Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 8

Mariane me abraçou carinhosamente:

- Estarei ao seu lado, não se preocupe.

- Obrigada por todo trabalho que você teve para organizar este momento. E me desculpe por não ter sequer chegado até lá.

Ela começou a rir:

- Tudo bem... Por isso mesmo vou me certificar de que tudo teria saído conforme planejei. O que importa é que você gostou, mesmo ficando no Cálice Efervescente... Não acha este nome estranho?

- Sim e não... Estranho, mas não para aquele lugar. – Eu ri.

Ela me deu um beijo no rosto:

- Vou indo. Durma bem, descanse que amanhã você tem um longo dia.

- Hoje, você quer dizer.

- Sim... – ela olhou no relógio – Daqui algumas horas você já tem que sair da cama.

- Boa festa... E curta bastante.

Mariane saiu e eu tirei minha roupa, entrando no chuveiro quente, deixando a água escorrer pelas costas, tentando relaxar.

A bebida em excesso me deixava com uma sensação de tontura e ao mesmo tempo bem-estar. Desliguei o registro e sequer pus uma roupa, me jogando na cama king size já arrumada, me esperando.

Geralmente Min-ji, a governanta, me colocava para dormir. A função dela era cuidar da casa, mas de brinde ela teve que me cuidar, já que minha mãe ficou bastante atarefada depois que os negócios do meu pai começaram a se expandir ainda mais. Àquela hora Min certamente estava dormindo.

Meu quarto tinha o piso cinza fosco. As paredes alternavam entre branco e azul turquesa. O teto tinha um círculo em gesso com detalhes mandados fazer por um artista renomado no país, sobre a cama, de onde pendia um lustre com mais de cem lâmpadas. Ele também alternava entre o branco e o azul.

Em cada lateral da parede, onde ficava a gigantesca cama de casal, havia janelas envidraçadas que começavam no chão e iam até o teto, com persianas automatizadas, que eu geralmente não usava, gostando de ver o jardim da casa por ali, independente de ser dia ou noite.

Eu amava estrelas e muitas vezes me deparava, durante a noite, admirando-as pela janela. Virei um dos travesseiros para o lado contrário da cama e deite-me ali, olhando o céu cintilante de tantas estrelas. Escolhi a praia para nossa lua de mel justo para poder passar uma noite inteira sob a luz do luar, ao lado do meu então marido, de onde sabia que o céu era ainda mais claro e revelador.

Mas eu não conseguia sequer ver Colin na minha frente naquele momento. Minha mente estava completamente povoada pelo cantor do Cálice Efervescente e seu belo par de olhos verdes estreitos e inquisidores.

Eu namorava com Colin desde os meus quatorze anos. Ele foi meu primeiro beijo e perdi a virgindade com ele. Também nunca tive outro homem além dele na minha vida. E sempre estive satisfeita com o relacionamento que tínhamos. E jamais tive dúvidas de que o amava... Até aquele momento.

Meu pai era orgulhoso do relacionamento que construí com o filho do seu melhor amigo, de família de renome e tão importante quanto os Rockfeller. J.R sempre deixou muito claro que a possibilidade de um casamento fora dos nossos padrões era improvável.

Tive a sorte de me encantar por Colin Monaghan assim que ele retornou do exterior, onde cursou o Ensino Médio. A Monaghan era a empresa de advogados que dava suporte à J.R Recording. Meu pai não confiava em ninguém além deles para resolver seus problemas e tomar conta de seus negócios com relação à processos e contratos.

Colin se formou em direito no dia que me pediu em casamento. Claro que quando começamos, meu pai não nos deixou levar o relacionamento tão à sério, em função da minha idade. Com 16 anos perdi a virgindade, num Hotel onde havia sido dada a festa de Natal da J.R Recording, que durou um final de semana inteiro. Minha irmã ficou com um cantor famoso na época e eles começaram um relacionamento que não durou seis meses, regado à muitas fofocas e escândalos.

A partir daí meu pai a proibiu de se expor na mídia. O mesmo não foi solicitado para mim, que sempre fugi dos paparazzi e me mantinha no relacionamento com Colin, que também era sério e não curtia badalações ou locais frequentados por pessoas que não fossem do nosso nível social ou círculo de amizades.

Quando Colin Monaghan me pediu em casamento, eu aceitei sem pensar duas vezes e meu pai autorizou, desde que esperássemos eu completar dezoito anos. Desde então, os dois anos seguintes, foram planejando a cerimônia, a festa e nossa casa.

Minha mãe e a de Colin fizeram questão de cuidar da cerimônia religiosa e recepção, que contaria com mais de quinhentos convidados, dos quais eu não conhecia quase nenhum. Eram pessoas do círculo de trabalho do meu pai: cantores, grupos e bandas famosas bem como os advogados mais renomados do país.

Eu curtia a ideia da festa, mas nunca imaginei nada naquela proporção. Neste tempo cuidei da compra da casa e decoração do lugar onde moraríamos Colin e eu após o casamento.

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