Improvável CAPÍTULO 46

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|KAYRA|

Droga, droga, droga!

Maldito Deklan Callaham que havia me colocado a força em um bico de sinuca! Aquele miserável.... ele me deixou sem saída e sabe muito bem disso! Parece até que tem prazer em me colocar em situações complicadas nessa vida. Mas eu não irei me render, não sem antes de uma boa briga. Ah, isso com certeza não. Não deixarei que aquele principezinho playboy tenha a última palavra nesse caso. Antes que meu castelo de cartas desmorone com tudo no chão tentarei todas as opções. Eu tenho um plano, um tanto arriscado, mas ainda assim um bom plano e que eu espero que dê certo, senão... eu estarei muito ferrada!

Oh, com certeza eu estarei em grandes apuros!

Então, no dia seguinte a prensa que havia levado de Callaham, aqui estou eu, com a maior cara de pau, coragem e pouco senso, dentro do consultório de Foster para lhe contar o que fiz. Foi apenas uma pequena mentirinha, nada de muito sério, ele apenas precisa concordar em manter a farsa por algumas semanas e me apoiar como um leal amigo deve fazer, e logo tudo será resolvido sem mais complicações.

-Foster, você não pode ficar bravo com uma mulher grávida, sabe disso, né? Principalmente uma que está grávida de gêmeos. Cientificamente, o estresse é prejudicial tanto para mãe quanto para os...

-Você é louca, Pextton?

Em um primeiro instante Ryan parece meio chocado, mas logo em seguida começar a gargalhar com lágrimas nos olhos por achar que se trata de uma brincadeira minha, depois que lhe conto que o havia nomeado como pai temporário dos meus limõezinhos. Entretanto, quando ele finalmente entende que estou falando sério, e que não é uma piada, imediatamente seu semblante se transforma em uma máscara de completa incredulidade e indignação.

-Você perdeu o juízo ou nunca o teve mesmo, Pextton? Acha mesmo eu irei mentir ou sustentar sua farsa desvairada, somente porque teve o azar de simplesmente reencontrar por acaso o pai das suas crianças, que também são responsabilidade dele, e deseja fugir da verdade, seja ela qual for?

-Não é isso, Foster! Um dia eu prometo que irei lhe explicar tudo, tim tim por tim tim, mas agora você precisa apenas...

-Eu disse não, Kayra! Você está surda, garota?

Eu tento insistir, mas ele não cede. Ryan Foster está irredutível quanto o assunto. Mas que droga de homem teimoso!

-Diga-me, pelo amor de Deus! Por que quer tanto esconder a verdade do pai dos bebês afinal de contas? Ele é algum monstro horroroso e sem caráter? Algum bandido ou traficante de órgãos?

-É claro que não, Foster! Tá maluco, cara? Desde quando eu iria me envolver com esse tipo de gente?

-Eu não sei, Pextton. Me diga você! Sempre há uma primeira vez para tudo nessa vida, inclusive para alguém tão sem noção quanto você. Mas então, qual é a razão para tamanho alarde e sede por mentiras sem pé e nem cabeça acerca disso? Quem é esse desconhecido que está deixando-a com tanto medo...

-É Deklan Callaham!

Eu conto logo de uma vez, interrompendo sua pergunta com um corte seco e fatal.

-O que?

-O pai dos meus limõezinhos é Deklan Callaham II, o príncipe de Bullut! Mas eu juro por tudo o que mais prezo nessa vida, que não sabia quem ele era na noite em que nós... você sabe!

-Não...

Foster balbucia com a boca meio entreaberta, como se estivesse em estado de choque e a mente em órbita, segundos antes de enfim pirar de vez com descontrole.

-Eu sei que isso parece meio insano e confuso, Foster, e adoraria que fosse apenas uma piada entre amigos, mas infelizmente não é.

-Pextton... de todas as loucuras que você já aprontou até hoje, e olha que não foram poucas, essa é a mais inconsequente, irreversível e catastrófica que já cometeu! Eu ainda não consigo acreditar e absorver o fato de você é tão sem juízo que não se importou nenhum um pouco de colocar em risco tudo em minha vida, a possibilidade perder o diploma, o meu emprego, além de poder parar na cadeia por estar cometendo um crime, principalmente contra uma pessoa como o príncipe que tem todo o poder de descobrir tudo em um estalar de dedos, apenas para acobertar uma grave mentira que inventou envolvendo o meu nome! Eu realmente não acredito! Onde está o seu bom senso? Hein? Eu perderia minha credibilidade, Pextton! Eu perderia tudo, você percebe?

