espaço da sua agenda, acho que posso dizer tudo o que preciso saber da senhorita aqui mesmo na frente de todos, o que acha?

Eu não quero ameaçá-la de modo algum, contudo situações desesperadas exigem medidas mais desesperadas ainda. Então, dessa maneira sou obrigado a fazer minha jogada por mais baixa que pareça aos olhos de qualquer um, entretanto é o único modo que encontro de poder confrontá-la em particular sem ter a presença da minha família ou dos seguranças para assistir o show de perto.

-Não vai demorar muito, é só sobre a...