Lembranças das noites quentes de verão Gosto

sprite

- Eu quero voltar a trabalhar.

Ele gargalhou. Enruguei a testa, confusa com a atitude dele.

- Está debochando de mim? Eu sou capaz.

Ele riu ainda mais um tempo antes de dizer:

- Eu... Quase morri, pensando que você iria dizer que estava farta da nossa vida em família.

- Eu não estou farta da nossa vida em família. Acho que jamais isso vai acontecer.

- Lembra que você falou uma vez sobre dar aulas na faculdade?

- Sim... – Sorri, feliz por ele lembrar.

- É isso que precisa fazer, meu amor. Seguir adiante com seus planos. Não podemos parar eles pelas crianças.

- Acha que damos conta de tudo? Cuidar de Medy, da Alice... Eu voltar a estudar, a casa... Mamãe não vai mais estar aqui. E estamos sem dinheiro. Nem sei quando vamos conseguir vender aquele prédio.

- A gente dá um jeito, meu amor... – Ele me enlaçou pela cintura.

Pus as mãos ao redor da nuca dele, arqueando a cabeça para trás:

- Obrigada. Não achei que você me entenderia.

- Eu entendo. E você pode fazer o que quiser, Sabrina. Porque você é uma mulher incrível... E maravilhosa.

- Eu só gostaria de fazer uma coisa antes de pensar em voltar a estudar para alcançar meu objetivo profissional... – Encarei-o seriamente.

- O quê?

- Quebrar os 40 dias sem sexo.

Ele riu gostosamente, pondo a cabeça para trás, me apertando ainda mais contra seu corpo:

- Isso quer dizer que vamos ir além das brincadeiras?

Assenti, com a cabeça, deixando uma das minhas mãos deslizarem pelo seu peito, por dentro da camisa.

- Mamãe, eu estou pronta! – Melody gritou do box.

Suspirei, rindo:

- Por hora, vou secar Melody. Depois dar de mama para Alice. Se sobrar tempo, à noite, quebramos a quarentena.

- Sou a favor de quebrar a quarentena antes de você se tornar uma doutora e dar aulas na faculdade.

- Ah, também sou a favor disso. – Ri, enquanto levava a toalha para secar Melody.

Enquanto trocava a roupa dela, Charles entrou no quarto, com Alice no colo:

- Olha quem veio ver a irmã do meio aprendendo a se vestir sozinha. – Ele disse.

Encarei-o, enquanto ele continuou:

- Medy, acho que você já pode escolher a sua roupa e trocar-se sozinha, sem a ajuda da mamãe. O que acha?

Ela o olhou, demorando a responder:

- Mas eu só tenho seis anos.

- Não... Você “já tem” seis anos. Eu li que já pode começar a fazer isso.

- Acho que devemos perguntar para tia Yuna – ela piscou para o pai – Pediatras sabem mais que livros.

- Ok, nós vamos perguntar a tia Yuna – ele confirmou – Mas não enquanto ela é só sua dinda aqui em casa. Ou seja, você vai com Alice novo consultório, na próxima semana.

Terminei de vesti-la e ela desceu correndo as escadas, certamente indo pedir para a vovó lhe fazer algo para comer. Ou até mesmo reclamar da ideia de Charles.

- Não estamos sendo muito duros com ela? –

- Não. Ela é muito inteligente e você sabe disto.

- Como foi a conversa na gravadora?

- Recebi uma proposta.

Olhei-o atentamente:

- Jura?

Novas músicas, novo contrato,

- E...

- Eu recusei.

Arqueei a sobrancelha:

- Como assim?

Ele sorriu:

também tinha um sonho... Encontrar uma certa garotinha que apareceu na minha vida... Ser feliz para sempre com ela numa casa

duas filhas lindas que nos deixam de cabelos em pé...

Sim, a garotinha veio com brinde: mais duas miniaturas

olhos, pegando Alice do colo

- Por que recusou?

não quero mais isso para minha

você quer algo além de mim e nossas filhas, não

- Quero Gui.

Toquei seu rosto:

para que isso aconteça em

E além de Gui, eu quero comprar o

Gostaria de poder ajudar com isso. Mas no momento só tenho um edifício que em breve vai ser posto a venda... E talvez demore para alguém se interessar pela