Resumo de Star me Up (II) – Lembranças das noites quentes de verão por Roseanautora
Em Star me Up (II), um capítulo marcante do aclamado romance de Romance Lembranças das noites quentes de verão, escrito por Roseanautora, os leitores são levados mais fundo em uma trama repleta de emoção, conflito e transformação. Este capítulo apresenta desenvolvimentos essenciais e reviravoltas que o tornam leitura obrigatória. Seja você um novo leitor ou um fã fiel, esta parte oferece momentos inesquecíveis que definem a essência de Lembranças das noites quentes de verão.
As duas me olharam. Mariane continuou, não se dando por vencida:
- Eu tive todo o trabalho de organizar a sua noite e você pára no caminho para fazer xixi e decide que vai passar a sua última noite de solteira num bar “fuleiro” de beira de estrada? Ei, esta palavra existe?
- Deixa-a se divertir... – Lina falou, bebendo o restante da água de seu copo.
- Lina, vocês não contestam minha irmã de jeito algum... Porque tem medo de ela tirá-las do seu círculo de amizade. No meu caso, falo o que penso, afinal, sou a irmã mais velha e não me importo em ficar puxando o saco de uma Rockfeller para ter algum tipo de benefício.
Lina levantou e disse, saindo:
- Você é uma chata!
Mariane ficou sentada à mesa, sozinha. Virei as costas e ela perguntou:
- Vai deixar sua irmã sozinha, depois de todo o trabalho que tive para organizar a sua festa?
- Eu só quero me divertir, Mariane. E não preciso de um monte de homens nus para isso.
- Trabalhei nisso por meses...
- Me desculpe, Mariane... Mas você nunca perguntou o que eu realmente queria para esta noite.
- Jamais passou pela minha cabeça que você pudesse querer ficar num lugar como este. Aposto que foi contaminada pelos germes do banheiro. Ou o barman colocou drogas na sua bebida. Pode-se esperar qualquer coisa deste lugar, onde as mulheres usam mini saias com botas e os homens cheiram a tabaco e perfume barato.
- Mas eles parecem se divertir mais do que a gente nas nossas festas, não é mesmo? – Virei as costas e fui me embrenhando no meio das pessoas, tentando chegar ao palco.
A música tocada pelo DJ foi baixando o volume até silenciar completamente. Consegui ficar na frente do palco, vendo a iluminação ficar mais fraca e os refletores focarem no palco.
- Boa noite, pessoal. Somos a banda Dreams...
Aplausos e gritos histéricos femininos ecoaram no lugar. O vocalista deu um sorriso e parou por um momento, analisando as pessoas presentes, até seus olhos encontrarem os meus. Charles me encarou por um tempo e eu sustentei o olhar, não desviando. E certamente foi o efeito daquela bebida, que parecia fogo, que me deu coragem.
- Hoje a noite é especial... Temos uma garota que vai casar amanhã... – os olhos dele seguiram nos meus, fazendo os mais próximos virarem na minha direção, curiosos – Garotinha, “meus pêsames”.
Todos começaram a rir. Me senti encabulada e não gostei da atitude dele. Humor negro, a meu ver. Se Charles tinha medo do casamento, eu não. Não fui obrigada a casar... Era uma escolha minha...
Balancei a cabeça, decepcionada, e virei as costas:
- Tequila para a noiva! – Charles falou no microfone, fazendo eu virar novamente na direção dele – Por minha conta... – o dedo indicador apontou para mim.
Fiquei parada no meio das pessoas sem dizer nada, ainda sentindo as pernas moles e desobedientes.
- Pode escolher a música, Sabrina. – O homem seguiu falando comigo, como se não estivéssemos num bar cheio e ele ao microfone.
Foi então que eu, a filha do dono da maior gravadora do país, que conhecia vários cantores e bandas famosas, tendo recebido inclusive visita de muitos deles na minha casa, fiquei muda, sem conseguir pronunciar uma palavra, como se não conhecesse música alguma ou não tivesse uma preferida.
- Eu escolho a sua música então, garotinha. – Ele apontou na minha direção e seus dedos tocaram as cordas da guitarra, iniciando a melodia que eu conhecia.
Todos começaram a dançar assim que Charles e a banda Dreams tocaram Star me Up, dos Rolling Stones.
Ok, Charles não era só lindo. Ele tocava maravilhosamente bem. A voz era forte a ao mesmo tempo doce. Ele conseguia tocar rock e cantar num tom mais lento que o original, quase como se fosse uma música romântica.
Tentei não focar na letra da música e imaginar que tinha sido aleatória aquela escolha.
Um dos barman’s entregou-me um copo de tequila, ali mesmo. Fiquei segurando a bebida com as duas mãos, tentando não derrubar enquanto todos se moviam ao meu redor, dançando e pulando no ritmo da música.
Talvez fosse melhor beber tudo de uma vez. Avistei Tay bebendo e conversando com o barman que havia a atendido anteriormente. Dill estava um pouco adiante, beijando um desconhecido. E parecia estar gostando. Lina e Tefy dançavam a alguns metros de mim, rodeadas de alguns homens. Mariane certamente estava sentada onde a deixei. E eu seguia ali, sozinha, como se fosse uma fã da banda, encarando o vocalista enquanto lambia o sal, bebia a tequila e chupava o limão. No terceiro copo eu chupei todo o limão e bebi a tequila sem lamber o sal. No quarto eu estava no mesmo lugar, sem me mover, porque tudo girava ao meu redor.
- Talvez nossa diferença de idade não seja tão grande quanto você pensa.
- Dez anos? – Chutei.
- Onze. – Ele sorriu.
Abaixei o olhar, focando no piso branco amarelado, desgastado, sem brilho e com vários arranhões, como se aquilo fosse a única coisa que me preocupasse naquele momento.
- Eu... Vou limpar o seu vestido. – Ele disse, pegando um pedaço de pano que parecia uma toalha, umedecendo-o na água.
Enquanto ele passava o pano no meu vestido, eu já sabia que aquele Chanel não tinha mais serventia alguma, assim como eu.
Charles seguia tentando limpar o que não se via da sujeira. Era só umidade... Eu poderia lavar e tudo ficaria ok. Mas não sei se eu teria coragem de tirar o cheiro dele impregnado no tecido do meu pretinho básico de marca remonada.
Retirei a mão dele e segurei-a, afastando de mim:
- Está tudo certo, Charles. Eu preciso ir agora.
- Para o bar?
- Embora?
- Mas... Recém é meia-noite.
- Sim, mas amanhã é um longo dia para mim. Nove horas já começo os preparativos...
- Entendo... Então vamos. – Ele virou de costas e saiu, esperando que eu o seguisse.
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