Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 48

Parte 2

CAPÍTULO 48

UM ENORME SALTO NA HISTÓRIA

18 Anos Depois

University of Southern Denmark

Narrado por Alyson

A vida não é sobre metas, conquistas e linhas de chegada. É sobre quem tu te tornas durante o caminho.

— Mas tu inscreveste-te em tantas universidades e foste logo aceite na Dinamarca?

— Ai mãe e depois? A Dinamarca é logo ali.

— Logo ali? Sei April. Sei muito bem onde fica a Dinamarca.

— Nem sei qual o problema, tu até tens lá um hospital veterinário, será ótimo, ires lá mais vezes e eu vou aperfeiçoando os meus métodos conforme os vou aprendendo.

— Ah não, tu nem penses em tocar nos meus animaizinhos, eles não são nenhumas cobaias, e além do mais, tu vais estudar medicina, para seres médica de pessoas não de animais, eu é que sou a médica veterinária aqui menina.

Ela ri e me abraça.

— Tudo isso para me dizeres que vais sentir muito a minha falta? — ela ri.

— April, minha filha, eu só quero que sejas feliz e que estudes o que tu gostas meu amor.

— Tu sabes que eu sempre disse que queria ser médica e continuo a querer.

— Eu sei. — nos abraçamos.

April foi aceite na University of Southern Denmark, que fica em Odense.

Eu abri lá um hospital veterinário há uns bons sete anos atrás e vou lá muitas vezes.

Abri com a parceria da minha amiga Joan.

Joan foi minha colega no curso de médica veterinária, ela também estava a tirar o mesmo curso e ficamos amigas e depois, nos tornamos sócias e acabamos por abrir vários hospitais veterinários e clínicas.

Ela, como é natural da Dinamarca, mais precisamente de Odense, quis abrir lá um hospital veterinário com clínica incluída, assim ela pôde voltar para perto dos pais. O pai dela na altura estava muito doente, e ela queria ficar o mais perto possível.

Tenho aqui em Zweisimmen também um hospital, e tenho muitos pacientes.

Conheço de cor e salteado, todos os meus queridos pacientes.

Seja cão, gato, rato, cavalo, égua, vaca qualquer um, eu sei quem é.

Estudei por 5 anos e me formei.

Claro que tudo isto não seria possível, sem a ajuda do meu querido sogro, o Pierce, e do meu marido, o Brian.

Mas agora, passados 20 anos que cheguei na casa deles, aqui estou eu, com o meu coração de mãe nas mãos, por ver o meu passarinho ganhar asas e voar.

— São apenas 4 horas de avião mãe, fazemos isso muitas vezes, serve até de passeio.

Suspiro.

— Vais me fazer ir mais vezes ao hospital veterinário de Odense, não é?

— Sim mãe, vais ter que ir mesmo. — ela diz toda divertida.

Duas semanas depois, a minha filha April, viajou então para a Dinamarca.

Vai estudar por 5 anos lá na universidade, arranjamos um pequeno apartamento perto da universidade, podia ter ficado lá no alojamento, mas preferimos que ela tivesse o seu canto e ela achou melhor assim.

April não gosta de compartilhar o seu espaço, então assim será melhor.

Eu e o Brian… bem, é complicado.

Ele e o seu sócio, o Aaron, abriram outra empresa, em Zurique, há mais ou menos 5 anos.

Na altura, o Brian foi abrir a empresa e ficou ele como o CEO de lá e o Aaron ficou cá, na empresa que eles já tinham aqui.

Sendo 2 horas de viagem para cá e mais 2 horas para lá, óbvio que o Brian não podia ir e vir todos os dias, então ficava em Zurique durante a semana e vinha passar os fins de semana em casa.

Mas o nosso casamento esfriou muito com esta distância, e aos poucos estamos cada vez mais distantes um do outro.

O Aaron é o melhor amigo do Brian e por isso começamos a sair muitas vezes os quatro eu, o Brian, o Aaron e a Elena, a sua esposa.

Com o passar do tempo, eu e a Elena nos tornamos amigas.

Eles têm uma filha, a Anna, que é 2 anos mais velha que a April e elas são as melhores amigas desde sempre.

Vou aos fins de semana a casa e a minha mãe mima-me muito, aliás, como sempre fez, sempre fui muito agarrada à minha mãe, amo de paixão o meu pai, mas me identifico mais com a minha mãe, somos calmas e ponderadas.

Temos um feitio muito parecido, já para não falar no aspecto físico, somos muito parecidas nas feições, mas herdei a cor dos olhos do meu pai, cinza esverdeados, são bem lindos, ah pois são.

Desde que aqui estou a morar, habituei-me a ir todos os dias a uma pastelaria que fica a caminho da universidade, tenho a carta de condução à muito pouco tempo, por isso, vou sempre devagar.

O caminho da minha casa até à universidade, são cerca de cinco minutos de carro.

Estou a estacionar quando sinto uma batida.

— Foda-se, já bati. — digo já fodida da vida.

Saio do carro e vejo que bati na parte da frente do carro que está estacionado atrás, parti o farol da frente e ainda risquei um pouco o carro de lado.

— Merda, olha só para a merda que eu fiz? A minha mãe vai-se passar. — olho para os lados a ver se vejo alguém, mas não vejo ninguém que se queixe do carro.

Olho para aquela bela e linda máquina, que eu tive a estupidez de bater.

É um Porsche 718 boxster spyder 1, descapotável, todo preto, onde sobressai as jantes cor de laranja.

Um carro magnífico, com toda a certeza de algum magnata metido à besta e que eu tive a audácia de bater e foder o lado direito do maquinão.

Sorte de merda, começo a minha manhã bem demais.

Vou ao carro, tirei um bloco de notas e uma caneta e começo a escrever.

"Bom dia, peço imensa desculpa mas a batida do seu carro fui eu que a fiz. Como não vi ninguém por perto, deixo o meu número de telemóvel para me ligar, para eu pagar todos os danos causados.

Fico à espera da sua ligação, e mais uma vez, peço desculpa.

April (número de telemóvel) "

Afasto um pouco a escova limpa vidros do Porsche e coloco o meu papel, o prendendo com o mesmo.

Vou para o meu carro e quando estou a abrir a porta para entrar, ouço falarem para mim.

— Que papel mais cheiroso.

Olho de imediato para trás, se o dono da voz for tão sexy como a voz que ouvi, já ganhei o dia ahahah.

E quando os nossos olhos se encontram, percebo o quanto eu estou lascada.