- E por que ficou com ele, mesmo sabendo? – Perguntei, atordoada.
- Porque eu gostava dele!
- Assim como gostou de Colin? – Debochei, furiosa.
- Não gostei de Colin. Só queria provar ao nosso pai que ele não era o noivo perfeito, só porque era rico e fazia tudo certinho. Eu consegui mostrar que não existia homem perfeito para sua “filhinha”... Para nenhuma de nós, entende?
- Você destruiu a minha vida... Várias vezes.
- Ela encontrou Charles... E não demorou muito para se certificar de que eu havia armado tudo para ele. Então... Obrigou-me a aceitá-lo na gravadora, na minha casa... E nas nossas vidas. – J.R falou, sem olhar nos meus olhos.
- Ou contaria a todos que você era o responsável pela prisão dele. – Tentei unir os pontos.
- Sim. – Ele confirmou.
- E por que o encontro de todos na praia, no Natal? – Charles olhou para J.R e depois para Mariane.
- Eu queria conhecer Melody... – J.R respondeu – E Mariane queria mostrar à irmã que tinha conseguido ficar com o homem dela...
- Não ponha palavras na minha boca – Mariane interrompeu a fala do pai – Você não sabe nada sobre mim.
- Realmente não sei... Porque jamais passou pela minha cabeça que pudesse me roubar, me destruir, acabar com a J.R Recording.
- É muito menos do que você merece – ela olhou-o com desdém – Quero que fique sem nada, que se arraste implorando por comida... Só desta forma pagará por tudo que me fez.
- O que... Ele fez a você? – Estreitei os olhos, confusa.
- Não lhe diz respeito. – Ela reafirmou, recusando-se a me contar a verdade.
Olhei para os dois e não tenho certeza se senti raiva, pena ou ambos sentimentos misturados. Eles não eram dignos da felicidade. Por mais que tentassem justificar suas ações, eu não conseguia entender como chegaram a tanto por motivos tão pequenos e insignificantes.
- Charles... Eu não quero mais ficar aqui. – Decidi, olhando em seus olhos.
- Não precisamos ficar aqui, Sabrina. Não somos como eles e você sabe disto. Não quero que tenhamos contato com estes dois... Nem nossas filhas. Seu pai e sua irmã são tóxicos, doentes... E criminosos.
Fui em direção à porta, mas Charles seguiu até meu pai. Senti meu coração acelerar. Ninguém esperava pela atitude dele naquele momento, que foi de pegar meu pai pela gola da camisa e fazê-lo levantar da cadeira. Olhou fixamente em seus olhos e depois lhe deu um soco, fazendo com que espirrasse sangue de seu nariz.
- Desgraçado... Você quebrou o meu nariz. – Meu pai gritou, enquanto pegava um lenço dentro do bolso, estancando o sangue.
Fiquei imóvel, sem conseguir agir. Porque doía em mim cada palavra proferida naquela sala. Mas Charles havia sido preso e condenado injustamente, por um crime que não cometeu.
- Vou colocá-lo na cadeia, Jordan Rockfeller. – Charles disse quando se afastou dele.
- Sabe que não vai conseguir, desgraçado, filho da puta! – Jordan seguia tentando conter o sangue.
- Eu vou... Porque gravei cada palavra que você disse aqui. – Charles retirou o celular do bolso e apertou o play, revelando nossa conversa desde a chegada naquela sala.
Deus! Ele havia feito isso? Tinha gravado sua própria inocência! Não me passou pela cabeça fazer aquilo, em nenhum momento. Ele estaria livre... De toda a mentira. E finalmente Jordan Rockfeller pagaria por cada um de seus atos.
- Você não vai sair daqui... Vou chamar a segurança e pegar a porra do seu celular. – Jordan ameaçou.
- Pode pegar meu celular, J.R. Colin Monaghan, neste momento, já está com toda a nossa conversa gravada no celular dele. E assim, isso se tornará viral, como a destruição da minha carreira quando anunciaram na mídia que eu havia sido preso.
- Não fui eu... Foi ela que jogou na mídia sua prisão. – Ele referiu-se à Mariane.
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