Lembranças Perdidas romance Capítulo 129

Thalia marcou o ponto no horário certo e foi para casa.

Ao largar a bolsa e entrar na sala, viu um frasco de doce bastante bonito no sofá. Era cintilante e parecia bastante apetitoso.

"É um presente de uma menina do jardim de infância." Jacob levantou as sobrancelhas, tímido, e disse: "Thalia, nosso filho é demais. Tão novo e já está conquistando as garotas. Ele se parece comigo. Não precisamos nos preocupar, solteiro ele não ficará."

Corando, Zane levantou os punhos pequenos e acenou para eles, "Papai, não fale bobagens!"

Thalia encarou Jacob e caminhou em direção ao filho, afagando-lhe a cabeça. Ela disse baixinho: "Zaney, diga à mamãe, quem lhe deu este pote de doce?"

"Foi a Christy." Zane respondeu mal-humorado.

"Quem é Christy? É uma amiga do jardim de infância?"

"Ela não é minha amiga!"

Ouvindo isso, Thalia sorriu, "Você brigou com ela. É um presente de desculpas dela?"

Zane fez beicinho com raiva, "Não vou perdoá-la!"

"Por quê?"

"Quando fui à festa de aniversário do avô dela, a mãe dela me repreendeu. Aquela mulher era muito brava. Não quero mais brincar com ela!"

Thalia estreitou os olhos e perguntou, "Quando você foi à festa de aniversário?"

Jacob cobriu a boca de Zane com a mão e sorriu culpado, "Podemos esquecer esses pequenos detalhes? Thalia, crianças não deveriam brigar. Zaney ainda é um garotinho e está sendo muito mesquinho. Você deveria ensinar ao seu filho como ser um bom homem!"

Thalia já havia percebido que Jacob levara o filho na festa, mas agora não adiantava nada culpá-lo, "Zaney, é normal brigar com os amigos. Além disso, não é culpa da Christy. Por que você a está culpando pelo comportamento da mãe? Se você não perdoá-la, ela ficará muito triste. Você vai aguentar ver a sua amiga se escondendo no canto e chorando?"

Zane abaixou a cabeça, parecendo culpado.

Thalia continuou, "Bom, não se preocupe muito com isso. Vá dormir. Você ainda é amigo dela."

Zane foi carrancudo para o quarto.

Quando ele saiu, a suavidade dos olhos de Thalia desapareceu, e ela ficou muito brava. Logo encarou Jacob: "Você não vai me falar a verdade?"

Jacob encolheu os ombros, "Nosso filho puxou a mim. Ele é bonito e é adorado pelas outras meninas. A menina o convidou para brincar na casa dele, e ele me pediu para levá-lo em segredo, por medo de que você brigasse com ele. Mas acredito que agora ele não vá querer mais ir na casa de ninguém."

Thalia comprimiu os lábios e mudou de assunto, "Quanto tempo você vai ficar na minha casa?"

Os lábios de Jacob se contraíram um pouco. Ele pensou: "O comportamento dela mudou tão rápido."

Ele se espreguiçou, "A cama daqui é muito confortável. Eu não quero ir. Me deixe ficar aqui por um tempo."

Enquanto bocejava, ele abriu a porta do quarto Zane e se espremeu na cama com o menino.

Thalia não pôde nem se opor, mas estava realmente preocupada de que a cama da criança desabasse.

No dia seguinte, como de costume, ela pegou o elevador até o último andar da torre da Matthews Corp. E entrou no escritório das secretárias.

Lá dentro, sentiu que as outras mulheres estavam olhando para ela de forma estranha. Mas como tinha um monte de coisas para fazer, não se preocupou muito com o assunto. Depois de uma manhã bastante ocupada, ela finalmente se permitiu uma pausa para o almoço.

Enquanto tomava uma sopa, ouviu uma voz feminina aguda a chamando.

"Thalia!"

Thalia quase engasgou ao ser chamada e, quando olhou para cima, viu uma mulher furiosa correndo na direção dela. Após um tempo ela percebeu que se tratava de Mia.

Ela achou estranho. Afinal, Mia sempre fora gentil e invisível na multidão. Mesmo quando fora agressiva ao pedir que Thalia se desculpasse no dia anterior, permanecera gentil. Por que a mulher estava tão agitada e brava agora?

Antes que Thalia pudesse reagir, Mia já estava na frente dela.

"Thalia, eu não esperava que você fosse assim, que atacasse os outros pelas costas. Como ousa conspirar contra mim?"

A voz de Mia estava um pouco rouca, como se tivesse chorado, mas também mais dura. Ao ouvi-la, todos ficaram em silêncio no refeitório. Até a senhora que cozinhava colocou a cabeça para fora do estabelecimento para assistir a cena.

Thalia levantou as sobrancelhas, "O que aconteceu?"

Como se tivesse recebido um grande choque, Mia riu de raiva, "Você não sabe o que fez? Pare de fingir que não sabe o que aconteceu!"

Thalia se levantou devagar, "Eu realmente não sei do que você está falando. Se tem algo a dizer, diga logo."

Natalie quase caiu na gargalhada quando viu a cena, "Mia, você foi despedida de manhã e veio tirar satisfações com Thalia ao meio-dia. Tudo isso só porque ela se vingou de você em segredo?"

O ambiente ficou ainda mais silencioso, e todos olharam para Thalia com medo e dúvida.

Thalia franziu a testa, "Eu não sabia que você tinha sido demitida até agora. Isso não tem nada a ver comigo. Eu não tenho poder ou influência para fazer isso."

"Você ainda está fingindo!" Mia era honesta, mas estava perdendo o juízo de tão nervosa que estava, "A notícia de que fui demitida foi espalhada no fórum da empresa. Como você ainda pode fingir que não sabe nada sobre o assunto? Thalia, sua v*ca! Quando foi que eu te ofendi? Por que você pediu para fazerem uma coisa dessas comigo? Deixa eu te dizer, eu não vou deixar assim... Ah!"

Ao ser xingada, Thalia relembrou os abusos que sofrera cinco anos antes.

Ela não se importava com a forma como os outros a tratavam, mas isso não significava que ela aceitaria qualquer tipo de intimidação.

Com isso, ela pegou a tigela de sopa inacabada sobre a mesa e jogou no rosto de Mia, que parou de falar na mesma hora.

Mesmo tentando desviar, a sopa de ovo caiu na cabeça da mulher e escorreu pelos cabelos dela. Ela ficou um desastre.

Vendo que tudo estava saindo de controle e que mais e mais pessoas se aglomeravam ali, alguns funcionários seniores da empresa se adiantaram para amenizar a situação e entregaram a Mia alguns guardanapos.

Mia enxugou a rosto se sentindo constrangida e humilhada como nunca. Ela estava com raiva e magoada. Lágrimas caíram e sua voz ficou ainda mais aguda.

"Thalia, por que você fez isso? Eu sempre levei meu trabalho a sério. A empresa nunca me demitiria sem motivo. Eu sei que errei com você ao acusá-la de roubar os ingressos ontem, mas já pedi desculpas por isso. Por que você ainda não se esqueceu disso?"

"Fui transferida para a sede por competência própria. Por que então eu deveria ir embora só por causa de você?"

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