Lembranças das noites quentes de verão Falta uma coisa

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Guilherme olhou para Charles e não disse nada. Depois me fitou, em seguida vindo até mim e entregando as rosas:

- São... Para você.

- O-obrigada pela gentileza. – Minha voz saiu fraca.

- É o mínimo que posso lhe dar... – olhou para Melody e Alice – Depois de ter feito colocado no mundo estas duas preciosidades.

Entreguei as rosas para minha mãe, que foi providenciar um vaso.

- Posso pegar um pouquinho? – Ele pediu para Melody.

Ela assentiu com a cabeça e ele pegou a bebê firmemente dos braços dela.

Percebi o quanto Guilherme estava emocionado com aquele momento e gostaria tanto de saber o que passava na cabeça dele enquanto via a irmã e parte da sua família reunida ali.

Nossos olhos se encontraram e ele disse, sem jeito:

- Ela é parecida com você.

- Espero que isso seja bom. – Brinquei.

- Eu tenho os olhos do papai... Você não tem os olhos do papai – Melody olhou para o irmão e depois para Charles – Acha que ela vai ter os olhos do papai?

- Eu acho que ela vai ter os olhos da sua mamãe. – Sorriu, enquanto Alice dormia tranquilamente no colo dele.

- Ela se parece muito com você quando nasceu – Charles disse ao filho – Também foi um bebê pequeno... Tinha 48 cm e pouco mais de 3 kg, como Alice.

- Você pegou Gui no colo quando ele nasceu? – Melody perguntou ao pai, curiosa.

- Sim... Fui a segunda pessoa que o pegou, logo depois da mamãe dele. – Charles explicou, enquanto olhava o filho.

Guilherme olhou-o de relance, mas não disse nada.

- Bem... Nós vamos indo. Temos compromisso. – Yuna falou.

- Temos? – Colin olhou-a, confuso, enquanto ela o puxava pra fora do quarto, junto com Min-ji.

- Eu... Vou de carona com eles. – Calissa avisou, dando um beijo na filha antes de sair.

Ficamos nós cinco. Eu conseguia ouvir meu coração batendo, de tão forte que estava.

- Eu... Posso dar um beijo nela? – Guilherme me perguntou.

- Pode.

Ele deu um beijo na mãozinha de Alice, que repousava envolta na mantinha e me entregou a bebê de volta. Depois pegou Melody no colo, retirando-a da cama, onde sentava ao meu lado:

- Será que sua mamãe me deixa levá-la para tomar um sorvete? – Perguntou no ouvido dela, para que eu ouvisse.

Melody me olhou.

- Sim, mamãe deixa. O que acha, papai? – Tentei incluir Charles.

- Claro... – Ele disse, sem jeito.

segurou no pescoço do irmão enquanto saía com ele, levada no colo.

- Às vezes sinto que ele nunca vai me perdoar. – Charles disse tristemente.

- Vai... Eu sei que vai. Olha quantas coisas nós já conseguimos dele. Dê tempo ao tempo e tudo vai se resolver, eu tenho

Charles suspirou. Peguei a mão dele e disse:

- Eu imagino o que sente. Mas não acho que ele tem que perdoá-lo, porque você não fez nada que precise de perdão. Gui só precisa aceitar o pai, como deveria ter feito desde sempre. E acreditar que lhe mentiram por toda vida. E que foi uma vítima... Tanto quanto você nesta história toda.

minha mão e deu um beijo em seu dorso. Nossos olhos se encontraram e ficamos assim, nos encarando, por não sei quanto tempo. Ele quebrou o silêncio:

Amo você... Cada dia mais e

Eu sorri:

você... E tudo que temos, que dinheiro nenhum pode

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de casamento de Yuna e Colin foi simples, realizada só no civil e não no religioso, por escolha

morar com a filha, depois de ela e Colin insistirem

outra casa, escolhida juntamente com a futura esposa. A antiga, que seria nosso lar depois do casamento fracassado, foi

com o plano de montar um consultório afastado da capital de Noriah Norte, num bairro mais tranquilo. Acabou escolhendo uma área na zona de subúrbio, onde pensava em instituir um lugar para atendimento pediátrico com consulta a preço popular, facilitando a vida das mães que não tinham condições de procurarem postos de atendimento. Ela amava o que fazia. E agora não trabalhava tanto por dinheiro, até porque Colin tinha de sobra. Então ela poderia fazer o que sempre quis: ajudar pessoas fazendo o que sabia de melhor: ser médica de crianças.

os pais de Colin se deram bem de imediato. E eu não pensei que pudesse ser diferente. A família Monaghan sempre foi muito gentil e carismática. E certamente receberiam a família da noiva de seu filho único de forma acolhedora. Claro que ainda mimavam Colin, o que às vezes tirava Yuna um pouco do sério. A primeira briga com a família dele foi quando Yuna e Colin disseram que não queriam ter filhos. Sim, porque até nisso os dois combinavam: não queriam ser pais. Yuna amava crianças, mas nunca quis ter as dela própria. Até porque, vivia cercada de choros e gritos o dia inteiro, em função de sua profissão. Colin, por sua vez, sempre teve pânico de gravidez e filhos. Ainda assim, acho que ele teria sido um bom pai, porque tratava Melody e Alice de forma tão doce e carinhosa, como se fossem

saudade de Do-Yoon e Lianna naquela noite e nos surpreendemos com o convite do casamento deles no próximo mês, que seria realizado na Catedral de Noriah Sul, com uma grande festa após a

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