INDECENTE DESEJO romance Capítulo 61

—Achei que fosse um sonho.—Volta a rir. —Mas você realmente está aqui.

—Pensei que estivesse dormindo. —Falo, ainda me mantendo distante.

Que diabos.

— Eu não lembrei de você na hora que despertei, digo, não falo de agora, mas de quando acordei do coma. — Sua voz se torna mais baixa e percebo certa dificuldade dela ao pronunciar algumas palavras, mas não digo nada, meu coração está acelerado demais para que eu tenha qualquer reação.

— E agora? —Pergunto, avançando um passo em sua direção.

—Agora?—Repete, levando seus olhos até os meus.

Paro, minha respiração se tornando mais rápida e urgente.

—Sim, você lembra de mim agora?

— Guilhermino está bem? —Pisco confuso.

O quê?

— Ele levou um tiro. — Comenta, ainda me olhando dentro dos olhos.

Ah, certo.

O tiro.

— Perfeitamente bem.

—Devo entender isso como um sim? —Resto mais um passo e paro, estudando suas reações.

Ela franze a testa e depois os lábios, formando um biquinho com a boca tentador demais para que eu não me distraia.

São seis meses sem ela, porra!

— Deve?—Rosno, avançando todos os passos que nos separava, a encurralando.

—Você está me matando.

—Nem se eu passasse cem anos em coma.— Toco seu rosto devagar, sentindo um medo desgraçado de tudo ser apenas  fruto da minha imaginação.

—Você não lembrava de mim quando te vi pela primeira vez.— Confesso, sentindo um alívio esmagador ao sentir sua pele.

— Não?

—Não.

— Henrico... — Fecho os olhos, me regozijando com o som da sua voz dizendo meu nome.

—O quê?

— Meu nome. — Deslizo a mão para sua nuca, forçando seu rosto na direção do meu.

— Henrico.—Rosno, sabendo que as lágrimas vão começar a descer a qualquer momento se ela continuar me olhando assim.

— De novo.

— Henrico...

— Novamente.

— Me beije, por favor. — Sua voz sai em tom de submissão, fazendo com que eu vá completamente a loucura.

— Tem ideia do que eu passei ao imaginar que não se lembraria de me ao acordar?

— Você acreditava que eu acordaria um dia? — Pergunta para minha surpresa e como resposta, sorrio de forma perversa.

— Eu nunca duvidei.

— Minha mãe sim, ela me disse.

— Eu não. —Meu peito infla quando as íris claras cintilam, um orgulho me inflando ao saber que sou o responsável por isso.

— Eu tive tanto medo de te perder. — Esmoreço, a puxando para um abraço. Sentindo finalmente as lágrimas descerem. — Muito medo.

— Você vai me beijar? —Um sorriso escapa dos meus lábios e mordo sua orelha, a ouvindo gemer baixinho.

— Está com saudade do meu pau, linda? Ficou sonhando esse tempo todo comigo se enterrando em você?—Ela treme nos meus braços, apreciando cada uma das minhas palavras baixas.

Mordo seu pescoço, acariciando seu cabelo.

— Eu achei que ia morrer...— Continuo a beijar e mordiscar seu pescoço, descendo minha mão pro meu caminho da perdição favorito.

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