-Foster, eu...

-Chega, Pextton! Você ultrapassou todos os limites dessa vez! Eu já disse e irei repetir para que compreenda claramente: eu não assumirei a paternidade e muito menos serei seu álibi nessa mentira desvairada!

-Ryan...

cai fora daqui antes que eu perca o resto da sanidade e paciência com você, Pextton, e acabe dizendo alguma coisa que a magoe de verdade! Então vá! Vá embora!

-Tudo bem, Foster...

Digo com o peito apertado, uma grande dor por realmente ter colocado meu amigo em tal situação, contudo, ainda assim não posso desistir. Eu não me dou por vencida, se não posso contar com a ajuda de Ryan Foster, só me resta uma única alternativa: burlar o teste e trocar as amostras coletadas que serão examinadas no laboratório do hospital. E como não há muitas opções disponíveis, terei de apelar, engolir o meu orgulho garganta abaixo e pedir um favor a Gregory Queen. Não é o ideal, mas é que tenho para o momento de desespero, então que seja! É o que pondero comigo mesma dentro da minha cabeça enquanto sigo até sua sala com o rabo entre as pernas.

Assim que me vê na porta, Queen já abre um enorme sorriso de satisfação no rosto, ao que eu me contenho para não revirar os olhos com tédio. Eu necessito da ajuda do paspalho, então me controlo e sorrio de volta com uma doçura estudada. Como não tenho muito tempo a perder, inicio um assunto trivial, e quando ele está distraído o suficiente para não perceber a mudança abrupta na conversa, aproveito a oportunidade para lhe fazer o pedido inusitado.

É claro que invento toda uma história e um contexto para o pedido, e sem saber exatamente a respeito do que, e a quem pertencerá as amostras trocadas dos tubos de ensaio no laboratório, Queen aceita imediatamente. O doutor boa praça concorda com a situação e diz que fará como pedi, sem ao menos questionar a razão para tal. Então saio um tanto aliviada de sua sala com a promessa de que ele que fará qualquer coisa por mim.

mau! Penso respirando com certa dificuldade e extremo nervosismo correndo nas veias.

Vai dar tudo certo, vai dar tudo certo, vai dar...

Interrompo o mantra que repito em minha mente ao ver os dois seguranças, os mesmos do dia anterior, surgirem no fim do corredor e seguirem em minha direção vindo ao meu encontro.

-Doutora Pextton.

alto que descobri que se chama Dexter, me cumprimenta de forma polida e outro apenas o imita com um gesto silencioso quando param a minha frente.

-Boa tarde, cavalheiros.

respondo com um sorriso amarelo, meio tenso e sem cuidado enquanto ambos me escoltam discretamente rumo as escadas de emergência, de onde seguiremos para ala separada especialmente para atender o rei e realizar seus exames. Chegou o momento, trinco os dentes assim que minhas vistas alcançam Deklan Callaham todo esguio, presunçoso e imponente ao lado o pai, rei Dominik, como havia dito que faria, para acompanhá-lo durante os primeiros exames necessários.

tarde, vossa majestade e vossa...

palavra sai com dificuldade, porém eu me esforço para não demonstrar o fogo da raiva que está me consumindo por dentro quando o mais novo dos Callaham, pisca um olho e sorri sedutor, antes de responder o cumprimento juntamente com o mais velho.

Uma pena ele ser tão gosto... digo, tão idiota!

Callaham ou Dominik, por favor, senhorita Pextton!

rei brinca com uma piscadela divertida, que me faz entender de onde vem a mania semelhante do filho! Ao que parece o fruto não caiu muito longe da árvore, penso internamente com pesar. Eu mereço dois galanteadores na minha aba! Mereço mesmo!

Collins, chefe das enfermaria irá conduzi-lo agora para a sala de ressonância, senhor Callaham. Sei que já conhece todos os procedimentos por já ter passado por isso diversas vezes antes, contudo, mesmo assim, ela os explicará detalhadamente ao senhor mais uma vez.

Mas, é capaz de eu já ter escutado tanto essas mesmas coisas, que será eu quem irá explicar o passo a passo para você, senhorita.